Na última terça-feira, 31, estudantes de iluminação da SP Escola de Teatro inauguraram uma exposição artística na sede Brás da Instituição. Nomeada ‘São Paulo, cidade em que vivo[?]’, o trabalho é fruto de uma provocação de Guilherme Bonfanti, coordenador da área na SP. As instalações articulam os conhecimentos adquiridos no decorrer do semestre e foram feitas em consonância com o mote ‘poéticas de rua’, que tem direcionado os estudos dos aprendizes durante os últimos meses.
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Segundo o coordenador, a ação dessa semana teve o objetivo principal de exercitar a luz como matéria viva de um projeto, discurso ou narrativa. A iniciativa foi baseada no Território Cultural do início do ano que, nomeado Poética da Rua III, reuniu a professora, coordenadora e autora Paola Berenstein; a professora, pró-reitora de extensão universitária e pós-doutora Fabiana Dultra Britto; a artista visual e perita criminal Berna Reale e o multi artista amazônida, graduado em licenciatura em Teatro Leo Scantbelruy.
Os questionamentos trazidos no encontro propunham uma reflexão acerca das relações com a cidade, as escolhas dos espaços públicos para o meio artístico; os vínculos e relações entre corpo, espaço e criação. Foram pautadas as seguintes indagações:
Enquanto habitantes em grandes metrópoles entre artistas e cidades, de que maneira a cidade pode interferir no processo criativo/artístico ou ser parte fundante deste, e a partir disso qual seria o papel da cidade nesse vínculo?
Com tais relações estabelecidas, seria possível elencar hipóteses e ensaios de aproximação para com a cidade?
Tendo como viés a arte, quais são as abordagens possíveis no encontro de corpos, objetos, espaços e afetos na dinâmica urbana?
Para Luh Maia, estudante do módulo azul de iluminação, o projeto foi desafiador, levou ela a refletir sobre a cidade ‘viva’ e trazer sua perspectiva artística do espaço que vivemos. O trabalho que realizou ao lado de seus colegas foi nomeado ‘Ações ao Vento’ e tem a intenção de criar propostas originais de luz:
“Só podemos utilizar equipamentos da sede do Brás para construir o nosso projeto e isso nos instigou a criar com esses equipamentos mais rudimentares. Além disso, na construção da nossa instalação fomos levados a entender a relação do corpo na cena com a luz. Compreendemos como estar no espaço sem atrapalhar o caráter primário da luz”.