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Na semana internacional da língua portuguesa, confira 10 clássicos escritos no idioma que viraram peças de teatro!

Publicado em: 06/05/2022 |

Nesta semana, a língua portuguesa é celebrada internacionalmente, diante disso, a equipe de comunicação da SP Escola de Teatro preparou uma lista exclusiva de clássico escritos originalmente em português que se tornaram grandes peças de teatro.

A adaptação de Os Sertões, de Euclides da Cunha, feita pelo Teatro Oficina; A montagem de Dagoberto Feliz do romance Amar, Verbo Intransitivo, de Mário de Andrade; e a peça Eu Amarelo: Carolina Maria de Jesus, que foi inspirada no livro da famosa escritora mineira, são alguns dos títulos da lista.

Confira Abaixo!

Amar, Verbo Intransitivo:

Foto: João Caldas/ Divulgação

Baseada no romance de Mário de Andrade publicado em 1927, a peça Amar, Verbo Intransitivo foi dirigida por Dagoberto Feliz, com Luciana Carnieli como a Fraulein Elza e Pedro Daher no papel de Carlos. Na trama, Elza é uma imigrante alemã contratada para ser preceptora amorosa e sexual do jovem Carlos, o primogênito herdeiro de uma família tradicional paulista dos anos 1920. O espetáculo estreou em 2019, na Oficina Cultural Oswald de Andrade e também participou do Festival Mário de Andrade com apresentações na Biblioteca Municipal Mário de Andrade. Por sua intepretação da governanta alemã, Carnieli foi indicada a Melhor Atriz pela Associação Paulistas de Críticos Teatrais (APCA) e Aplauso Brasil.

Quarto de Despejo:

Foto: Karen Eppinghaus

Quarto de despejo: Diário de uma Favelada, aclamada obra de Carolina Maria de Jesus, foi adaptada para o teatro com a peça – Eu Amarelo: Carolina Maria de Jesus. Com dramaturgia de Elissandro de Aquino e direção de Isaac Bernat, o espetáculo é um solo que recupera as memórias retratadas pela autora em seu romance. No enredo, o público acompanha a ex-catadora de papel que se transformou em uma das maiores escritoras nacionais, em seus duros relatos do cotidiano vivido nas comunidades de São Paulo, assim como as injustiças, sofrimentos e angústias da vida marginalizada.

Memórias Póstumas de Brás Cubas:

Foto: Lucas Brandão/Divulgação

A obra clássica de Machado de Assis também já foi muito adaptada aos palcos. Em 2017, Regina Galdino montou uma versão musical da narrativa com Marcos Damigo como protagonista. Na época, a performance, que estreou no Teatro Eva Herz, abordou o enredo a partir de uma proposta brechtiana, na qual o ator cumprimentava a plateia e explicava a montagem, pedindo para o público participar de uma canção no início. Dentre suas características, o espetáculo guardou o tom irônico e irreverente do protagonista do livro, Brás Cubas, um homem rico e antiético que, ao narrar sua história de vida, realiza uma crítica mordaz à sociedade aristocrática de seu período.

Ensaio Sobre a Cegueira:

Divulgação

Um dos textos mais aclamados da língua portuguesa, Ensaio Sobre a Cegueira, de José Saramago, também já foi adaptado para o teatro. A representação foi feita pela companhia de teatro inglesa Donmar Warehouse com o título de Blindness, em 2020, quem assinou a direção artística foi Michael Longhurst, e Juliet Stevenson foi a protagonista.  Em 2019, o diretor  Kalluh Araújo também adaptou o texto em Belo Horizonte com o grupo CCP Artes Cênicas. O romance, que foi publicado em 1995, e em 1998 recebeu o prêmio Nobel de literatura, traz uma realidade na qual as pessoas são subitamente acometidas pela cegueira.

O Cortiço:

Crédito: Marcelo Martin

O cortiço, clássico da literatura nacional escrito pelo escritor maranhense Aluísio Azevedo, foi inspiração para a peça Bertoleza, da Gargarejo Cia. Teatral. O espetáculo foi um musical dirigido por Anderson Claudir e propôs a releitura do drama a partir do olhar da mulher escravizada, Bertoleza, que também é companheira do protagonista do romance, o português João Romão. Na narrativa original, João é dono de uma pedreira, da taverna e do cortiço local que nomeia o romance, e Bertoleza, na esperança de conquistar sua alforria e casar com o português, trabalha arduamente. A montagem da Gargarejo Cia. Teatral busca recuperar e ressignificar a trajetória da personagem.

Grandes Sertões: Veredas:

Foto: Renato-Mangolin

O espetáculo Riobaldo, interpretado e adaptado por Gilson de Barros e com direção de Amir Haddad, realizou recentemente uma temporada no Teatro Sérgio Cardoso. A montagem propôs uma releitura do icônico romance Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, que trata de diversas questões existenciais do ser humano. Na peça, o ex-jagunço, Riobaldo, relembra sua vida e seus três grandes amores: Diadorim, Nhorinhá e Otacília.

Os Sertões:

Reprodução

O clássico de Euclides da Cunha já foi adaptado aos palcos pelo Teatro Oficina. Com direção de Zé Celso, o espetáculo é dividido em cinco partes que totalizam cerca de 810 horas de duração; são elas: A Terra; O Homem I; O Homem II; A Luta I; A Luta II. Publicado em 1902, o livro narra os acontecimentos da Guerra de Canudos, que foi liderada por Antônio Conselheiro no interior da Bahia entre 1896 e 1897.

Memórias Inventadas:

Cassia Kis- Foto: Gal Opido

A atriz Cássia Kis personifica o poeta Manoel de Barros no espetáculo Meu Quintal é Maior do que o Mundo, peça atualmente em cartaz no Teatro Vivo. A dramaturgia do espetáculo é composta de trechos do livro Memórisa Inventadas, primeira obra de prosa do autor, na qual ele relata temas do cotidiano e da natureza por meio de uma linguagem simples, poética e coloquial.

A Hora da Estrela:

Foto: Daniel Barbosa

A Hora da Estrela ou o Canto de Macabéia é uma peça musical inspirada no último livro escrito por Clarice Lispector. A adaptação foi feita pelo diretor André Paes Leme e produzida por Andréa Alves, e quem protagonizou o espetáculo foi Laila Garin. O enredo conta a história de Macabéia, uma jovem imigrante nordestina, que tem uma vivência marcada pela pobreza, solidão, ausência de afeto e poesia. A narrativa retrata a trajetória da personagem que, aos olhos da sociedade, é uma mulher sem nenhum atrativo, chamando atenção para diversas questões sociais e existenciais.

  Gota d’Água:

Foto: Evandro Macedo

O livro de Chico Buarque e Paulo Pontes, Gota d’Água, traz o clássico de Eurípides, Medeia, para a realidade brasileira. Na história, o leitor acompanha Joana, uma mulher madura que se apaixona por Jasão, sambista famoso pela canção ‘Gota d’Água’. A obra foi transposta para os palcos pelo diretor Jé Oliveira, que direcionou o espetáculo para reflexões de cunho social e racial, chamando atenção para a musicalidade negra e ressaltando aspectos importantes das religiões de matriz africana.




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