Nascida em São José do Rio Pardo, interior de São Paulo, Caroline Calsone é estudante de dramaturgia na SP Escola de Teatro e recém graduada em artes cênicas pela UNESP. Muito dedicada aos estudos artísticos, ela tem se debruçado cada dia mais em análises e discussões sobre gênero, feminismos, decolonialidade, autobiografia, arte da performance, teatro performativo, assim como a ideia de “solo” e seus desdobramentos, autoralidade, diário pessoal no contexto da criação artística e outras formas e fazeres possíveis para a(s) cena(s) das mulheres.
Os aprofundamentos nos assuntos tiveram início ainda durante a formação acadêmica, quando lhe foi cedido espaço para dois workshops teórico-práticos: A performance e a mulher: o corpo, o feminismo, a transgressão – perspectivas dos anos 60 à 2000 e Vivências autobiográficas em cena, realizados entre 2017 e 2019. Também estudou a temática em sua pesquisa na Iniciação Científica, intitulada “Mulheres da criação de solos autobiográficos: experimentação, estudo e descoberta”.
Dentre outros projetos, a artista atualmente trabalha na construção de um solo autoral intitulado “Coreografias da alcova – natureza morta com facas e frutos do mar”, sem data de estréia definida. Além disso, participará nesta quinta-feira, 17, do congresso da ABRACE (Associação brasileira de pesquisa e pós-graduação em Artes Cênicas), onde discutirá sobre os rumos de sua pesquisa, com transmissão pelo Youtube. No meio de tantos compromissos, Caroline ainda se prepara para comandar a oficina “Corpo-mídia: vivências autobiográficas na cena das mulheres”, nas plataformas digitais.
O objetivo da oficina é trazer referências e ampliar a discussão sobre a(s) cena(s) feminista(s), partindo de uma perspectiva dos anos 60, sob o slogan “o pessoal é político” e chegando aos dias de hoje, onde encontra novas possibilidades, novas políticas e pensamentos.
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“Analisamos o trabalho de diferentes artistas que operam em suas singularidades, discutimos sobre o diário no contexto da produção artística e experimentamos na prática suas possibilidades, implicando também nosso corpo em todo o trabalho. O fazer artístico feminista pressupõe uma maneira outra de se relacionar com os saberes práticos, com a teoria, com o mundo, com as pessoas, com as estruturas hierárquicas e com a criação em artes”, comenta a dramaturga.
Ainda sobre a importância do projeto, Caroline conclui: “ poder discutir e se empenhar na criação autobiográfica, que já foi muito tachada de irrelevante, solipsista, não-universal, promíscua, etc, – principalmente quando feita por mulheres -, em companhia de outras pessoas que podem trazer as mais diversas contribuições é de uma força política e sensível muito agregadora. ”
A oficina integra o projeto Poça, concebido pela artista visual Inácio Rafaela, contemplado pela Lei Aldir Blanc da Secretaria da Cultura do Governo Rio Grande do Sul. Será realizado entre os dias 15 e 16 de julho, das 18 às 20 horas, na plataforma Google Meets. Para participar, basta se inscrever através do link disponibilizado no Instagram @paraquepossa entre os dias 21 e 30 de junho. As vagas são limitadas.
Siga: @CarolineCalsone
Por Bruno de Paula
Editado por Luiza Camargo