Na próxima segunda-feira, 6 de junho, às 19h30, na sala R4 da sede Roosevelt da SP Escola de Teatro, o CineClube Alma no Olho exibe o filme Ilha das Flores. Com direção de Jorge Furtado, o curta documentário expõe a condição de vida dos moradores da periferia de Porto Alegre e crítica o sistema capitalista a partir da trajetória de um tomate do campo de cultivo até o aterro sanitário. Após a sessão, acontece um bate-papo entre os organizadores do evento e os participantes.
O Cineclube Alma no Olho é uma ação do Programa Oportunidades e da Biblioteca da instituição, com o objetivo de incentivar o cinema nacional e independente. A iniciativa promove a exibição de filmes diversos que tratam de temas centrais na contemporaneidade e a temporada do projeto vai até dia 18 julho. O filme da semana é um dos mais consagrados da história do cinema brasileiro, na época em que foi lançado recebeu múltiplos prêmios, como o Urso de Prata para curta-metragem no Festival de Berlim em 1990, e foi denominado pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema o melhor curta nacional de todos os tempos.
A obra busca investigar a desigualdade latente da realidade brasileira, a qual é causada principalmente pela lógica capitalista. No enredo, o público é convidado a conhecer um agricultor que colhe e vende seus tomates para um supermercado. A partir da trajetória de um desses tomates, o espectador conhece e se choca com os detalhes desse sistema repleto de injustiças, dentre os temas tratados está a marginalização e a importância do desenvolvimento sustentável.
João Martins, analisa de projetos do Programa Oportunidades, comenta mais sobre a escolha da obra:
“Pensamos nesse filme por conta da parceria que estamos buscando criar com a ONG Limpa Brasil. Aí a obra vem para acompanhar as ações voltadas ao meio ambiente e para circulação de conhecimento sobre a temática”.
Nesse contexto, a ação se alinha a visão da escola busca realizar atividades que demonstrem preocupação ambiental. Consciente de seu papel perante a sociedade, a instituição acredita que contribuições nesse sentido devem ser concretizadas não apenas em seu território, mas em todo o seu entorno.
Sinopse:
Um narrador off conta, durante todo o filme, o desenrolar de um tomate. O curta se inicia no campo de cultivo de tomates do Sr. Suzuki, que vende seus tomates para um supermercado, onde são comprados pela Sra. Anete, uma vendedora de perfumes, juntamente com um pouco de carne de porco. Cada compra requer a utilização de dinheiro, que é, junto com o tomate, o elemento constante na história.
A Sra. Anete pretende fazer um molho de tomate para preparar junto à carne de porco, mas ao perceber que um dos tomates que ela comprou (e que veio da horta do Sr. Suzuki) está apodrecido ela o joga no lixo. Juntamente com o restante do lixo, o tomate descartado é levado para a “Ilha das Flores”, um aterro de Porto Alegre. Lá, o material orgânico considerado adequado é selecionado como alimento para suínos de um dono de um terreno no local. O resto, que é considerado inadequado para os porcos, é dado a mulheres e crianças pobres para comer.