Se você estiver próximo da Rua Silveira Rodrigues, no bairro da Lapa, em São Paulo, não se esqueça de passar na casa de Anette Naiman para assistir a uma peça. Sim, o espetáculo acontece na casa dela, ou melhor, no teatro na casa dela.
Fundado em 2004, o Teatro da Garagem foi construído para realizar pesquisas e experimentos cênicos, tomando como base os textos dramatúrgicos nacionais.
A carioca e judia Anette Naiman, mudou-se para um Kibutz em Israel, após a morte dos pais, para estudar e trabalhar. Nesse período, foi tradutora, faxineira e garçonete. De volta ao Brasil, conheceu seu marido e teve o primeiro filho.
O Teatro da Garagem nasceu com a chegada do segundo filho. Durante uma reforma na casa, a atriz precisou construir um degrau próximo da sala de bagunça dos filhos. Aquele degrau se parecia com um palco e o espaço da garagem foi se transformando no seu ambiente de trabalho.
Desde a sua estreia, foram realizadas leituras de diversos textos, como o “Movimento Leitura na Garagem” e a apresentação de monólogos nas “Mostras de Solos”. Os vizinhos e amigos, logo se tornaram o público do teatro. A família também se envolveu, e hoje o marido trabalha na bilheteria na entrada da casa e os filhos se divertem na função de contra regra.
Anette já subiu ao palco com o conto de Lygia Fagundes Telles, “Apenas um Saxofone”. A história narra a vida de uma mulher nos anos 1990 que luta pela igualdade na época do rock alternativo.
Atualmente, o espetáculo “Os Imprestáveis”, de Darci Figueiredo, está em cartaz, às sextas, às 22h, no Teatro da Garagem. No elenco, estão Anette e José Trassi.
Texto: Leandro Nunes