Como a sociedade influencia a construção de nossas identidades? Para o personagem no centro de “Obra Sobre Ruínas”, em cartaz a partir desta sexta-feira (10) na sede Roosevelt da SP Escola de Teatro, a pergunta é o disparador do que pode ser a sua libertação social.
Com sessões de sexta a segunda, o monólogo estrelado pelo ator Humberto Caligari cumpre temporada até 10 de setembro. Os ingressos custam R$ 40 e R$ 20 (meia-entrada). Estudantes da SP Escola de Teatro pagam R$ 10. As informações técnicas da montagem estão disponíveis na Agenda da Instituição.
Na peça, um Ser indefinido e cansado de tentar se adequar aos padrões da sociedade aceita fazer uma lobotomia (cirurgia para a retirada de uma parte frontal cérebro, usada no passado para tratamento de esquizofrenia e depressão) acreditando que assim conseguirá ser “igual” a todo mundo.
“Ele se sente um desajustado, um forasteiro neste lugar que vive”, explica Caligari. “Mas, quando decide fazer a cirurgia para se desenquadrar nos padrões, tem um lapso de que não vai ser feliz. E passa a questionar as imposições sociais, a questionar sua própria história. É uma busca pelo autoconhecimento, para você se conhecer e ver como dá para viver hoje respeitando a sua essência.”
A montagem do Núcleo de Pesquisa Caxote, com texto e direção assinados por Fernando Aveiro, buscou referências no mito da androginia e em pesquisas sobre identidade de gênero.
O trabalho corporal do ator, conduzido pela atriz e bailarina Naiene Sanchez, é uma das escolhas do diretor Fernando Aveiro para compor a cena. Flerta com a dança contemporânea, com como Pina Bausch, Kazuo Ohno e o Ballet Triádico da Bauhaus, e é complementado pela trabalho de voz de Humberto Caligari.