Acontece das 10h às 12h na unidade Roosevelt da SP Escola de Teatro mais um encontro dos estudantes da Instituição com a Dra. Isildinha Baptista Nogueira, presidente do conselho da ADAAP.
O encontro semestral com os estudantes dos oito cursos técnicos faz parte do Escuta SP, um projeto que visa possibilitar um espaço coletivo e individual, de escuta e fala, tendo em vista a elaboração na esfera da clínica psicanalítica das questões político-pedagógicas enredadas com o teatro, a arte, a cultura, a educação e a sociedade.
A ideia da presidente do conselho da ADAAP e psicanalista do Instituto Sedes Sapientiae, Isildinha Baptista Nogueira, juntando-se aos esforços da equipe pedagógica, é conquistar um ambiente que garanta o melhor acolhimento aos estudantes, docentes e colaboradores.
A psicanálise, neste sentido, propõe uma escuta em grupo e/ou individual com o/a psicanalista, afim de que o/a/e estudante analisado encontre as suas próprias respostas, ressignificando o sofrimento, as dores e os traumas, questões que permeiam os/as/es jovens estudantes nestes tempos difíceis para muitos, sem contar com as mudanças sociais que vimos passando com as políticas de identidade de gênero, classe, sexualidade e etnia, segundo os quais temos sido afetados e afetamos, afetividades que interferem nas relações de ensino-aprendizagem.
+ Leia a entrevista com Isildinha Baptista Nogueira
Isildinha Baptista Nogueira (1954) é mestre em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e doutora em Psicologia Escolar e Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP). Fez sua formação nos Ateliers de Psychanalise, em Paris, com Radmila Zygourys, uma das fundadoras da instituição.
Ela é pioneira ao incluir a discussão do corpo no contexto da condição de mulher negra e brasileira e também foi uma das primeiras a abordar com o instrumental psicanalítico tanto a dimensão sociocultural quanto a subjetiva da condição de negro no Brasil.
Em 2022, foi indicada ao Prêmio Jabuti na categoria de não-ficção pelo livro “Cor do Inconsciente: Significações do Corpo Negro”. A obra expõe as raízes do racismo entranhado nas camadas sociais, inclusive adentrado em indivíduos que não se consideram racistas, a partir de um estudo do pensar em si mesma num contexto em que a cor de sua pele é alvo de discriminação.