(Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)
Há seis meses, uma trupe portuguesa chamada Teatro do Vestido invadia a SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco em uma residência artística na Sede Roosevelt da Instituição, trazendo seu projeto “Monstro”, composto por três montagens, sendo que as duas primeiras já estavam estruturadas e a terceira e última foi concluída aqui no Brasil, com a participação dos aprendizes da Escola.
“Calamidade”, “Hecatombe” e “Apocalipse” formavam a trilogia. “O projeto Monstro pretende responder às seguintes questões: ‘Onde estamos agora?’, ‘Como chegamos até aqui?’ e ‘Para onde depois disto?’. Trata-se de um trabalho que questiona diretamente a realidade, o estado das coisas, a situação política, econômica e social que atravessamos em Portugal e na Europa, e procura ligações disso com o mundo, especialmente com o Brasil”, explicava a companhia.
As duas primeiras peças foram construídas em colaboração com o dramaturgo, diretor e escritor brasileiro Maurício Paroni de Castro. Os textos são dramaturgias originais dos membros da companhia, que investiga a performatividade. Os três integrantes da trupe são Joana Craveiro, Gonçalo Alegria e Tânia Guerreiro.
A foto da seção Click! desta semana mostra Joana Craveiro conversando com seu “marido” em “Hecatombe”. Na monatgem, os atores davam vida a três personagens de autores clássicos. Joana interpretava Nora, de “Casa de bonecas”, de Henrik Ibsen.
Extremamente orgulhosa, ela desfilava sua pompa com roupas luxuosas, reclamando e desdenhando do marido, Torvald, representado por uma boneca. Endividada até o pescoço, fazia de tudo para fingir que as coisas iam bem, mas sua consciência gritava: “numa casa construída sob dívidas, respira-se um ar de sufoco”.
O Teatro do Vestido ocupou a Escola de 22 de março a 3 de abril.
Texto: Felipe Del
