Até 2 de junho, quinta-feira, a SP Escola de Teatro está com inscrições abertas para o curso de extensão cultural Teatro decolonial – Reflexão e investigação cênica, com Rodolfo García Vázquez, coordenador de direção da instituição e referência internacional na pesquisa sobre o tema. As aulas acontecerão de 13 de junho a 29 de julho, todas as segundas, quartas e sextas, das 19h30 às 22h30, na sala r8 da sede Roosevelt da escola.
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O curso pretende refletir sobre o conceito de deconialidade e trazer possibilidades de como ele pode ser abordado no campo teatral. Para isso, serão realizadas discussões sobre temas que tratem da realidade política e social brasileira, assim como jogos e técnicas de improviso que tragam um olhar decolonial para o fazer teatral.
Teatro Decolonial
Fundada por pensadores latino-americanos como Anibal Quijano e Walter Mignolo, a decolonialidade se manifesta tanto no campo teórico quanto em práticas sociais e culturais, incluindo o teatro. As artes cênicas brasileiras foram historicamente marcadas pela referências eurocêntricas, por conta disso, os métodos, as técnicas e os conceitos do que seria o fenômeno teatral foram colonialmente assimilados pelos artistas nacionais. Nessa conjuntura, a pesquisa nesse campo pretende investigar o novo olhar sobre o fazer teatral que o teatro decolonial propõe, assim como sua potência para a cena cultural brasileira, como expressão artística plena. Nas últimas décadas, temos visto na cena teatral brasileira formas novas de abordar e criar teatro. Este processo, de origem autóctone, deve-se a um processo decolonial que estamos vivendo.
Rodolfo García Vázquez
Rodolfo García Vázquez é um dos fundadores da companhia Os Satyros, diretor teatral, autor, diretor de cinema e pedagogo. Já dirigiu mais de 100 espetáculos, apresentados em 25 países, recebendo prêmios nacionais e internacionais pelo seu trabalho, como Shell e APCA. Entre os espetáculos que dirigiu destacam-se: ‘A Trilogia Libertina’ (a partir da obra do Marquês de Sade), ‘A Vida na Praça Roosevelt’ e ‘Inocência’ (de Dea Loher) e a ‘Trilogia das Pessoas’. Também realiza investigação na área de teatro ciborgue, desde 2009, com mais de dez produções, entre as quais se destaca ‘Cabaret Stravaganza’. No cinema, dirigiu ‘Hipóteses para o Amor e a Verdade’ e ‘Filosofia na Alcova’ (em codireção com Ivam Cabral). É um dos fundadores da SP Escola de Teatro, onde atua como coordenador do curso de Direção. É professor convidado nas Universidades das Artes de Estocolmo e Helsinki. Atualmente, cursa doutorado na ECA-USP sobre teatro decolonial.