No último final de semana, a Companhia Arcturus estreou a peça A Cabeça da Medusa, no Teatro Studio Heleny Guariba, na Praça Roosevelt. Em cena, a trupe rebate a versão contada sobre o mito grego da Medusa e questiona o papel da mulher na sociedade. O espetáculo segue em cartaz até o dia 1º de outubro, sempre aos sábados e domingos, com ingressos disponíveis via Sympla. O elenco é formado por estudantes que participaram de diversos cursos de Extensao Cultural da SP Escola de Teatro.
Há séculos que Medusa é retratada como a única górgona mortal, uma espécie de monstro feroz em corpo de mulher, com serpentes no lugar de seus cabelos e capaz de transformar em pedra quem ousasse olhar para o seu rosto. Como uma missão impossível, Perseu foi desafiado a decapitá-la e presentear sua cabeça como prova de seu heroísmo.
Na versão escrita por Dan Maaz, Perseu e Medusa debatem sobre o papel da mulher em uma sociedade que parece antiga, mas ainda tão corrente. Ao longo de argumentos e contra-argumentos, os dois acabam questionando a versão oficial dos fatos contadas pelos heróis masculinos, ignorando a importância, voz e perspectivas femininas. Ao contrário da história contada até hoje, Perseu encontra não um monstro, mas uma mulher disposta a tentar convencê-lo de que tudo ocorreu de forma diferente. Seria Medusa culpada ou vítima de sua situação? Seria capaz de convencê-lo e evitar o seu conhecido fim?
Com uma linguagem sagaz e atual, a peça provoca debates e gera reflexões sobre as opressões de gênero vividas pelas mulheres da Grécia Antiga, mas ainda tão presentes em nossa sociedade contemporânea. Maaz, também diretor da obra, e interpreta o personagem de Perseu, enquanto a atriz Sue Sabina vive Medusa. Ambos são atores e produtores há mais de 8 anos, criadores da Cia. Arcturus, fundada em 2022.
Serviço:
A Cabeça de Medusa, da Cia. Arcturus
Datas: de 10 de setembro a 1 de outubro – sábados, às 21h; e domingos, às 19h
Local: Teatro (Praça Franklin Roosevelt, 184, Centro, São Paulo)
Ingressos via Sympla: inteira R$50 e meia-entrada R$25 ou na bilheteria
Duração: 60min
Capacidade: 48 lugares
Classificação etária: 14 anos
Ficha técnica
Texto e Direção: Dan Maaz | Elenco: Dan Maaz e Sue Sabina | Operação de Luz e Som: Flávio Flocke e Vanda Dantas | Cenografia, Figurino e Trilha Sonora: Dan Maaz | Produção Cultural: Vanda Dantas | Assessoria de Mídias: Felipe Rabello | Fotografia: Rodolfo Colen | Realização: Companhia Teatral Arcturus.
Arcturus (ou α Boo, α Boötis, Alpha Boötis), a estrela mais brilhante da constelação do Boieiro e a 4ª mais brilhante no céu, também é a estrela que dá nome a Companhia. Criada em 2022, é formada por Dan Maaz e Sue Sabina, atores, produtores e escritores há mais de 8 anos em São Paulo.
Dan Maaz tem 34 anos, nascido em Porto Alegre e radicado em São Paulo. Formado em arquitetura pela UFRGS, após se mudar para São Paulo estudou na Escola de Treinamento Artístico (ETA), onde conheceu e atuou em diversas obras com Sue Sabina. Também cursou oficinas de teatro energético, Commédia Dell’Arte, treinamento corporal e vocal, entre outras.
Sue Sabina é atriz, produtora, diretora e roteirista, começou sua trajetória em 2014 em uma série de peças de formação pelo ETA – Estúdio de Treinamento Artístico, passando por roteiros gabaritados de Nelson Rodrigues, Agatha Christie, Roald Dahl, Oswald Andrade e Edgar Allan Poe. Consolidou-se profissionalmente como atriz em 2018, além de escrever e adaptar textos que levou para palcos.