A filósofa Marcia Tiburi tem um encontro com os aprendizes da SP Escola de Teatro na próxima quinta-feira, 25 de agosto. Exclusiva para os estudantes de Cursos Regulares, a aula busca esclarecer e aprofundar um tema que será a base dos experimentos cênicos que serão realizados neste semestre.
Trata-se da philia, que, em termos gerais, é um conceito grego usado para expressar o sentimento que se tem em uma relação de amizade. Desta forma, até dezembro acompanharemos as criações de 16 grupos que têm liberdade para abordar o tema.
Como a philia é um conceito muito antigo, pensado por Aristóteles, Marcia pretende falar sobre o tema de uma forma mais contemporânea. “Vamos adaptar a questão para o nosso tempo”, diz a filósofa. “Aristóteles citou isso em um espaço de homens brancos, onde não entravam mulheres, não entravam negros. Este conceito não cabe para nós, que somos latinos, mulheres, gays, negros vivendo no mundo digital capitalista.”
Ela lembra que o conceito apareceu em um livro de ética de Aristóteles e que, para ele, ética é a ciência das ações humanas que orienta os indivíduos. “A philia é um jeito de se relacionar com o outro. Vamos falar, então, sobre ética, convivência, reconhecimento, representação, o olhar para o outro.”
Marcia é formada em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Também é mestre e doutora em Filosofia com ênfase em Filosofia Contemporânea. É autora de diversos livros, entre eles “Mulheres, Filosofia ou Coisas do Gênero”, “Filosofia Pop” e o recente “Como Falar com um Fascista — Reflexões sobre o Cotidiano Autoritário Brasileiro”. Atualmente, é colunista da revista Cult.
