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O Sucesso do Módulo Amarelo

Publicado em: 03/08/2011 |

Há exatamente um ano, em 3 de agosto de 2010, uma grande concentração de aprendizes no pátio da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Arte do Palco festejou o retorno às aulas, após duas semanas de recesso. Era o fim do Módulo Verde, que concentrou os estudos dos 200 aprendizes dos Cursos Regulares no Realismo, e início do Módulo Amarelo, cujo Eixo Temático era baseado no Teatro Épico e a relação do teatro com a cidade.

 

Na época, o clima era de novidade e os aprendizes tinham, pela frente, o desafio de avançar na discussão das relações na Formação. Assim, no lugar de uma mera reprodução de técnicas, os aprendizes passaram a investigar seus próprios processos e métodos cênicos, privilegiando o debate, o calor do encontro e a qualidade de estar junto.

 

A proposta da SP Escola de Teatro também era fazer com que os aprendizes explorassem o conceito de lugar teatral, propondo, ainda, que eles imaginassem que mesmo as ruínas e locais abandonados do Brás, bairro onde se situa a Escola, pudessem se constituir em um território teatral. Para eles, cabia descobrir estes indícios e revelar o teatro que existe nesse bairro.

 

Fruto de três meses incansáveis de trabalho, muita inspiração e estudos dos aprendizes, entre os dias 16 e 20 de novembro de 2010, eles apresentaram o Experimento do Módulo Amarelo, inspirados nos textos “Santa Joana dos Matadouros”, de Bertold Brecht; “Hamletmachine”, de Heiner Muller; “As Troianas”, de Eurípides; “O Rei da Vela”, de Oswald de Andrade; “Ubu Rei”, de Alfred Jarry; “Sonho de Uma Noite de Verão”, de Shakespeare; “Macunaíma”, de Mário de Andrade; e “As Rãs”, de Aristófanes.

 

Além de uma fábrica abandonada, outros quatro espaços foram utilizados para a realização das apresentações do Experimento: o Espaço Arsenal da Esperança, a Associação Promotora de Instrução e Trabalho para Cegos (Apic), a Escola de Samba Mocidade da Mooca e a SP Escola de Teatro, todos entre as estações Brás e Bresser do Metrô, na Zona Leste de São Paulo.

 

Esta atividade rendeu frutos inimagináveis. Como este Experimento previa espetáculos realizados em espaços teatrais não-convencionais, J. C. Serroni, coordenador do curso de Cenografia e Figurino e Técnicas de Palco da SP Escola de Teatro, aproveitou a deixa para convidar seus aprendizes a apresentar as maquetes finais deste exercício cênico à comissão julgadora da Mostra das Escolas na 12ª Quadrienal de Praga. 

 

E não é que, entre os oito projetos inscritos por aprendizes, três foram selecionados? Assim, os integrantes dos grupos que produziram a cenografia e figurino dos espetáculos “As Rãs”, “Hamletmachine” e “Santa Joana dos Matadouros” realizaram uma viagem com destino a Praga, acompanhados por Serroni e Telumi Hellen, formadora do curso de Cenografia e Figurino, e, também por Igor Martins, formador de Técnicas de Palco.

 

Desenvolvidos sob a orientação de Serroni e dos formadores que compõem o corpo docente dos cursos de Cenografia e Figurino e Técnicas de Palco, os aprendizes apresentaram três maquetes e cinco pranchas de figurinos na seção Mostra das Escolas, que, na 12ª Quadrienal de Praga, tinha o intuito de identificar concepções nas quais o aluno elaborasse suas criações cênicas em espaços alternativos, rompendo com formatos tradicionais.

 

Para acompanhar seus trabalhos, os aprendizes Carlos Alencar Pereira, Daniel Juliano Fernandes, Gabriela Garcia Barreiros, Issac Feitosa Vale, Luis Gustavo Machado Garcia, Maísa Capriotti Donnini, Marco Aurélio Tolledo, Mariana Pedroso de Moraes e Willian Carioca embarcaram, então, para um dos maiores eventos de arte do mundo. 


 
A SP Escola de Teatro forneceu três passagens, de ida e volta, uma para cada grupo, bem como 500 euros para cada contemplado, com o intuito de custear hospedagem e alimentação na capital tcheca.

Na Galeria Multimídia, é possível ver todas as fotos e vídeos das apresentações do Experimento do Módulo Amarelo. Acesse.

 


Texto: Renata Forato