O escritor e crítico de teatro Marcio Aquiles, responsável pelos projetos internacionais da SP Escola de Teatro, lançou recentemente um novo projeto, intitulado “A Implosão do Significante Paranoide na Constelação de Aquário”, de poesias visuais publicadas por seu perfil do Instagram (@marcioaquiles). E é mais um conteúdo que faz integra nossa programação especial do Cultura Em Casa, projeto de divulgação cultural online neste período de quarentena para prevenção do coronavírus.
O autor de vários livros, entre eles “O Eclipse da Melancolia: Pseudo-sonetos de Matiz Simbolista” (Patuá, 2018), “O Amor e Outras Figuras de Linguagem” (Giostri, 2017), “O Esteticismo Niilista do Número Imaginário” (É Realizações, 2013) e “Delírios Metapoéticos Neodadaístas” (7 Letras, 2012), fez um bate-papo conosco para nosso site.
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SP Escola de Teatro: O que o motivou a iniciar este projeto novo?
Marcio Aquiles: Sempre fui fascinado por poesia concreta, e, sobretudo, pelos ditos precursores, como Pound, Joyce, cummings e, principalmente, Mallarmé. Até hoje não tinha feito, contudo, experimentações no campo da poesia visual e digital, pois estava mais interessado na materialidade do verso em seu estado mais bruto, com pesquisa em temáticas (abstração e mitologias) e linguísticas (rimas internas, aliterações e procedimentos matemáticos na construção sintática) centradas na palavra e suas relações.
Enfim, meu livro mais novo, “A Odisseia da Linguagem no Reino dos Mitos Semióticos”, a ser lançado neste ano, foi um trabalho insano, é uma epopeia de 3 mil versos, uma obra de exige imersão. Desse modo, dei vazão à vontade de iniciar este projeto mais imagético, que tem uma absorção mais imediata por parte do leitor.
SP Escola de Teatro: Nestes tempos de quarentena, você teria alguns livros para indicar aos nossos leitores?
Marcio Aquiles: Com certeza. Em primeiro lugar, “Despoesia”, do Augusto de Campos, e “Poesia Pois É Poesia”, do Décio Pignatari. Também “Um Lance de Dados”, do Mallarmé, uma das coisas mais lindas e complexas já escrita. Por fim, indico um romance gráfico, “Silvestre”, de Wagner Willian, obra com texto potente e alta sofisticação visual.