Dando continuidade à série de debates em torno do tema “Viva o Povo Brasileiro”, de João Ubaldo Ribeiro, no último sábado (13/8), aprendizes do Módulo Amarelo, participaram de uma conversa com a pesquisadora Malena Contrera.
Assim, eles passaram a tarde voltando seus olhares para os ensinamentos e impressões em torno do tema do livro e, também, da Narratividade, assuntos que serão objeto de estudo dos aprendizes durante todo o semestre.
A centralidade que a narrativa ocupa na vida humana foi o eixo da conversa entre Malena e os aprendizes do período vespertino da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco.
Malena é professora convidada da Universidade Autônoma de Barcelona e titular do curso de mestrado em Comunicação, da Universidade Paulista (Unip), membro do Centro Interdisciplinar de Pesquisas em Semiótica da Cultura e da Midia, da PUC/SP (CISC), líder do Grupo de Pesquisa em Mídia e Cultura, da Unip e coordenadora de intercâmbio de pesquisa com as universidades chilenas Austral, de Valdívia, e Playa Ancha, de Valparaiso.
“Nós somos feitos pela narrativa”, explicou a professora, ao falar sobre a organização do pensamento do homem e sua necessidade de contar – e criar – histórias para dar um novo sentido à existência.
Durante algumas horas, o silêncio pairou sobre o pátio da SP Escola de Teatro, enquanto Malena abordava temas como mitologia, resiliência, estrutura de pensamentos e o valor do texto e das imagens na narrativa. “Somos alimentos das imagens. No momento em que pararmos de olhar para elas, elas morrem”, comentou.
Malena Contrera durante a conversa com aprendizes (Foto: Arquivo)
Daniela Rosa, aprendiz de Dramaturgia da Escola, acompanhou atentamente a conversa e revelou que colocar em pauta a questão da narrativa no contexto humano e social foi muito interessante. “A televisão, por exemplo, é um recurso épico; ela virou o narrador da nossa história. Assim, em um mundo em que a narrativa social quase desapareceu, é preciso discutir e abordar este tema para encontrarmos algumas soluções para esta questão”, avaliou.
Sobre sua primeira passagem pela Escola, Malena disse que achou o ambiente vivo e com alma. “Os aprendizes têm inquietações muito legítimas, percebidas pelos olhares, gestos e palavras. Eles estão buscando e buscar é o que define o sucesso de qualquer pessoa na vida. A gente nunca vai achar tudo, mas continuar buscando e ter vontade é tudo; é fundamental.”
No término da conversa, a professora deixou, ainda, uma provocação para os aprendizes. “Procure fazer do seu grande meio de comunicação, o lugar onde você está; a sua presença; aquilo que você quer transformar e aquilo que você quer ressignificar, onde quer que esteja e para qualquer pessoa. Essa é minha provocação e desafio: qualifique o seu estar no mundo!”
Texto: Renata Forato