(Foto: André Stefano)
Em tempos em que a lógica da mercadoria permeia desejos, medos e relações, atores atravessados por uma centelha de lucidez usam a imaginação infantil para subverter o status quo. Os gritos das crianças por mercadoria também dão voz aos adultos e colocam a moral à venda, desvelando a hipocrisia da bondade humana, dos títulos, das regras, de um sistema cínico por natureza.
Essa era uma das ideias do Experimento criado pelo núcleo 1 do módulo Azul da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, compartilhado com o público pela terceira e última vez no dia 24 de maio. A atriz Lavinia Pannunzio era a orientadora do grupo.
O módulo Azul tinha como eixo temático a performatividade e, como operador – ou seja, o modo por meio do qual as técnicas e conteúdos são trabalhados, sendo geralmente um pensador –, Elisabeth Young-Bruehl e seu conceito de criancismo. O material de trabalho era composto pelas Artes Visuais (a criança e suas múltiplas representações), e, finalmente, o pedagogo que serviu de referência para os estudos foi a companhia teatral britânica Forced entertainment.
O Experimento, que foi batizado de “Estranha lucidez”, está na Click! de hoje, com foto de André Stefano, que mostra os atores/performes posicionados na escada com uma iluminação multicolorida emanando do fundo.