EN | ES

Bibliotecário Ueliton Alves encontrou realização profissional e militância junto aos livros

Publicado em: 12/03/2018 |

O bibliotecário da SP Escola de Teatro, Ueliton Alves. Foto: Jonas Lírio/SP Escola de Teatro

No Dia do Bibliotecário, comemorado em 12 de março, conheça Ueliton Alves, colaborador da SP Escola de Teatro.

MATEUS ARAÚJO

O acaso fez o bibliotecário Ueliton Alves, 28 anos, encontrar a si mesmo na profissão que escolheria para a vida. Baiano radicado em São Carlos, no interior de São Paulo, ele queria cursar Ciências Sociais na faculdade, mas decidiu ouvir o conselho de um amigo e mudou de decisão.

“Meu amigo me passou a grade curricular [do curso de Biblioteconomia] e eu gostei do que vi”, lembra Alves. “Quando entrei na graduação, foquei meus estudos na área de mediação cultural. Me aproximei ainda mais dessa área em 2013, quando fiz estágio na Universidade Fernando Pessoa, na cidade do Porto, em Portugal. Lá, desenvolvi um estudo sobre uma manifestação cultural local.”

Hoje Ueliton Alves trabalha na biblioteca da SP Escola de Teatro, na sede Brás, atendendo aos estudantes, junto com a auxiliar Flávia Araújo. Ele se diz feliz por poder atuar numa área em que ele ajuda a promover a cultura e compartilha informações e conhecimento com outras pessoas. “Meu trabalho é fazer a mediação entre os aprendizes e a biblioteca, de forma que eles a enxerguem como ambiente divertido, que apresenta novas possibilidades e que fomente a busca por novos conhecimentos. Estou aqui para auxiliá-los a encontrar o que precisam e incentivá-los a buscarem novas possibilidades.”

Por se tratar de uma biblioteca especializada em Teatro, explica o bibliotecário, o trabalho na SP Escola de Teatro também oferece a ele o enriquecimento de sua bagagem cultural. “Meu campo de visão sobre a área teatral se ampliou muito”, conta. Além de descobrir as múltiplas linguagens presentes dentro de uma produção em teatro, Alves também percebeu o seu papel na formação de artistas, através de debates que dão base às reflexões dos estudantes.

Representatividade

Além das atividades na biblioteca, Ueliton Alves também integra o Núcleo Negro da SP Escola de Teatro. “Venho da USP, uma instituição que infelizmente ainda é muito racista. E por saber a dificuldade que nós negros temos quando buscamos acessar os lugares que no imaginário da branquitude não foi feito para nós, é que resolvi me aproximar dos aprendizes negros que estão na SP Escola de Teatro. Pensando no meu papel como um mediador, busco estabelecer formas de promover o diálogo entre a Escola e os aprendizes. Na verdade, fui acolhido pelos aprendizes para poder participar e fortalecer a discussão.”

Com essa mediação – que inclui a realização de eventos, debates e lançamento de livros – Alves tem ajudado a SP Escola de Teatro no diálogo com os estudantes. “A demanda e o foco dos aprendizes estão ligados a um pedido: “Nos ouçam, se abram para aprender com a gente”, pontua. “Recorro a uma frase da escritora Conceição Evaristo, em entrevista que li recentemente: Não basta somente celebrarmos as histórias de exceção, mais do que celebrar as vitórias pessoais; é preciso pensar sobre essa regra cruel que impõe limites que interditam a chegada de muitos, permitindo que só uns poucos consigam os resultados finais.”




Relacionadas:

Notícias | 25/ 12/ 2024

Retrospectiva 2024: um ano cheio de livros e revistas incríveis para o público

SAIBA MAIS

Notícias | 23/ 12/ 2024

Retrospectiva 2024: um ano repleto de incríveis apresentações teatrais

SAIBA MAIS

Notícias | 20/ 12/ 2024

Espetáculo “Radicalidades Feministas: Porque o Silêncio Também É Fala” estreia em 18/1 na SP Escola de Teatro

SAIBA MAIS