O diretor José Celso Martinez Corrêa e a professora Maria Augusta Fonseca estão entre os nomes confirmados na programação do “Vamos comer Piolin! 90 anos de Festim Antropofágico”, programação comemorativa ao Dia Nacional do Circo, celebrado nesta quarta-feira (27). O evento gratuito é realizado pelo Centro de Memória do Circo e a ação ainda busca reeditar o “Festim Antropofágico”, evento promovido em 1929 pelos artistas modernistas na cidade de São Paulo.
Passam pelo evento, que ocorre em duas datas, artistas como os palhaços Xuxu, Romiseta, Pepin e Florcita, as mestras Marilia de Dirceu e Amercy Marrocos, os atores Pascoal da Conceição, Marcelo Drummond e o coro do Teatro Oficina. Além disso, a cerimônia será apresentada por Raul Barreto, do Parlapatões.
Na terça-feira (26), a partir das 19h, será realizado o encontro “Reflexões sobre o Modernismo Antropofágico e sua relação com o circo”. José Celso, fundador e diretor do Teatro Oficina Uzyna Uzona, e a professora do Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo (USP), Maria Augusta Fonseca, são os convidados da conversa.
Na terça-feira, a partir das 15h, o público poderá assistir o espetáculo “Vamos comer Piolin! 90 anos de Festim Antropofágico”, em uma montagem em formato de cortejo que cruza por pontos da cidade como o Largo do Paissandu e terá a Galeria Olido, no Centro de São Paulo, como ponto final. Diversos atores participam do espetáculo interpretando nomes do modernismo.
COMEMORAÇÃO
O Dia do Circo é comemorado sempre em 27 de março, data de nascimento de Abelardo Pinto (1897-1973), nacionalmente conhecido como Palhaço Piolin. Foi nessa mesma data que em 1929, ou seja, há exatos 90 anos, os artistas modernistas do Clube de Antropofagia, liderados por Oswald de Andrade, realizaram o “Festim Antropofágico” em comemoração aos 32 anos do artista que dava vida ao palhaço.
O “Festim Antropofágico” ocorreu no Restaurante do Mappin Store, à época na Praça do Patriarca, na região central da capital paulista, e consistiu num almoço cujo prato servido foi, de modo simbólico, o próprio Piolin. Como os modernistas se inspiravam nos índios antropófagos, que em ritual comiam o inimigo para adquirir sua força, a celebração foi uma forma de exaltar um dos ícones dos picadeiros brasileiros.
Em 1972, quando foi comemorado o cinquentenário da Semana de Arte Moderna, uma instalação de Pietro M Bardi e Lina Bo Bardi foi colocada no vão livre do Masp representando o Circo Piolin. Para eles, o palhaço foi um dos nomes mais autênticos do movimento paulista. No mesmo ano, o estado de São Paulo decretou oficialmente a data do seu nascimento como o dia para celebrar a arte circense.
Confira a programação completa abaixo: