Estamos anestesiados ao sofrimento? Este questionamento está no centro de “Normalopatas”, que volta para uma terceira temporada a partir de 4 de agosto, no Teatro de Arena Eugênio Kusnet, na República. Em cartaz até 2 de setembro, a peça tem sessões aos sábados, às 21h, e domingos, às 18h; com ingressos a R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada).
Com texto e direção assinados por Dan Nakagawa, a montagem busca compreender a tolerância que a sociedade atual desenvolveu ao sofrimento — próprio e alheio — e como ela se reflete nas relações familiares e na sexualidade.
Este comportamento levou o psicanalista brasileiro Christian Dunker a cunhar o termo “normalopatia”, que se refere ao excesso de adaptação ao mundo como ele se apresenta. Normalopatas são aqueles que, conformados ou por ignorância, não questionam a realidade ao seu redor.
Na peça, o público acompanha o personagem Metá em três fases de sua vida, da adolescência à velhice. Sem conseguir controlar seus desejos mais instintivos, ele busca se livrar dos códigos e convenções que marcam a sociedade. É um ser contrário à normalopatia, que foge de definições de gênero e da própria linguagem estabelecida entre os homens.
Além do conceito de Dunker, a direção de “Normalopatas” também se pauta pelo olhar artístico de Ney Matogrosso, que acompanhou a pesquisa da peça desde sua concepção. A influência de Ney pode ser vista principalmente nos números musicais que acontecem durante o espetáculo.
A equipe da montagem é toda formada por aprendizes egressos da SP Escola de Teatro. Além de Dan Nakagawa — que hoje trabalha como artista convidado nos cursos regulares e de extensão da Instituição –, a peça tem Lucas Vanatt como assistente de direção e dramaturgista; Natália de Sousa como cenotécnica e Carla Passos na produção.
No elenco estão Alexandre Fernandes, Carolina Morena, Igor Mo, Júlio Aracack, Laércio Motta, Priscila Tavares e Vivian Valente Petri.