O músico mineiro Marcelo Veronez é um dos nomes da retomada presencial das apresentações artísticas da SP Escola de Teatro. O cantor, ator e diretor realizará duas apresentações musicais no sábado, 27 de novembro, às 18h e 21h, na sede Roosevelt da na SP Escola de Teatro (Praça Franklin Roosevelt, 210). Ele apresenta o show ‘Como Se Não Tivesse Acontecido Nada’, no qual musicalmente traça paralelos entre pensamentos do período da ditadura e da contemporaneidade no Brasil. Os ingressos podem ser adquiridos pela página Sympla da instituição.
O evento marca o retorno presencial do show que estreou em setembro de 2019, mas teve suas atividades interrompidas em março de 2020; quando já tinha passado pelos palcos do Galpão Cine Horto, do Festival Música Mundo e do La Movida Micro Teatro.
A sensação de continuidade da “vida normal” apesar dos absurdos diários e cotidianos norteia a discussão levantada pelo trabalho. Veronez buscou músicas de Marku Ribas, Milena Torres, Brisa Marques, Chico Buarque, Bertold Brecht, Davi Fonseca, e mais, para conduzir e formatar o roteiro do show-discurso.
O show Como Se Não Tivesse Acontecido Nada tem criação e direção geral de Marcelo Veronez, direção de cena de Rafael Bacelar, direção musical de Pedro Fonseca e Yuri Vellasco, iluminação de Marina Arthuzzi, técnica de Akner Gustavson e Lucas Pradino, produção de Rodrigo Barros e curadoria de Miguel Arcanjo Prado, além de apoio da Adaap (Associação dos Artistas Amigos da Praça), que gere a SP Escola de Teatro, ligada à Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, sob direção executiva de Ivam Cabral.
Marcelo Veronez
Marcelo Veronez nasceu em Belo Horizonte e criou-se em uma roça perto de Itamarandiba, pequena cidade mineira no Vale do Jequitinhonha com pouco mais de 30 mil habitantes. Logo mudou-se para Contagem, onde viveu por toda a década de 90 até no início dos anos 2000, retornando em 2007 para Belo Horizonte.
É formado pelo Teatro Universitário da UFMG (2003), com passagens pela Anthonio Escola de Canto e Primeiro Ato Centro de Dança. Em 2017, lançou o seu disco de estreia: Narciso deu um grito. O artista já trabalhou no espetáculo “Os Saltimbancos” de Chico Buarque, produzido pela Cia Odeon, pelo qual recebeu o Prêmio Sinparc como melhor ator coadjuvante.
Atualmente está no elenco da montagem de “Auto da Compadecida” de Ariano Suassuna, sob direção de Gabriel Vilela com o Grupo Maria Cutia de Teatro. Entre seus shows mais destacados estão “Não sou nenhum Roberto” em cartaz desde 2008, “Narciso deu um grito” do disco homônimo, e “Como se não tivesse acontecido nada”, que passou por espaços como o Galpão Cine Horto e A Autêntica, por convite do Música Mundo, até ser interrompido pela pandemia de Covid-19.
Veronez também é pesquisador do encontro entre teatro e música popular através do projeto “Rampa: treinamento cênico para a música”, que propõe uma conversa entre pesquisa e prática com artistas da música interessados no estudo do teatro, e conta com orientadoras como Cláudia Manzo, Luisa Bahia, Ernani Maletta, Luiz Rocha, Hugo da Silva, Babaya, Raquel Castro e Suely Machado (diretora e criadora do grupo Primeiro Ato).
O cantor já dirigiu trabalhos de destacados nomes da música de Minas, como Déa Trancoso, Josy Anne, Lamparina e a Primavera, Marina Machado, e também foi diretor artístico do bloco de carnaval Havayanas Usadas por três carnavais. Veronez se apresentou junto de Zezé Motta, Maria Alcina, Otto, Iconili, Julia Branco, Odair José e Elza Soares; desde 2016 é gestor da Gruta!, um dos mais importantes espaços da cultura underground e LGBTQIA+ de Belo Horizonte.