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Os Satyros estreiam o freak show ‘Cabaret Fucô’, seu primeiro musical

Publicado em: 09/11/2016 |

“Cabaret Fucô”. Foto: André Stefano.
 

A Cia. Os Satyros explora a estética dos freak shows para investigar os mecanismos de controle social descritos pelo filósofo francês Michel Foucault (1926-1984) em “Cabaret Fucô”, que estreia no Estação Satyros, no dia 9 de novembro.
 

Com direção de Rodolfo García Vázquez, o primeiro musical da trupe é a segunda parte da “Trilogia Cabaret”, que teve início em 2011, com a estreia da peça “Cabaret Stravaganza”.

Em cenas curtas e fragmentadas, as figuras bizarras desse cabaré criam reflexões sobre a trajetória do homem na sociedade contemporânea a partir de temas como o feminismo, a repressão sexual, os padrões de beleza, a busca pelo emprego dos sonhos, os relacionamentos perfeitos e a robotização das convenções e crises sociais.
 
Eles exploram os vários sentidos da palavra “aberração” para o pensamento conservador e padronizante e redimensionam as várias formas de preconceito (de gênero, cor de pele, estatura, peso, classe, posição política e estilos de vida).
 
A ideia é contribuir para a construção de um pensamento crítico desalienante e propor ao público a seguinte questão: “afinal, onde estaria a liberdade em um mundo controlado ao extremo pela sociedade da informação digital?”.
 
Durante o processo criativo da peça, a trupe estudou as obras “A História da Sexualidade”, “Vigiar e Punir” e “Microfísica do Poder”, todas de Foucalt. Outra referência foi “Sociedade do Cansaço”, do filósofo coreano Byung Chul-Han.
 
O termo “Fucô”, no título da peça, além de fazer uma referência ao filósofo francês, é uma brincadeira com expressões de outras línguas que têm sonoridades parecidas, como “fuco” (em português: alga, disfarce, enganação), “fou cou” (em francês: louco pescoço), “fuck all” (em inglês: fodam-se todos), “full call” (em inglês: chamada completa) e “foul cow” (em inglês – vaca louca).
 
Além dos freak shows dos anos de 1930, a encenação toma como referência os antigos circos e o ambiente noturno-festivo dos bordéis da década de 1950. As canções originais que compõem a trilha sonora da peça foram compostas – e são interpretadas ao vivo – por Felipe Soares.
 
O elenco conta com a participação de Ivam Cabral, Bel Friósi, Breno da Mata, Daiane Brito, Eduardo Chagas, Fabio Penna, Gustavo Ferreira, Henrique Mello, Julia Bobrow, Robson Catalunha, Sabrina Denobile e Silvio Eduardo.

Serviço
“Cabaret Fucô”, da Cia Os Satyros

Estação Satyros
Praça Roosevelt, 134, República. (11) 3258-6345.
Estreia 9/11. De Qua. a Sáb., 21h. Até 17/12.
R$20. 90 min. 12 anos



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