A estudante egressa da SP Escola de Teatro Amara Hartmann foi contemplada pela Lei Aldir Blanc em seu município, Franco da Rocha, e desenvolveu o projeto de um livro infantil que conta uma importante história de sua região, que fica na Grande São Paulo.
O enredo tem como pano de fundo o Hospital Psiquiátrico do Juqueri, que foi inaugurado em 1898 e era chamado de “manicômio”. Inclusive, o médico psiquiatra responsável pela abertura foi Francisco Franco da Rocha, que após sua morte foi homenageado dando nome à cidade que se formou aos arredores do centro clínico.
A obra da artista egressa de Cenografia e Figurinho se chama Maria e as Doze Flores e conta a trajetória de uma menininha que, todos os dias, ia com sua mãe para o Hospital Psiquiátrico do Juquery — onde a mãe trabalhava e ela ficava na creche. Maria, a garotinha, sentia muito medo de passar pelo pavilhão onde as pacientes ficavam. Mas, graças à ajuda das florezinhas, ela enfrenta seu temor e conhece histórias fantásticas no local.
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Para Amara, a trama é um resgate da história da sua família e de sua cidade, já que sua avó trabalhava no local e sua mãe a acompanhava quando pequena.
“Tudo começou na quarentena, né? Eu acabei voltando para cidade dos meus pais (Franco da Rocha), que moram com a minha avó. Nisso eu comecei a conversar com ela para entender as minhas origens e a da cidade em que vivo agora. Nesse processo, eu me deparei com o Juquery. Depois de algumas conversas, leituras de livros e pesquisas, descobri algumas coisas que constituem a cidade e o lugar, como por exemplo: o hospital é mais velho do que a própria cidade, a cidade nasceu dos trabalhadores de lá”, explicou.
Segundo a artista, não foi fácil abordar temas delicados e sensíveis, como saúde mental, abandono e preconceito, para um universo infantil. Por isso, elementos lúdicos e criativos entraram em cena para apresentar os assuntos de uma forma mais leve e suave para os leitores mirins.
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“É muito importante apresentar a história do Juqueri para as crianças da região, pra que todas consigam ter essa identidade e saber de onde vem. Tratei com muito carinho o tema – acredito que podemos discutir quase tudo com as crianças – mas também ressaltei como todos os maus tratos e abandonos foram errados, mas que temos que aprender com nossos erros caso queiramos criar um futuro brilhante”, explica a autora.
Na próxima sexta-feira, 12, Amara vai fazer uma live contando mais detalhes do projeto em seu perfil @amarahartmann mediado pelo instagram da @romaatomica.
Por Luiza Camargo