Com texto inédito do dramaturgo brasileiro Aimar Labaki, o solo teatral “Como Expressar uma Dor: Teoria e Prática” estreia dia 15 de março, sábado, às 20h30, na SP Escola de Teatro, Unidade Roosevelt, Sala Antônio Pompêo.
O espetáculo aborda a depressão por meio de uma palestra motivacional. Montagem do Teatro Kaus Cia Experimental tem direção de Reginaldo Nascimento e interpretação de Amália Pereira. A produção é da Kaus Produções Artísticas.
A residência artística fica em cartaz até 20 de abril na SP Escola de Teatro. Os ingressos estão disponíveis exclusivamente na Sympla da SP Escola de Teatro.
Em “Como Expressar uma Dor: Teoria e Prática”, Lorena, uma palestrante de técnicas de comunicação aplicadas à vida corporativa, reconhecida como mestra na sua área, sofre uma crise nervosa em plena apresentação. As consequências desse evento – e os motivos que a levaram a ele – são a espinha dorsal da estória. Sozinha no palco – com a ajuda apenas de um técnico/ator – a protagonista vive em público momentos de mania, depressão e recuperação.
A peça foi inspirada no livro “Depressão versus Esperança”, da especialista em comunicação empresarial, escritora, atriz e pedagoga Eunice Mendes. “Além do livro da Eunice, o texto também foi inspirado em leituras e vivências sobre a questão da depressão, uma doença mental tão disseminada em nossa sociedade, que, por vezes, é quase encarada como uma condição ‘normal'”, afirma o autor da peça Aimar Labaki.
“Ou, talvez pudéssemos dizer, como uma reação normal à insanidade que é a pressão física, psíquica e mental de se viver no capitalismo periférico. Além da depressão, a peça trata da saúde mental nas empresas e da autoajuda como instrumento na estratégia para normalizar condições de competitividade e agressividade inerentes à cultura da vida dos extratos médios do mundo corporativo”, completa o autor.
“O trabalho é focado na interpretação da atriz, privilegia o texto bem falado, com todas suas nuances, apostando no desenvolvimento corporal e vocal para aprofundar o tema abordado na obra. É uma cena limpa, com elementos estritamente essenciais para contar essa história, tão necessária atualmente, criando um espetáculo que mistura drama, comédia e palestra para dar vazão a expressividade da atriz e aproximar os espectadores da temática da peça”, declara o diretor Reginaldo Nascimento.
“O cenário reproduz o espaço de uma palestrante motivacional. O figurino retrata as três fases em que a personagem se encontra. A iluminação cria as atmosferas que levam os espectadores aos espaços da memória da personagem e conduz ao tempo presente, onde se desenvolve a ação. A trilha sonora é pontual e contribui para ambientar o tempo e o espaço onde está acontecendo o espetáculo/palestra”, afirma o diretor, que também assina a trilha e o cenário da peça.
Montagem tem iluminação de Denilson Marques e orientação de figurinos de Telumi Hellen. A operação de luz é de Carlos Favalli, que faz uma pequena participação na peça. “O espetáculo pode acontecer em qualquer espaço, uma sala de aulas, um teatro, um salão. Criamos uma atmosfera intimista, uma conversa olho no olho, na qual a proximidade entre atriz e espectadores permite adentar a trajetória da personagem Lorena e jogar com ela, compartilhando suas histórias num espaço reduzido”, afirma a atriz Amália Pereira.
“Como Expressar uma Dor: Teoria e Prática” tem apoio como residência artística da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo gerida pela organização social Adaap – Associação dos Artistas Amigos da Praça. “Por ser uma produção que não conta com nenhum apoio por meio de edital, lei ou fomento, este tipo de parceria como a da SP Escola é fundamental para que o trabalho aconteça”, finaliza a atriz.
Serviço
COMO EXPRESSAR UMA DOR: TEORIA E PRÁTICA – Estreia dia 15 de março, sábado, às 20h30. Texto: Aimar Labaki. Direção: Reginaldo Nascimento. Com o Teatro Kaus Cia Experimental. Elenco: Amália Pereira. Duração: 80 minutos. Gênero: Humor ácido. Recomendação: 14 anos. Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia). Sábados, às 20h30. Domingo, às 18h. Até 20 de abril.
SP ESCOLA DE TEATRO – Unidade Roosevelt – Praça Franklin Roosevelt, 210, Consolação, São Paulo, SP. Telefone: (11) 3775-8600. Capacidade 60 lugares. Ar-condicionado. O Espaço dispõe de acessibilidade para cadeira de rodas. Vendas somente pela internet na Sympla SP Escola de Teatro – www.sympla.com.br/produtor/spescoladeteatro
Ficha técnica
Autor: Aimar Labaki
Direção: Reginaldo Nascimento
Atriz: Amália Pereira
Cenário: Reginaldo Nascimento
Figurinos: Amália Pereira sob orientação de Telumi Hellen
Criação de luz: Denílson Marques
Sonoplastia: Reginaldo Nascimento
Operação de Luz e participação no espetáculo: Carlos Favalli
Operação de Som: Reginaldo Nascimento
Produção executiva: Amália Pereira
Direção de produção: Reginaldo Nascimento
Realização: Teatro Kaus Cia Experimental
Produção: Kaus Produções Artísticas
www.teatrokaus.com.br
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Aimar Labaki: Dramaturgo, roteirista, diretor de teatro e cinema, tradutor, ensaista e professor. Como autor teatral escreveu, entre outros, Tudo de Novo no Front, por ele dirigida, Vermouth, direção de Gianni Ratto,; A Boa, direção de Ivan Feijó,; Pirata na Linha; e Motorboy,, dirigidos por Débora Dubois,; Poda/Una Notte Intera, direção de Débora Dubois, no Festival Intercity, Florença, Itália, 2004 – e , com o título Campo de Provas, dirigido por Gilberto Gavronski, RJ, 2007; O Anjo do Pavilhão Cinco, baseado em inédito de Dráuzio Varella, dirigido por Emílio de Biasi,; Marlene Dietrich- As Pernas do Século, direção de William Pereira, A Vida em Vermelho – Brecht e Piaf, direção de Bruno Perillo, A Valsa de Lili, direção de Débora Dubois: Dirigiu Prego na Testa, de Eric Bogosian, espetáculo solo de Hugo Possolo; A Graça da Vida, com Nathalia Timberg, Graziella Moretto, e Clara Carvalho; MSTesão, texto de sua autoria, com Luciana Domschkee Augusto Pompeo (2008), Zibaldone. com textos de Leopardi, com Adriana Londoño e Clovys Torres, Megera, texto seu baseado em Shakespeare, com Agnes Zuliani e Rogério Britto e O Homem e a Mancha de Caio Fernando Abreu, com Marcos Breda, entre outros. Na TV, foi autor de Paixões Proibidas, telenovela da RTP Portuguesa e da Band, do documentário Brasil 500 – A Mostra do Redescobrimento, dirigido por André Klotzel (TV/2000. Escreveu e dirigiu o longa metragem Cordialmente Teus. Autor dos livros José Celso Martinez Correa (Publifolha, 2001) e Stanislavski, Vida, Obra, Sistema (Funarte, 2016), entre outros.
Reginaldo Nascimento: diretor teatral, ator, curador e arte educador. Criou o Teatro Kaus Cia Experimental em 1998. Mestre em Artes Cênicas na Unesp-SP. Desde 1993 se dedica especificamente a Direção Teatral e a pesquisa do teatro de grupo, tendo assinado a direção de mais de 20 espetáculos. Além das peças do Teatro Kaus, dirigiu também os espetáculos: A Palavra Progresso na Boca de Minha Mãe Soava Terrivelmente Falsa, de Matéi Visniec; Marat – Sade (A Perseguição e Assassinato de Jean-Paul Marat), de Peter Weiss; Pigmaleoa, de Millôr Fernandes; Cala a Boca Já Morreu, de Luís Alberto de Abreu; e A Boa, de Aimar Labaki. Dentro do Teatro Kaus organizou e editou três publicações sobre dramaturgia de língua hispânica. A primeira foi o livro Cadernos do Kaus – O Teatro na América Latina, publicado no projeto Fronteiras, em 2007, contemplado pelo Programa de Fomento, em 2006. A segunda foi a revista Hysterica Passio, publicado no projeto de mesmo nome em 2016, contemplado com o Prêmio Zé Renato de Teatro, em 2015. A terceira foi o Cadernos do Kaus – Teatro Kaus, Da América Latina à Espanha, 10 anos de dramaturgia hispânica, publicado no projeto de mesmo nome em 2018, contemplado pela 30ª Edição do Programa de Fomento, em 2017. Em agosto de 2009, idealizou e executou juntamente com o Grupo Kaus e em parceria com o Instituto Cervantes a Mesa de Debates Um Certo Arrabal, evento que trouxe a São Paulo o Dramaturgo Fernando Arrabal.
Amália Pereira: Atriz, produtora, diretora de atores e atrizes e jornalista, fundou o grupo Teatro Kaus Cia Experimental em 1998, com o diretor Reginaldo Nascimento. No Teatro Kaus, atuou nos espetáculos e fez a produção e divulgação de todos os projetos da Cia. Nos últimos anos também tem se dedicado, junto com o Reginaldo, a preparação e treinamento de atores e atrizes no Studio do Kaus, sede do coletivo. Foi diretora assistente da peça Memórias do mar aberto, Medeia conta a sua história, de Consuelo de Castro, que estreou em fevereiro de 2024 no Teatro Paiol Cultural. Atualmente dirige o grupo de teatro dos alunos da Adid – Associação para o Desenvolvimento Integral do Down. Atuou ainda nas peças Bailei na Curva, de Júlio Conte, direção de Brígido Vieira (1995), A Casa Fechada, de Roberto Gomes, direção de Conrado Kawasaki (1994) e A Terceira Margem do Rio, de Guimarães Rosa, direção de Milton Ferreira (1992). Em Cinema, participou dos Filmes: Os Sons do Divino (16mm), direção: Claudia Pinheiro, produção: Filmes de Abril, São Paulo (2009); Vídeo Adalgisa, de Alex Genari, direção: Carlos Azevedo, produção: Ponto Comunicação, São Paulo (2006); Filme Presságio (16mm), direção: Marcelo Magano, produção: Núcleo de Cinema e Vídeo Ethos, São José dos Campos (1997).
Teatro Kaus Cia Experimental: Radicado em São Paulo desde outubro de 2001, o Teatro Kaus Cia Experimental foi criado em dezembro de 1998, em São José dos Campos, pelo ator e diretor Reginaldo Nascimento e pela atriz e jornalista Amália Pereira. Na capital paulista, a Cia. encenou as peças Havia um país aqui antes do Carnaval, de Rudinei Borges (2022); Chuva de Anjos, de Santiago Serrano (2022/2023); Contrarrevolução (2018), de Esteve Soler; Hysterica Passio (2015/2017) e O Casal Palavrakis (2012/2014), ambas de Angélica Liddell; O Grande Cerimonial, de Fernando Arrabal (2010/2011); A Revolta, do argentino Santiago Serrano (2007); El Chingo, do venezuelano Edilio Peña (2007); Infiéis, do chileno Marco Antonio de la Parra (2006/2009); Vereda da Salvação, de Jorge Andrade (2005/2004) e Oração para um pé de chinelo, de Plínio Marcos (2002). Com a peça A Revolta participou em julho de 2007 do XVIII Temporales Internacionales de Teatro, em Puerto Montt e da Lluvia de Teatro de Valdivia, ambas no Chile. Em 2017 e 2018, realizou o Projeto Teatro Kaus – Da América Latina à Espanha – Dez anos de dramaturgia hispânica, beneficiado pela 30ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo. No final de 2015 foi contemplado pela 3ª edição do Prêmio Zé Renato para circulação da peça Hysterica Passio. Em 2016 e 2017, realizou o Projeto Fronteiras – O Teatro na América Latina, beneficiado pela 9ª edição do programa de Fomento ao Teatro.