Trajetória 2023 – conquistas e superações
Durante o exercício, a Entidade seguiu com suas atividades pedagógicas presenciais e virtuais, promovendo as aulas do curso técnico, além de diversos cursos gratuitos de Extensão Cultural, lançamento de livros, mesas de debate, exposições e outros projetos abertos ao público geral.
Janeiro a abril
Em janeiro, a Instituição iniciou suas atividades com a 11a edição do SP Transvisão – Semana da Visibilidade Trans, com uma programação vasta ao longo de sete dias, de modo presencial e online. O evento contou, entre outras atividades, com a apresentação do musical “Wonder”, a roda de conversa do Projeto Manas por Manas e a performance ilusionista “Burlesque/Mágica”, de Kassandra Taylor.
Em fevereiro, iniciou-se o novo ano letivo, com a aula inaugural que recepcionou os ingressantes das turmas do processo seletivo do primeiro semestre. A psicanalista Dra. Isildinha Baptista Nogueira, presidente do Conselho de Administração da ADAAP, falou aos estudantes durante o encontro, cujo tema foi “O Direito de Sonhar: Qual o Espaço para a Utopia?”. O novo semestre também marcou a recepção de Beth Lopes, nova coordenadora pedagógica da SP Escola de Teatro, profissional que é professora livre-docente da ECA-USP, pesquisadora e diretora teatral. Em março, abriram as inscrições para o processo seletivo do segundo semestre, oferecendo 85 vagas nas oito formações do curso técnico. Os atores e comediantes Fábio Porchat e Vítor diCastro, além do professor e comunicador Guilherme Terreri Pereira, divulgaram a seleção em suas redes sociais, convocando seus milhões de seguidores a estudarem na SP Escola de Teatro.
Ainda em março, a ADAAP recebeu um novo reconhecimento internacional. Dessa vez, a condecoração veio dos Estados Unidos, com o The Bizz Hybrid Awards, da Confederação Mundial de Negócios “WorldCob”, que é um dos prêmios de negócios mais importantes do mundo. Ele reúne e reconhece empresas líderes em suas respectivas áreas, e que cooperam com o crescimento da economia de seu país e do mundo, especialmente nas áreas de inovação, qualidade e excelência em gestão e sustentabilidade.
Por fim, naquele mês, foi inaugurada a “Mostra dos Estudantes da Quadrienal de Praga 2023”, na unidade Roosevelt. A exposição, gratuita e aberta ao público, contou com 115 projetos de instalações cenográficas de 115 estudantes de todo o Brasil. 88 deles foram selecionados posteriormente para a Quadrienal de Praga, na República Tcheca, que aconteceu de 8 a 18 de junho. A PQ ocorre desde 1967 e é um dos eventos mais importantes de arquitetura e cenografia do mundo.
Entre as atividades internacionais, Rodolfo García Vázquez, coordenador de Direção, conduziu no quadrimestre um ciclo de quatro palestras online com estudantes de sete universidades europeias, integrando o projeto Alexandria Nova, com o tema “O Teatro Brasileiro e a Crise Política: Uma Discussão sobre as Guerras Culturais Globais e seu Impacto no Brasil”. Além disso, foram publicados dois artigos no prestigiado site de teatro e pesquisa teatral The Theatre Times. Ivam Cabral, diretor executivo da Instituição, e Marcio Aquiles, responsável pelas áreas de projetos internacionais e parcerias, publicaram em inglês “Teatro e Justiça Social no Brasil: O Caso de Sucesso da SP Escola de Teatro”.
Também, nos primeiros quatro meses do ano, o selo editorial da ADAAP, Lucias, ao lado da equipe de Biblioteca, organizou três lançamentos de livros, todos abertos ao público. Em janeiro, em parceria com o Itaú Cultural e a Editora Giostri, foi lançado o livro “Athos Abramo – O Crítico Reencontrado”, de Jefferson Del Rios e Alcione Abramo, reunindo críticas teatrais produzidas por Abramo entre 1945 e 1968. Em fevereiro, aconteceu o lançamento de “Frestas Poéticas”, idealizado por Fernanda Amaral, contemplado em 2022 pela 31a edição do Fomento à Dança para a cidade de São Paulo. Por fim, em março, houve o lançamento do livro “Oficcina Multimédia – 45 Anos”, de Ione de Medeiros, publicação que comemorou os 45 anos da trajetória de vanguarda e experimentação da companhia de teatro mineira criada em Belo Horizonte, em 1977.
Além disso, uma série de cursos de Extensão Cultural fizeram sucesso no quadrimestre, dentre os quais “Teatro musical: Estudo e montagem de um espetáculo original”, com mais de 360 inscritos; “O lugar da fotografia na cena teatral paulistana”, ministrado pelo fotógrafo Bob Sousa; e o curso “Práticas para atuação”, ministrado por Luaa Gabanini, Luciana Froes, Sarah Lessa e João Vancini.
Já o Programa Oportunidades desenvolveu no período ações como uma mesa de debate dentro do Abril Indígena; a manutenção de projetos em parcerias com instituições como a Fundação Casa; atividades especiais no Centro de Acolhida Especial para Idosos do Brás; e a participação, em março, da segunda edição do projeto Tendas de Cidadania, promovido pelo Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante (CDHIC).
Maio a agosto
O grande destaque foi a participação da SP Escola de Teatro na Quadrienal de Praga 2023. Em junho, representantes da Instituição foram os responsáveis por criar o projeto, montar e desmontar o estande oficial do Brasil, além de ajudarem a promover a Mostra dos Estudantes do Brasil. Embarcaram para Praga rumo à PQ23 representantes da direção executiva e os docentes J.C. Serroni (coordenador de Cenografia e Figurino e de Técnicas de Palco), Viviane Ramos (formadora de Técnicas de Palco) e Telumi Hellen (formadora de Cenografia e Figurino).
Já os estudantes que foram para o intercâmbio em Praga foram Hélia Maria Araújo Lopes, Douglas Vendramini e Camila Bueno (Técnicas de Palco); Lara Paim, Carol Batista, Samara Pavlova Fantin e Úga agÚ (Cenografia e Figurino); e Gabriela Araújo (Iluminação). Os estudantes apresentaram 18 trabalhos ao todo na mostra internacional.
Outro momento a ser relembrado foi a residência artística internacional “Looking for Andy”, em maio, organizada pela área de projetos internacionais, por meio do qual a Instituição recebeu os importantes artistas Aleksandar Dunđerović e Stephen Simms, acadêmicos de Birmingham (Reino Unido), que promoveram oficina e montaram um espetáculo sobre Andy Warhol, contando com estudantes dos cursos técnicos no elenco e na produção.
Por fim, vale salientar o grande lançamento do Selo Lucias no período, o livro “Memórias do Cine Bijou”, do assessor de relações internacionais da Escola, Marcio Aquiles. Além de ter grande repercussão na mídia (SBT, Folha de S.Paulo, Estadão, Veja SP, Istoé, Cultura, rádios, entre outros locais), foram distribuídos 272 livros no evento.
A ADAAP e a SP Escola de Teatro se consolidaram academicamente no quadrimestre com a ida em julho de Rodolfo García Vázquez, coordenador da linha de estudo de Direção, para Acra, em Gana, para a conferência de 2023 da International Federation for Theatre Research, onde participou de uma mesa de discussão e de um grupo de trabalho, tratando de teatro performativo e da experiência da Escola.
Também, a Instituição, representada por seu diretor e coordenadores, publicou em julho dois importantes artigos acadêmicos sobre o projeto da Escola em periódicos especializados na Polônia. Ivam Cabral e Marcio Aquiles escreveram juntos “Teatro e Justiça Social no Brasil: O Caso da Escola de Teatro de São Paulo” para a publicação Rozproszenie – Almanach Between.Pomiędzy 2023, da Universidade de Gdańsk (Uniwerystetu Gdańskiego). Já Rodolfo García Vázquez publicou “Formas de Tecnopresença no Palco – Experiências Brasileiras do Teatro Os Satyros e da SP Escola de Teatro”, na revista Tekstualia. Os dois textos atestam a relevância acadêmica do projeto e gestão da SP Escola de Teatro no âmbito da pesquisa de teatro e gestão teatral, não só no Brasil, mas no exterior.
No quadrimestre, maio iniciou com as inscrições para o processo seletivo do segundo semestre com um recorde de mais de 1.000 inscrições para o processo de meio de ano. No mês, a Instituição também recebeu o lançamento do livro de Tiche Vianna, “Além da Commedia dell’Arte – A Aventura em um Barracão de Máscaras”, lançado pela Editora Perspectiva, com palestra e performance da
autora na unidade Roosevelt.
Junho marcou, ademais, a visita do Arquivo Público do Estado SP ao Acervo Antônio Abujamra, da Biblioteca, na unidade Brás, para uma avaliação e diagnóstico dos materiais, para o estabelecimento de cooperação para orientação dos técnicos do local quanto às melhores práticas de conservação de documentos que compõem o acervo do artista.
Julho viu o encerramento do semestre letivo e a apresentação da mostra dos experimentos cênicos, no qual 16 grupos apresentaram os seus espetáculos finais de conclusão de módulo para o público interno e externo ao longo de seis dias. Nesse mês, a Escola também lamentou a
morte do encenador e mestre do teatro José Celso Martinez Corrêa. Além de publicar em seu site conteúdos especiais em homenagem ao artista, a Instituição estendeu bandeiras pretas por duas semanas nas suas duas unidades, Brás e Roosevelt, como forma de luto e respeito.
Agosto, por fim, contou com o início do novo semestre letivo, com a recepção aos novos estudantes e a entrega de um novo kit de recepção (sacola, caderno, caneta e guia de estudante personalizados). Houve, também, oficinas de pães e de azulejos e apresentações da Cia. Mundu Rodá e da Palhaça Madame Frôda. Ainda nesse mês, a Instituição lançou a sua nova edição da E.L.A. – Escola Livre de Audiovisual, projeto de oito cursos gratuitos sobre cinema, em temas como direção, figurino e roteiro.
Dos eventos, cursos, oficinas e workshops promovidos pela área de Extensão Cultural, destacaram-se o encerramento do curso de teatro musical, com um recorde de inscritos; o evento formativo
“Letramento Racial”; os cursos “Consciência corporal através da dança”, “Dança contemporânea – Corpolítico” e “Técnicas circenses”; duas edições do SP Música, com os artistas Cris Cunha e Alysson Salvador; e o evento “Mulher Negra Latino-Americana”. Além disso, a Escola recebeu, na unidade Roosevelt, as residências artísticas “D’Água”, “An Adam and an Eve”, “MALA”, “Gagarin Way”, “Ela”, “Nunca Vi Uma Gaivota” e “Isto Não É uma Democracia”.
Já no Programa Oportunidades, salienta-se a ida de alguns jovens que cumprem medida socioeducativa na Fundação Casa à unidade Brás da Escola, para acompanhar as apresentações da mostra dos estudantes; a abertura do novo edital com oferta de até 75 bolsas-auxílio para o segundo semestre letivo; e a divulgação da nova pesquisa de impacto profissional dos estudantes egressos.
Por fim, no período, a Biblioteca se destacou com uma parceria com o Unifai – Centro Universitário Assunção, para que estudantes de Biblioteconomia daquela faculdade façam trabalhos voluntários e acadêmicos na unidade Brás.
Setembro a dezembro
No período, o evento mais importante foi o lançamento do livro “Teatro de Grupo em Tempos de Ressignificação”, pelo Selo Lucias, pesquisa histórica de Alexandre Mate, Ivam Cabral, Elen Londero e Marcio Aquiles que compilou mais de 330 grupos teatrais do Litoral e Interior de São Paulo, completando a pesquisa do livro de 2020 que trouxe textos de 194 coletivos da Grande São Paulo. Distribuído gratuitamente e também disponibilizado para download na internet, o livro teve uma noite de festa no hall da unidade Roosevelt da SP Escola de Teatro, com a presença de centenas de pessoas e também de Marilia Marton, Secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado. O livro ganhou o Prêmio Arcanjo de Cultura e está indicado ao Prêmio Shell de Teatro 2024.
Outros destaques foram os prêmios recebidos pela SP Escola de Teatro e pela ADAAP. No começo de novembro, no Domo do Instituto Principia – Fundação Instituto de Física Teórica, a Entidade recebeu a Salva de Prata, grande honraria da Câmara Municipal de São Paulo. O prêmio, concedido pelo vereador Xexéu Tripoli, se deu “em reconhecimento ao seu importante papel no ensino das artes cênicas no Brasil”. Ainda em novembro, pelo terceiro ano consecutivo, a SP Escola de Teatro e a ADAAP receberam o Selo Igualdade Racial, concedido pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura da Cidade de São Paulo. O Selo certifica instituições privadas que têm no quadro de profissionais ao menos 20% de pessoas negras em diferentes níveis hierárquicos e funções.
Finalmente, a Escola recebeu, no Teatro Paulo Autran, o Selo de Direitos Humanos e Diversidade, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo – SMDHC-SP, na categoria LGBTQIA+. O prêmio surgiu da constatação de que a inserção no mercado de trabalho é fundamental para a promoção da igualdade em direitos, ao permitir que as pessoas vivam com dignidade e respeito e construam sua noção de cidadania. Foi a terceira vez que a SP Escola de Teatro foi agraciada com este selo.
No quadrimestre, em setembro a Instituição recebeu o diretor português Rui Frati, que conversou com estudantes na unidade Brás sobre o ofício de direção teatral. Os estudantes dos cursos de Atuação, Sonoplastia e Direção também receberam Gisele Perê e Evandro Nunes, que falaram dos temas “Mitologias e Imaginários Contidos na Cultura Tradicional Afrobrasileira” e “Trajetória do Teatro Negro e Atitude”. Ainda no mês, a área de Extensão Cultural e Projetos Especiais lançou o edital do Prêmio Solano Trindade 2023, cuja quarta edição buscou premiar três novos textos dramatúrgicos de autores negros em formação.
Em outubro, a Pedagogia da Instituição abriu novo processo seletivo para os cursos técnicos, para as turmas do primeiro semestre de 2024. Já os estudantes atuais, dos cursos de Direção, Humor e Atuação, apresentaram a Mostra de Microcenas ao público. Também, a unidade Roosevelt recebeu dezenas de atividades do Festival Satyrianas 2023, como palestras, shows, exposições e peças, atraindo um público de milhares de pessoas. 100 das 407 atividades do festival que está no calendário oficial da cultura de São Paulo aconteceram na Escola. Naquele mês, a SPET também se despediu de Danilo Santos de Miranda, grande nome da cultura brasileira que estava há quatro décadas à frente do Sesc SP. Danilo era Conselheiro de Administração da ADAAP e foi homenageado com notícias e depoimentos no site da Entidade.
Em novembro, aconteceu o lançamento do livro “Eternizar em Escrita Preta”, com a coletânea dos textos premiados do Prêmio Solano Trindade 2022, além do anúncio dos vencedores do prêmio de 2023. O livro atraiu um grande público à unidade Roosevelt como parte das atividades do Mês da Consciência Negra. A presidente do Conselho da ADAAP, Isildinha Baptista Nogueira, promoveu, também, uma palestra sobre racismo aos estudantes da Instituição. Além disso, os estudantes do curso de Dramaturgia apresentaram o evento Cena Única, com leitura de textos dramatúrgicos inéditos criados durante as aulas.
Por fim, em dezembro, a unidade Roosevelt recebeu nomes importantes do teatro para palestras e mesas de discussão com estudantes e público externo, como Vivi Tellas, Chia Rodrigues e Victor Albuquerque. Já os estudantes dos oito cursos técnicos regulares apresentaram durante uma semana a mostra de experimentos. No mês, a Instituição também recebeu a mesa de discussão “Desafios da Acessibilidade na Indústria Criativa”, como parte da celebração do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.
Dos eventos, cursos, oficinas, workshops e shows promovidos pela área de Extensão Cultural, destacaram-se “Olhares: Poéticas e possibilidades da crítica teatral”, “Antes, depois e entre: Explorações no jogo de máscaras”, “Manipulação e criação de bambolê circense” e “Estudos de materialidades circenses”. Entre as residências artísticas, os espetáculos “Platitudes” e “As Mulheres, os Hormônios e Eu” e os shows do SP Música “Enquanto os Homens Dormem”, de Clara Castro, e “Cantos D’Alma Negra – Entre Sonhos, Sambas e Lutas”, de Tâmara David.
Por sua vez, o Programa Oportunidades promoveu uma série de atividades e projetos com estudantes bolsistas e com outras instituições, como: uma oficina teatral para mulheres jovens bolivianas, em parceria com a Associação Mulheres Imigrantes Luz e Vida (Amilv); uma oficina teatral ofertada em outubro e novembro para moradores da Ocupação Nove de Julho; e uma oficina feita para adolescentes da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA) Rio Paraná. O Programa também promoveu duas edições do Sarau “Amor em SP”, que convidou artistas e público da periferia para a unidade Roosevelt, em noites que contaram com batalha de rimas e música.
Encerrando o ano, em dezembro, a ADAAP, por meio do chamamento oficial da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, venceu a convocatória para o projeto SP Escola de Teatro, ganhando mais cinco anos (2024-2028) à frente do projeto que operacionaliza desde 2009.