Da esquerda para direta: Vinicius Guarilha, Fernando Farias e Everson Bertucci (Foto: André Stefano)
A imagem do Click! dessa semana faz menção a um importante e duro momento da história universal: a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A perseguição de judeus, negros, ciganos e homossexuais pela Alemanha nazista gerou uma vasta produção artística que inspirou os aprendizes em sua experimentação cênica.
No Experimento do Módulo Vermelho, que aconteceu no fim do ano passado, um grupo criou seu exercício cênico, chamado “Triângulo Rosa”, baseando-se na biografia de Rudolf Brazda, o único sobrevivente entre dez mil deportados por Adolf Hitler devido à orientação sexual, já que os nazistas consideravam os homossexuais um perigo para a continuidade da raça. Os aprendizes retrataram a vivência de Brazda durante os 32 meses em que ficou confinado nos campos de concentração, na época do regime nazista. O nome da proposta faz menção ao triângulo rosa que os capturados eram forçados a usar, estigmatizando suas orientações sexuais.
Na foto estão Vinicius Guarilha, Fernando Farias e Everson Bertucci, todos do curso de Atuação, que participam da investigação cênica junto com os outros aprendizes Thiago Montenegro, Clau do Carmo, Márcia Pires, Fabricio Castro, Emerson Anunciação, Dione Carlos, Felipe Uchôa, Iza de Nina, Nathalia Dezoti e Milton Fucci. O Experimento foi apresentado no Espaço dos Satyros II, na Praça Roosevelt.
O aprendiz de Direção Fabricio Castro explica que a ideia central era mostrar que as pessoas não são iguais e, com isso, pregar o respeito às diferenças. A proposta da dramaturgia, para tratar sobre a situação dos homossexuais da época, partiu de alguns objetos de pesquisa, dentre os quais o filme “Parágrafo 175” – com texto de Sharon Wood e direção de Rob Epstein e Jeffrey Friedman – e a peça “Bent” (1979), de Martin Sherman.
Bradza nasceu em 26 de junho de 1913 na Saxônia (leste da Alemanha), em uma família tcheca de língua alemã, e morreu dia 4 de agosto de 2011, aos 98 anos, em Bantzenheim, leste da França. “Como solicitado em seu testamento, o corpo foi cremado e suas cinzas depositadas ao lado das do seu companheiro Edouard Mayer, com quem viveu por mais de 50 anos, e que faleceu em 2003”, contaram amigos próximos.
Texto: Gabriel Gilio