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Em Paraisópolis, aprendizes dão aula de teatro para grupo de balé

Publicado em: 19/12/2017 |

No primeiro dia do curso de teatro, membros do Ballet Paraisópolis conversam com os aprendizes Mirella Pimentel e Uberê Guelé e com o assistente de projetos do Programa Kairós, João Rodrigo.

POR JONAS LÍRIO

Em seu aprendizado, associar a teoria e a prática é fundamental para qualquer artista. Pensando nisso, uma ação do Programa Kairós, braço social da SP Escola de Teatro, levou dois aprendizes da Instituição até Paraisópolis, a segunda maior comunidade da capital paulista (com cerca de 100 mil habitantes), para dar aulas de teatro aos alunos do Ballet Paraisópolis.

De setembro a novembro deste ano, Mirella Pimentel, estudante de Humor, e Uberê Guelé, de Sonoplastia, introduziram, por meio de exercícios e brincadeiras, jogos teatrais para o corpo de balé.

Para a maioria dos integrantes do grupo de dança, este foi o primeiro contato com o teatro. “Eu imaginei que a gente teria que decorar texto, que seria algo super-rígido, mas não, foi bem diferente,” conta a aluna Giovana Guimarães. A experiência foi tão boa que David Rocha, integrante da companhia há quatro anos, queria mais. “Queria que durasse mais tempo, porque gostei muito das brincadeiras de improvisação para nos soltarmos”, explica.

Balé

Criado em 2012 pela coreógrafa e diretora Monica Tagarró, o Ballet Paraisópolis atende a cerca de 150 crianças (são mais de 1000 na fila de espera) a partir dos 8 anos de idade. Além das aulas de balé clássico, os alunos têm aulas de dança contemporânea e inglês. “O curso de teatro foi uma proposta que caiu do céu”, afirma Monica. “Balé e teatro são duas artes que estão interligadas: compreender uma ajuda a entender a outra, e isso é importante na formação das crianças.”

Mirella Pimentel, que é aprendiz de Humor, buscou, durante as aulas, estimular a dinamicidade aos “corpos doutrinados” pelo balé. “Foi uma experiência bem proveitosa, porque nós tivemos que aprender a lidar com as crianças para conseguir passar algum conhecimento adiante,” comenta.

Para Cléo De Páris, coordenadora do Programa Kairós, essa é uma das ações do projeto que traz um impacto mais perceptível, refletindo de forma positiva na formação dos aprendizes. “Eles têm a oportunidade de sair da Escola e ver uma realidade diferente, de compartilhar experiências que com certeza são enriquecedoras a todos os envolvidos,” diz.

A ação, deve ser retomada em 2018, ainda maior. A ideia é aumentar o número de alunos no curso de teatro do Ballet Paraisópolis (desta vez foram cerca de 30 estudantes) e também o tempo das aulas.




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