Nesta quinta, 16 de setembro de 2021, é celebrado o centenário de um dos maiores músicos brasileiros, José Flores de Jesus, o Zé Kéti. A voz do morro que ecoa até os dias atuais. Suas canções foram precursoras das músicas de protesto dos anos 1960, ao valorizar na MPB o cotidiano do morros cariocas e propor discussões sobre as desigualdades que até hoje imperam na realidade brasileira.
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Filho de um marinheiro, o artista nasceu no bairro de Inhaúma, no Rio de Janeiro, em 1921, e morreu na mesma em 14 de novembro de 1999. Com a morte do pai, foi morar com o avô, com quem tocava cavaquinho.
Aos 13 anos, na zona norte carioca, passou a ter contato com a Estação Primeira de Mangueira, apresentado pelo compositor mangueirense Geraldo Cunha.
Zé Kéti foi autor de grandes clássicos da música nacional como Leviana, Diz que Fui por Aí, Máscara Negra e Opinião. Em 1951, obteve seu primeiro grande sucesso, com Amor Passageiro, em parceria com Jorge Abdala e gravado por Linda Batista.
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Zé Kéti também possui relação com o Cinema Novo, tendo produzido a trilha sonora do filme Rio, 40 Graus (1955), de Nelson Pereira dos Santos.
Mas, seu grande ano na cultura foi 1964. Logo após o golpe militar, Zé Kéti compõe o clássico da MPB Opinião, canção principal do espetáculo musical com o mesmo título, assinado por Oduvaldo Vianna Filho, Ferreira Gullar e Armando Costa, dirigido por Augusto Boal. Zé Kéti era companheiro de elenco de João do Vale e Nara Leão, mais tarde substituída pela então jovem cantora baiana Maria Bethânia, que mudou-se para o Rio acompanhada do irmão Caetano Veloso para fazer a montagem. O resto foi história.
Viva Zé Kéti!