Atriz, dançarina, professora e diretora de teatro, Aysha Nascimento deu seus primeiros passos na carreira ainda criança, em cursos nas casas de cultura de Praia Grande, cidade onde morava, na Baixada Santista.
Ao se mudar para a capital paulista, ingressa na faculdade de dança e conheceu a Escola Livre de Teatro de Santo André, onde se forma e, junto com os colegas, funda a Cia. dos Inventivos. Três anos depois, ela e mais cinco integrantes do grupo criam o Coletivo Negro, um dos grupos de maior destaque na cena do teatro em São Paulo dos dias atuais.
A convite de Miguel Arcanjo Prado, Coordenador de Extensão Cultural da SP Escola de Teatro, a artista vai ministrar o curso gratuito Teatro e Novos Imaginários, que está com inscrições abertas.
“A aula visa apresentar alguns procedimentos de criação teatral, partindo das minhas experiências no teatro negro e no teatro de rua”, ela conta.
Jogos e reflexões
“A partir de jogos teatrais, experimentações na oralidade e nos conceitos sobre construção da imagem e seus desdobramentos no fazer teatral, busco suscitar reflexões cênicas sobre as representações, seus pontos de vista e trazer alguns apontamentos acerca do teatro em diversas camadas no levantamento de alguns questionamentos sobre a construção de imaginários e metodologias”, pontua Aysha Nascimento sobre as aulas, previstas para começarem em 2 de junho.
Ainda sobre o curso, complementa: “Esse processo terá por conteúdo o trabalho sobre os estados de presença cênica, a construção de cena, os pontos de vista adotados na narrativa, a construção da imagem, a expressividade do gesto, a oralidade, as dinâmicas e reconhecimento do espaço, o trabalho de dramaturgia do corpo, do espaço e do texto” afirma.
“Exercitar o trabalho colaborativo, conceituando os termos sobre a imagem a ser construída, e a importância da narrativa e seus pontos de vista”, fala Aysha.
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Trajetória de sucesso
Com uma intensa carreira nos palcos, TV e cinema, a atriz elenca alguns trabalhos que considera os mais marcantes de sua jornada.
“A trilogia Inventiva, onde me debrucei por 7 anos em uma pesquisa sobre as identidades do povo brasileiro, mergulhando na obra Viva o Povo Brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro, que resultou nos espetáculos ‘Canteiro’, ‘Bandido é Quem Anda em Bando’ e ‘Azar do Valdemar’”, comenta a artista.
Ela ainda relembra também a sambista do primeiro espetáculo do Coletivo Negro ‘Movimento Número 1: O Silêncio de Depois…”, onde interpretou Sá Nega – Mulher Rainha, personagem que deu vida posteriormente ao espetáculo solo intitulado Preta-Rainha.
Outro trabalho que nutre muito carinho é seu primeiro longa-metragem, Três Bailarinas, dirigido por Leonel Costa e Patrícia Miranda, que protagoniza ao lado da atriz Lucélia Sérgio. Outro destaque de sua trajetória é a personagem Corina, da premiada peça Gota D’água Preta, com direção de Jé Oliveira.
Projetos futuros
Aysha conta à reportagem que está com vários os projetos em andamento, como uma pesquisa sobre a obra da pintora Maria Auxiliadora da Silva, com os Inventivos, e a direção de Antígona Terceirizada, ao lado de Georgette Fadel e Karen Menatti.
Ela ainda está na equipe do monólogo infanto-juvenil De Mãos Dadas com a Minha irmã, que dirige ao lado de Lucélia Sérgio, e no projeto VALA, sobre o genocídio da população negra, dirigido por Gal Martis na Cia Sansacroma.
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Por Bruno de Paula
*Sob supervisão e edição dos jornalistas Luiza Camargo e Miguel Arcanjo Prado.