O século era V a.C. Os gregos construíam aquele que seria o mais importante teatro da Grécia Antiga, considerado berço do teatro ocidental e da tragédia, onde seriam apresentadas as tragédias clássicas de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes.
Recebendo o nome do deus do vinho e das festas, o Teatro de Dioniso foi erguido na encosta sul da Acrópole de Atenas, como parte do santuário de Dioniso. Por volta de 330 a.C, a pedra substituiu totalmente as antigas arquibancadas e o palco de madeira, forma pela qual ficaria mais conhecido e como é mantido até hoje.
O Teatro de Dioniso hoje, com Atenas ao fundo
E não eram apenas espetáculos teatrais e concursos que ocupavam o espaço naquela época. Ali aconteciam também cerimônias de vários tipos e até reuniões da Assembleia dos Cidadãos. O próprio teatro grego era muito utilizado para discutir as questões políticas da cidade.
Com capacidade para cerca de 17 mil pessoas e 78 degraus, o Teatro de Dioniso tinha uma primeira fileira a 67 assentos especiais de mármore, reservados a sacerdotes, dirigentes da cidade e outros notáveis. Mais tarde, com Nero, os romanos remodelaram-no, o que voltou a acontecer outras vezes.
Há alguns anos, as autoridades gregas anunciaram uma reforma no espaço, que não recebe espetáculos desde a década de 1970 – e a intenção é que continue sem receber. A obra foi orçada em 6 milhões de euros (cerca de R$ 15 milhões) e estava prevista para terminar em 2015, combinando as pedras originais a materiais modernos.
Com restauração ou não, mantém-se inalterável a história deste teatro que figura entre os mais importantes de todos os tempos para as artes do palco.
Texto: Felipe Del