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Papo de Teatro com Isser Korik

Publicado em: 15/08/2011 |

Charles Isser Korich é ator, diretor, dramaturgo e produtor de teatro

 

 

Como surgiu o seu amor pelo teatro?

Desde muito jovem, quando eu era monitor de crianças em acampamentos e atividades. Sempre gostei de fazer palhaçada.

 

Lembra da primeira peça a que assistiu? Como foi?

Não tenho certeza que foi a primeira, mas me levaram muito pequeno, com a escola, assistir a “Leonor de Mendonça”. Totalmente inadequado, saí de lá com a forte impressão de que teatro é muito chato. Levou anos para mudar isso. Olha só a responsabilidade que temos ao indicar espetáculos para crianças…

 

Um espetáculo que mudou o seu modo de ver o teatro.

“Les Luthiers”.

 

Um espetáculo que mudou a sua vida.

“Bonifácio Bilhões”, de João Bethencourt, com Lima Duarte, Armando Bógus e mais uma atriz que não sei quem era. Acho que a direção era do Zé Renato. Foi a partir daí que comecei a gostar MESMO de teatro.

 

Você teve algum padrinho no teatro? Se sim, quem?

Tive um grande mestre: Carlos Alberto Soffredini.

 

Já saiu no meio de um espetáculo? Por quê?

Não. Eu sei o quanto dói para quem está no palco.

 

Teatro ou cinema? Por quê?

Minha praia sempre foi o teatro. É onde me sinto seguro. Mas adoraria adentrar mares nunca d´antes navegados.

 

Cite um espetáculo do qual você gostaria de ter participado. E por quê?

Tantos! “Porca Miséria”, de Jandira Martini e Marcos Caruso, “Bonifácio Bilhões”, “ppp@wllmshkspr.br”, “Rumo ao Planeta Boing”… todos que eu gosto!

 

Já assistiu mais de uma vez a um mesmo espetáculo? E por quê?

Já, por vários motivos. Assisti muitas vezes a “Trair e Coçar É Só Começar” para estudar o fenômeno; “Almanaque Brasil”, pela parte da Poesia Ativa que era sempre diferente…

 

Qual dramaturgo brasileiro você mais admira? E estrangeiro? Explique.

Brasileiro, até pelo meu envolvimento, Carlos Alberto Soffredini é o maior. Mas também gosto de alguns novos como Fábio Brandi Torres, Mário Viana, Sérgio Roveri. E tem os clássicos que todo mundo cita. De estrangeiros, também para fugir dos clássicos, prefiro citar meu recentemente descoberto Alan Ayckbourn que achei genial.

 

Qual companhia brasileira você mais admira?

Admiro a consistência dos Parlapatões, que consigo acompanhar mais de perto. Mas gosto também do Armazém, do Folias, e do Tapa.

 

Existe um artista ou grupo de teatro do qual você acompanhe todos os trabalhos?

Infelizmente não consigo mais acompanhar tudo de ninguém. É uma pena.

 

Qual gênero teatral você mais aprecia?

Comédia, disparado!

 

Em qual lugar da plateia você gosta de sentar? Por quê? Qual o pior lugar em que você já se sentou em um teatro?

Gosto da quinta ou sexta fila, no corredor. Pior lugar que sentei foi o chão, que é sempre desconfortável.

 

Fale sobre o melhor e o pior espaço teatral que você já foi ou já trabalhou?

É muito bom ter o meu próprio espaço. No Teatro Folha estou literalmente em casa.

 

Existe peça ruim ou o encenador é que se equivocou? 

Infelizmente existe muita peça ruim.

 

Como seria, onde se passaria e com quem seria o espetáculo dos seus sonhos?

Difícil!! Seria uma comédia musical, com todos os meus grandes amigos de cena juntos. Direção de Moeller e Botelho, orquestra e músicas brasileiras.

 

Cite um cenário surpreendente.

O do Gilberto Gawronski para “Por Uma Vida Um Pouco Menos Ordinária”.

 

Cite uma iluminação surpreendente.

A do Paulo César Medeiros para “Um Violinista no Telhado”.

 

Cite um ator que surpreendeu suas expectativas.

Eduardo Reyes entrando para substituir em “Enquanto Isso…”

 

O que não é teatro?

Um monte de blábláblá que a gente vê por aí.

 

A ideia de que tudo é válido na arte cabe no teatro?

“Tudo” é coisa demais, não é?

 

Na era da tecnologia, qual é o futuro do teatro?

Ser cada vez mais teatral. Viver daquilo que lhe é específico.

 

Em sua biblioteca não podem faltar quais peças de teatro?

As peças de teatro têm que estar na minha mesa de trabalho, não na minha biblioteca.

 

Cite um diretor (a), um autor (a) e um ator/atriz que você admira.

Ah, são tantos! Não conseguiria ser justo nessa resposta.

 

Qual o papel da sua vida?

Qualquer um em que eu possa fazer o bom teatro acontecer.

 

Uma pergunta para William Shakespeare, Nelson Rodrigues, Bertold Brecht ou algum outro autor ou personalidade teatral que você admire. 

Seu João Bethencourt, gostou do Papa que a gente fez?

 

O teatro está vivo?

Vivo e pulsando. Sempre.