2020 foi desafiador para a classe artística brasileira. Neste ano de pandemia, os profissionais do setor de Cultura e Economia Criativa demonstraram muita força e resiliência ao superarem as dificuldades que se apresentaram ao longo dos meses.
Reconhecendo esse árduo e bonito trabalho, O Prêmio Arcanjo de Cultura lança seu olhar para este momento histórico e anuncia os indicados de sua segunda edição. O propósito é valorizar e reconhecer os artistas que seguiram em frente com coragem e inovação em um período complexo e difícil como o que vivemos na atualidade.
A lista de indicados pelo ano de 2020 traz 60 nomes que concorrem aos 30 troféus divididos em 7 categorias. São 8 indicados em cada uma destas seis linguagens: Artes Visuais, Cinema, Música, Redes, Streaming TV e Teatro, que ao fim terão 4 vitoriosos em cada uma delas. E 12 indicados na categoria Especial, com 6 premiados.
Com direção artística de Ivam Cabral, a cerimônia será realizada no primeiro trimestre de 2021 em formato híbrido digital-presencial, tendo novamente o Theatro Municipal de São Paulo como cenário. A 1ª edição histórica foi também neste célebre palco.
Idealizado pelo jornalista e crítico Miguel Arcanjo Prado, referência no jornalismo cultural brasileiro, o júri conta ainda com Adriana de Barros, Bob Sousa, Elba Kriss, Hubert Alquéres e Zirlene Lemos, especialistas que acompanham o cenário artístico nacional.
“Neste ano tão difícil por conta da pandemia da Covid-19, que afetou especialmente as artes, o Prêmio Arcanjo de Cultura é um forte aplauso à classe artística, que sobrevive milagrosamente a este duro período que atravessamos. Nosso intuito é valorizar profissionais e iniciativas pioneiras em 2020, sempre prezando por um olhar diverso, democrático e inclusivo, o que é nossa marca”, afirma Arcanjo.
INDICADOS 2º PRÊMIO ARCANJO DE CULTURA – 2020
ARTES VISUAIS
Acervo Vladimir Herzog – Instituto Vladimir Herzog (IVH) e Itaú Cultural
Pela preservação da memória do grande jornalista brasileiro, assassinado pela ditadura.
Centro de Pesquisa e Formação (CPF) do Sesc São Paulo
Pela valorização da reflexão e proposta de diálogos sobre as Artes Visuais.
Edson Lopes Jr.
Pelo sensível olhar fotojornalístico no registro da pandemia do novo coronavírus na cidade de São Paulo.
Evoé – Fotografias de Teatro, de Priscila Prade
Pelo registro histórico que condensa três décadas do teatro brasileiro e seus grandes artistas.
J. C. Serroni
Pelos 70 de vida e grande contribuição, com projetos cenográficos, ensino, pesquisa e publicações, às Artes Visuais e ao Teatro Brasileiro.
John Lennon em Nova York por Bob Gruen – MIS
Pela apresentação da trajetória visual de um dos maiores artistas do século 20.
My Name Is Ivald Granato – Sesc Belenzinho e Sesc Guarulhos
Pela apresentação de meio século de produção artística inventiva e performativa do artista brasileiro.
Paulo Nazareth
Pela potente trajetória nas Artes Visuais com reconhecimento internacional.
CINEMA
A Febre
Pela proposição da diretora Maya Werneck Da-Rin em dar voz ao indígena em um país entregue à voracidade predatória.
Babenco, Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, de Bárbara Paz
Pela delicadeza cinematográfica no registro dos últimos dias de um dos maiores diretores do cinema, Héctor Babenco.
Fim de Festa
Pela proposta do diretor Hilton Lacerda em construir um filme inteligente e divertido, verdadeiro deleite para quem gosta de cinema.
Lima Duarte
Pelos 90 anos de vida do grande ator com contribuição inestimável ao cinema brasileiro.
Mostra de Cinemas Africanos e Vídeo nas Aldeias
Por serem duas iniciativas de inclusão audiovisual: a primeira, apresentando o novo cinema da África, e a segunda por ser importante projeto de produção audiovisual indígena.
Sete Anos em Maio e Vaga Carne
Pela união na exibição de dois médias poderosos na mensagem e qualidade de produção: de um lado, a denúncia do genocídio negro, do outro, um corpo buscando sua voz.
Silvio Guindane
Pela constante demonstração de ser artista versátil no cinema, teatro e TV, não se prendendo à atuação, mas navegando também pelo roteiro, dramaturgia e direção.
SPCine Play
Por ser uma plataforma pública pioneira de streaming no Brasil, que valoriza e amplifica o audiovisual nacional.
MÚSICA
Bárbara Bivolt
Pelo primeiro disco que leva seu nome e é fruto de uma década de dedicação ao rap.
Coletivo IMuNe – Instante da Música Negra
Pelo diálogo artístico que fez o Brasil conhecer seis nomes talentosos da nova música negra: Bia Nogueira, Cleópatra, Gui Ventura, Maíra Baldaia, Raphael Sales e Rodrigo Negão.
Edital Natura Musical
Pelo constante estímulo à nova música brasileira e apoio crucial no desafiante 2020.
Gilberto Gil e BaianaSystem
Pelo disco Gil Baiana Ao Vivo em Salvador, registro do encontro geracional potente e histórico.
João Gordo
Pela corajosa trajetória no Entretenimento e na Música, que o torna um dos maiores nomes do punk nacional.
Kunumi MC
Por ser voz representativa do discurso indígena na cena musical.
Marcelo D2
Pelo disco Assim Tocam Meus Tambores, no qual reuniu seus “cria” em um projeto produzido e gravado a partir de lives feitas durante o período de isolamento.
Mateus Aleluia
Pelo disco Olorum, no qual o lendário integrante de Os Tincoãs, reforçou elo crucial com a ancestralidade negra.
REDES
Ary Fontoura
Pela comunicação positiva no Instagram durante a pandemia, que tornou o ator de 87 anos nome seguido por mais de 2 milhões de pessoas.
Educa Podcast
Pelo precioso projeto que une Educação e Música em papos prazerosos com entrevistados que sempre têm algo inteligente a dizer.
Festival Satyrianas
Pelo mergulho no digital em sua 21ª edição, acompanhada por mais de 45 mil pessoas em 78 horas que reuniram 300 atrações artísticas e cerca de 100 filmes.
Histórias de Confinamento
Pelo projeto digital baseado em histórias reais enviadas pelo público e transformadas em vídeos no canal do Grupo Galpão no YouTube.
Maria Zilda Bethlem
Pelas entrevistas conduzidas de forma espontânea pela atriz no Instagram que conquistaram milhares de pessoas na quarentena.
Na Morada
Pelo excelente podcast na CBN, conduzido por Tatiana Vasconcellos e Laura Cassano, focado em questões da mulher que mora sozinha, valorizando novos tipos de configuração familiar.
Teresa Cristina
Pelas lives no Instagram da cantora que imediatamente se tornaram porto seguro de inteligência e cultura nesta quarentena.
Tina
Pelo humor ferino das atrizes Isabela Mariotto e Julia Burnier no Instagram, onde a personagem conquistou o público inteligente com uma cutucada divertida no campo progressista privilegiado.
STREAMING TV
Amazon Prime Video
Pelo crescimento no Brasil do serviço de streaming que apresenta produções próprias e soluções eficazes para o usuário, como legendas de tamanho regulável.
As Aventuras de Poliana
Pela garra da equipe de teledramaturgia do SBT que conquistou o público, tendo sido a única novela inédita no ar durante a pandemia.
Babu Santana e Thelma Assis
Pelo forte carisma e representatividade negra que conquistou o país no Big Brother Brasil, reality da Globo.
CNN Brasil
Pela estreia, crescimento e por ter rapidamente se tornado importante opção de informação para o público brasileiro.
Em Nome de Deus
Pela revelação dos bastidores do caso João de Deus em uma verdadeira aula de jornalismo investigativo na série do Globoplay.
Falas Negras
Por dar voz na tela da Globo e no Globoplay ao discurso de 22 personalidades negras históricas, em cuidadosa produção dirigida por Lázaro Ramos e idealizada por Manuela Dias.
João Acaiabe
Pelos personagens que conquistaram gerações em 50 anos de carreira artística e pioneirismo na representatividade negra nas artes.
Sinta-se em Casa com Marcelo Adnet
Pela criatividade durante a pandemia do humorista no Globoplay, conseguindo aliviar as tensões do complicado período.
TEATRO
A Arte de Encarar o Medo (The Art of Facing Fear)
Pelo pioneirismo no Teatro Digital da Cia. Os Satyros nesta obra de Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez com elencos brasileiro, africano-europeu e estadunidense e temporadas em 4 continentes; corajoso feito para o teatro brasileiro no turbulento 2020.
A Cor Púrpura
Pela impecável produção de teatro musical com elenco e equipe totalmente dedicados em contar uma velha história negra com múltiplos e novos significados.
Desamparos
Pelo mergulho sensível e virtual da atriz Cléo De Páris sob direção de Fábio Penna, um respiro poético em meio ao caos.
Jane Di Castro, Divina Valéria, Eloína dos Leopardos, Camille K, Marcia Dailyn e Divina Nubia
Pelo pioneirismo na representatividade trans e transformista nos palcos, com trajetórias reunidas no espetáculo Divinas Divas, marco no Theatro Municipal de São Paulo em 2020.
Negra Palavra, Solano Trindade
Pela valorização da importante obra do poeta negro pernambucano Solano Trindade, na voz de 11 artistas no Teatro Digital durante a quarentena em realização do Coletivo Preto e Cia de Teatro Íntimo.
O Canto de Ninguém
Pela madura construção dramatúrgica de Luccas Papp bem como pela estreia brilhante da estrela dos musicais Fabi Bang no teatro dramático, ambos sob direção de Kleber Montanheiro.
O Filho do Presidente
Pelo desbravar do Teatro Digital a cargo do Teatro Caminho, com o ator Ricardo Cabral dirigido por Natasha Corbelino, em uma experiência intimista.
O Pior de Mim
Pelo texto filosófico e entrega visceral da atriz Maitê Proença, sob direção de Rodrigo Portella, em um voo delicado nas possibilidades criativas e comunicativas do Teatro Digital.
ESPECIAL
Anderson Jesus
Pela proposta de comunicação que valoriza a trajetória negra, foco do projeto de conteúdo digital multiplataforma Todos Negros do Mundo (TNM).
Angela Ro Ro
Pelos 70 anos de uma artista talentosa, pioneira na liberdade do amor e com trajetória de sucessos que marcaram gerações.
Elza Soares
Pelos 90 anos desta artista de grande talento, farta coragem e constante capacidade de reinvenção, além de ser voz histórica da mulher negra brasileira.
Fábio Porchat
Pelas entrevistas em formato live na quarentena e pela ajuda a artistas e técnicos em vulnerabilidade na pandemia.
Fundo Marlene Colé da APTI, Fundo Iasmine do Teatro Musical, APTR, SP Escola de Teatro, Cooperativa Paulista de Teatro e Sated
Pelas campanhas de ajuda a artistas e técnicos vulneráveis na pandemia da Covid-19.
Hilton Cobra
Pela irretocável trajetória de valorização do teatro negro, coroada com a excelente peça Traga-me a Cabeça de Lima Barreto.
Hugo Possolo
Pelos múltiplos editais da Secretaria Municipal de Cultura da Cidade de São Paulo durante a pandemia, primordiais para a sobrevivência do campo cultural paulistano.
Itaú Cultural
Pelos editais Arte como Respiro durante a quarentena em diferentes linguagens artísticas, que trouxeram fôlego extra às artes e seus profissionais.
Os Crespos Cia. de Teatro
Pelos 15 anos da importante companhia dedicada ao teatro negro sob comando de Lucelia Sergio e Sidney Santiago Kuanza.
Pedro Paulo Cava
Pela trajetória de 70 anos de vida e dedicação às artes cênicas em Minas Gerais, onde comanda o Teatro da Cidade em Belo Horizonte há três décadas.
Sesc São Paulo
Pela série #SescEmCasa com espetáculos que representaram uma nova possibilidade produtiva na quarentena para profissionais das artes.
Sérgio Sá Leitão
Pelos constantes editais da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo em apoio aos artistas durante a pandemia com destaque para o #CulturaEmCasa, com a Associação Paulista dos Amigos da Arte (APAA), que possibilitou o encontro de artistas com milhares de espectadores durante a quarentena.
JÚRI – PRÊMIO ARCANJO DE CULTURA 2020
ADRIANA DE BARROS
Jornalista, crítica e colunista de Música. É editora do site da TV Cultura e assina a coluna Nos Bastidores, no portal Terra. Atuou por 20 anos no UOL como Coordenadora de Entretenimento, comandando grandes coberturas de festivais e Carnaval. É curadora do edital 2020 Natura Musical e integrou o Superjúri 2019 do Prêmio Multishow. Eleita duas vezes uma das cinco melhores jornalistas de música do Brasil pelo WME Awards by Music2. É crítica e jurada de Música Popular da APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes). É natural de Santo André, no ABC Paulista, e vive em São Paulo.
BOB SOUSA
Fotógrafo, pesquisador, crítico e jurado de Artes Visuais da APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes). Mestre em Artes pela UNESP e bacharel em publicidade. É autor do livro Retratos do Teatro (Ed. Unesp) e da coluna O Retrato do Bob no Blog do Arcanjo, com registro das principais personalidades da cultura. Colaborou como fotógrafo em publicações como Cult, Veja São Paulo, Estadão e Folha de S.Paulo, entre outras. É natural de São Paulo, onde vive.
ELBA KRISS
Jornalista e roteirista. Cobre o universo da televisão e seus artistas no Notícias da TV, de Daniel Castro, site parceiro do UOL. Foi roteirista no TV Fama, na Rede TV!. Cobriu televisão e celebridades nos portais R7, Quem e OFuxico. Atuou como editora de Moda, Beleza e Lifestyle do Yahoo Brasil. Na On Line Editora, liderou projetos internacionais em parceria com a Televisa do México, um dos principais grupos de comunicação da América Latina. Nascida em La Paz, é imigrante boliviana naturalizada brasileira, após se mudar ainda criança com a família para São Paulo.
HUBERT ALQUÉRES
Com atuação nas áreas de Cultura e Educação, com forte dedicação ao cinema, é jurado do Prêmio Sesc Melhores Filmes e membro da Academia Paulista de Educação, além de presidente do Conselho Estadual de Educação de São Paulo. É vice-presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), que promove o Prêmio Jabuti. Presidiu a Imprensa Oficial de São Paulo. Colabora como articulista para veículos como Veja e Folha de S.Paulo. É natural de São Paulo, onde vive.
MIGUEL ARCANJO PRADO (idealizador)
Jornalista, colunista e crítico de artes com passagem pelos principais veículos do país. Bacharel em Comunicação Social pela UFMG, especialista em Mídia, Informação e Cultura pela ECA-USP e mestre em Artes pela UNESP, é diretor do Blog do Arcanjo, referência na cobertura cultural. É crítico da APCA, da qual foi vice-presidente. Passou por Globo, Record, Abril, Folha, Band e Gazeta, entre outros. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se, além de ter recebido os prêmios Inspiração do Amanhã, Nelson Rodrigues, Leda Maria Martins e Referência Nacional pela Ancec. Atualmente, é Coordenador de Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e faz o Podcast do Arcanjo em parceria com a OLA Podcasts. Natural de Belo Horizonte, vive em São Paulo desde 2007.
ZIRLENE LEMOS
Jornalista e Relações Públicas pela UFMG, onde cursa Direito. Realizou grandes coberturas como Festival de Inverno da UFMG em Diamantina, Mostra de Cinema de Tiradentes, Encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual e Carnaval UOL. Foi crooner do grupo de jazz Geraes Big Bang, do espetáculo Revertério e do grupo Rosa dos Ventos, com participações no Festival de Arte Negra (FAN-BH) e Festival Internacional de Teatro (FIT-BH). Integrou a Comunicação da UFMG e da Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais. É natural de Belo Horizonte, onde vive.
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