O meu interesse por teatro nasceu tardiamente. A possibilidade de fazer teatro, ou alguma outra forma de expressão artística, como forma de vida sempre me pareceu um pouco distante ou reservada a pessoas especiais que, definitivamente, não eram eu.
Quatro anos da minha vida foram dedicados a aceitar um tipo de vida que não condizia com os meus anseios. Faculdade e trabalho formais para preencher um espaço na minha rotina e me trazer a ilusão de sentir-me útil. Assim, o teatro surge para mim como uma possibilidade de usar da necessidade (pessoal e social) de comunicar. Porque tem coisas que precisam ser ditas.
E o teatro é também uma esperança de que essas coisas que são ditas proporcionem a difusão de um conhecimento, a reflexão e a transformação. A Escola vem ao encontro de tudo isso. Entra na minha vida em um momento de grande sede por conhecimento sobre essa linguagem artística e por esse meio, que eu me atrevi a entrar e fui tão bem recepcionado que não me atrevo a deixar nunca mais. A Escola como um lugar de artistas que trocam conhecimento e experiências é algo precioso que deve ser cultivado todo dia.
Temos a possibilidade histórica de construir algo importante em conjunto. Uma geração de pessoas que ousam, pensam, provocam e se propõem a cumprir a melhor e a pior função dentro de uma sociedade, a função de artista. Hoje, depois de bom tempo errando, eu sei que essa é a única função que eu poderei desempenhar na vida e a Escola é o início dessa trajetória.
Saiba Mais
José Alessandro Martini Sampaio Bacharel em Economia pela Universidade de São Paulo, iniciou-se no teatro em 2007, quando participou do Festival da Cultura Inglesa em duas montagens. Em 2008, fez Oficina de Interpretação na Cia de Teatro Os Satyros, onde ficou sabendo do projeto da SP Escola de Teatro. Montou a Cia Teatro No Sufoco que desenvolve um trabalho de pesquisa sobre as relações humanas no mundo contemporâneo. Atualmente, está em cartaz na peça “Novo Manual Prático para o Anonimato”. Livremente inspirada na obra do escritor Chuck Palahniuk (“Clube da Luta”) e na estética de HQs.
A partir de discussões sobre temas recorrentes na sociedade moderna como o trabalho e relações interpessoais, o espetáculo retrata as pressões para se alcançar modelos inatingíveis e como as pessoas se perdem durante essa busca heróica e banal, tornando-se apenas cópias descartáveis. A peça está em cartaz às quintas-feiras do mês de junho sempre às 20h30 no Espaço dos Satyros 2, na Praça Franklin Roosevelt, 134.
SERVIÇO
NOVO MANUAL PRÁTICO PARA O ANONIMATO
Sinopse: A Empresa de Embalagens Descartáveis Whitier & Whitier está prestes a receber o Certificado Internacional de Qualidade quando sofre um terrível golpe: a máquina copiadora é quebrada. O acontecimento muda radicalmente um dia comum de trabalho. Acompanhe a saga dos nossos heróis em uma jornada espetacular de revelações, surpresas e reviravoltas. Uma história de coragem e audácia.
Texto: Andressa Cabral e Cia Teatro No Sufoco
Direção: Andressa Cabral
Elenco: Cia Teatro No Sufoco – César Genaro, Esteban Umpierrez, Gabriela Cerqueira, José Alessandro Sampaio, Michelle Cavalcanti e Priscila Cunha
Cenografia: César Genaro e Thiago Abe
Figurino: Kátia Gomes e Michelle Cavalcanti
Iluminação: Flavio Duarte
Trilha Sonora: Henrique Mello
Quando: Quinta, 20h30.
Onde: Espaço dos Satyros Dois – Praça Franklin Roosevelt, 134.
Quanto: R$ 20 (Inteira) R$ 10 (Estudantes, Classe Artística e Terceira Idade); R$ 5,00 (Oficineiros dos Satyros e moradores da Praça Roosevelt).
Lotação: 70 lugares.
Duração: 60 minutos.
Classificação: 16 anos.
Temporada: Quintas de junho.