A SP Escola de Teatro inicia nesta terça-feira, 23, uma série de minibiografias de grandes cenógrafos da história do teatro mundial.
Na lista, há importantes nomes, como Edward Gordon Craig, Daniela Thomas e Darcy Penteado.
Confira o nosso primeiro homenageado, Edward Gordon Craig:
Filho da famosa atriz shakespeariana Ellen Terry e do arquiteto Edward William Godwin, Craig nasceu na Inglaterra em 1872.
Iniciou sua carreira artística como ator na companhia de Henry Irving, mas preferiu se dedicar a cenografia e encenação.
O também desenhista e gravurista, muito conhecido por seus trabalhos artísticos e teorias, defendia a união entre todas a técnicas envolvidas numa encenação (cenário, música, luz, atores, figurinos, texto), estas a serem desenvolvidas pelo encenador numa unidade conceitual.
Para Craig, o teatro deveria estar em movimento, através das revelações filosóficas, poéticas e místicas, e ser apontado como arte visual, por influenciar profundamente o espírito da plateia através das imagens e gestos simbólicos.
Foi um grande combatente da iluminação de ribalta, até então, muito utilizada nos palcos entre os séculos XIX e XX. Defendia a criação de atmosferas e efeitos de grandes plasticidades simbólicas. Suas teorias proporcionaram uma grande liberdade ao desenho da cena contemporânea, mesmo com algumas impossíveis de serem executadas.
“Quando aí estiverem de novo reunidos, nascerá uma arte tão elevada, tão universalmente admirada que se descobrirá nela uma nova religião. Uma religião que não fará sermões, mas revelações; que não nos apresentará imagens definidas como as criadas pelo pintor ou pelo escultor, mas nos desvendará o pensamento, silenciosamente, pelo gesto, por sucessivas visões. ” Trecho do livro Da Arte do Teatro, escrito por ele entre 1904 e 1910.