No próximo dia 20, serão anunciados os três textos vencedores da primeira edição do Prêmio Solano Trindade para jovens negros dramaturgos. E na última quinta-feira (7), o grupo de avaliação dos concorrentes se reuniu na SP Escola de Teatro para discutir os últimos detalhes do resultado.
Os textos estão sendo avaliados pela dramaturga e diretora Luh Maza, os jornalistas Rosane Borges e Miguel Arcanjo e a coordenadora de Dramaturgia da Escola, Marici Salomão, que preside o júri.
Na foto abaixo, o quarteto está reunido com o bibliotecário Ueliton Alves, responsável pela comissão de heteroidentificação (o prêmio é destinado exclusivamente a pessoas autodeclaradas negras), e a atriz Elen Londero, do departamento de Projeto Especiais da Instituição e produtora do concurso.
PRÊMIO
A fim de traçar um panorama da nova produção dramatúrgica de jovens autores negros no Brasil, a SP Escola de Teatro, ligada à Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado e gerida pela Associação dos Artistas Amigos da Praça (Adaap), lançou em novembro de 2019 o Prêmio Solano Trindade (inscrições se encerraram em 20 de dezembro). O concurso vai selecionar para publicação três textos de estudantes de escolas de teatro de todo o país.
O foco do concurso são peças inéditas, escritas em português. Para concorrer, os candidatos precisam ser maior de 18 anos, brasileiros natos e estrangeiros naturalizados no país, matriculados em escolas de formação em Artes Cênicas ou que tenham concluído seus estudos nos últimos três anos. Os textos vencedores do Prêmio Solano Trindade vão ser publicados em livros, em formato impresso e digital, editados e distribuídos pela SP Escola de Teatro.
SOLANO TRINDADE
A premiação é uma homenagem ao ator, diretor, cineasta, escritor e militante pernambucano Francisco Solano Trindade (1908-1974), em cuja obra fez marcantes denúncias contra o racismo e o preconceito no Brasil. Nos anos 1930, no Recife, Trindade foi um dos fundadores da Frente Negra Pernambucana e do Centro Cultural Afro-Brasileiro, para divulgação de obras de intelectuais e artistas negros.
Solano Trindade se dedicou ao estudo e divulgação do teatro popular e do folclore brasileiro. De mudança para o Rio de Janeiro, em 1950, criou, junto com a esposa, Margarida, e o sociólogo Edison Carneiro, o Teatro Popular Brasileiro, que depois de uma turnê pela Europa estabelece sua base em Embu, na Grande São Paulo.
Foi Trindade o primeiro a encenar a peça “Orfeu”, de Vinícius de Moraes, em 1956.