Em maio de 2010, uma cadelinha grávida e assustada invadiu a vida da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco. Depois de dar à luz seis filhotes, essa matriarca, de olhar e gestos meigos, se impôs aos aprendizes e funcionários da Escola e, em poucos dias, não havia mais opção, ela já era parte daquela história e havia conquistado o coração de todos.
Desde esse dia, Cacilda transita pelos corredores da Escola recebendo agrados de aprendizes e funcionários. Tanta familiaridade fez com que ela participasse até de um exercício cênico, realizado por aprendizes do curso de Direção. A cena marcou sua estreia no teatro, há mais de um ano.
Segundo os aprendizes que integraram a mascote na atividade, a participação de Cacilda veio de forma espontânea. “Realizamos todo o ensaio do exercício no jardim da Escola. A Cacilda ficava olhando curiosa e acabou se aproximando do grupo. Resolvemos, então, incorporá-la à apresentação e, no final, ela roubou a cena”, contou, na época, a aprendiz de Direção Sandra Storino.
A cena apresentada foi um fragmento da peça “O Jardim das Cerejeiras”, assinada por Anton Tchecov. “Montamos um Tchecov para cachorros”, parodiou a aprendiz de Direção Antonia Matos. Os integrantes do grupo também se divertiram ao dizer que o teatro está no sangue da mascote, pois ela foi batizada em homenagem a Cacilda Becker (1921 – 1969), atriz que fez história nos palcos brasileiros.
A personagem da peça contracenava com a mascote Cacilda acariciando-a o tempo inteiro, enquanto um homem fazia serenata com um violão. “De improviso, surgiu uma cena bem bacana. Quando o homem flertou com a mulher, eu joguei um pedaço de ração longe. Dessa forma, a Cacilda saiu de perto e os dois enamorados ficaram a sós. Foi bem divertido”, explicou Storino.
Veja as fotos abaixo.
Texto: Renata Forato