A Cia. Circo de Bonecos foi fundada por Carlos Saltini e Teka Queiroz em 1999, e desde então empreende pesquisas que relacionam teatro de bonecos com o jogo clownesco e a mímica. Seu nascimento se deu em função da remontagem do espetáculo Circus – A Nova Tournée, criado em 1996 pela companhia teatral A Cidade Muda.
A primeira apresentação do grupo ajudou a delimitar o tema do repertório, que é amplo e possui peças como: Lolo Barnabé (2003), de Eva Furnari; O Voo – A Viagem de Teco-Teco (2003); Inzoonia (2005); Guarda Zool (2006); Circo de Pulgas (2010). Durante os mais de 20 anos de experiência da companhia, mais de 5 mil apresentações foram feitas, em cerca de 200 cidades brasileiras, para mais de 1,8 milhão de espectadores.
O processo criativo do grupo passa pelos eixos estética, lúdico e jogo a ser estabelecido com o público. Nesse contexto, a cia explica como tal relação se dá:
“Os espetáculos se colocam desarmados, prontos para provocar e serem provocados. Falar com o público de igual para igual, sem menosprezar a inteligência da plateia, qualquer que seja ela.”
Já quanto a temática a ser trabalhada, a Cia busca sempre fazer alusão as principais questões existenciais da atualidade, pontuando que não tem pretensões de agradar:
“Muito pelo contrário, gostamos de incomodar, de fazer pensar, de emocionar. Não há assunto proibido para crianças. As situações engraçadas ou provocativas estão lá para que todos possam construir suas compreensões.”
Durante o processo de criação, a companhia primeiro produz os roteiros para os espetáculos, para em seguida trabalhar nos bonecos, cenário e figurinos. Por fim são feitos os ensaios, e o material inicialmente produzido é testado, mas o grupo ressalta a importância e centralidade da presença do público no decorrer da efetiva elaboração da peça:
“A cada sessão, uma narrativa se cria ou se recria: o texto se ressignifica, os tempos de cada cena, o volume da trilha sonora, o movimento dos bonecos e atores, os gestos, os códigos. ”
No geral, a Cia. Circo de Bonecos preza pela comunicação com o público, a partir de um teatro que é construído durante a representação:
“Quando se permite estar em silêncio, começamos a escutar e retiramos as máscaras que levamos para o palco, nesse instante o espetáculo toma conta de toda a sala do teatro, subvertendo a noção do tempo, transportando atores e plateia para um lugar longe dali. ”
Na visão do coletivo o teatro existe para encantar, utilizando para isso sua força de transformar todos aquelas envolvidos na experiência, promovendo novas maneiras que compreender a vida.