A Funarte está promovendo encontros entre o público e personalidades do teatro numa série chamada “Diálogos com Amir Haddad”. As entrevistas são realizadas no Rio e em São Paulo, conduzidas pelo próprio diretor, tendo como convidados Marília Pêra, Renata Sorrah, José Celso Martinez Corrêa e Aderbal Freire Filho.
Hoje (4), às 19h, será realizado o segundo encontro do projeto – o primeiro foi no Teatro Cacilda Becker, Rio de Janeiro, com Marília Pêra. O entrevistado da vez é o diretor, autor e ator paulista José Celso Martinez Corrêa. A conversa acontecerá no Teatro Oficina, com entrada gratuita e aberta ao público.
Nas entrevistas, Amir Haddad questiona os artistas sobre suas experiências na arte teatral, a trajetória na carreira, a troca com outros colegas de ofício, e seus trabalhos, dos mais antigos aos mais recentes. A ideia é transmitir ao público o processo criativo dos artistas sob a ótica de Amir Haddad, diretor que, por sua vez, passou por diversas fases do teatro brasileiro, experimentando variados estilos, desde o teatro tradicional ao teatro de rua.
Filmadas, todas as entrevistas serão disponibilizadas, posteriormente, no portal da Funarte, para acesso como fonte de pesquisa e informação.
José Celso Martinez Corrêa
O diretor, autor e ator paulista é um dos mais importantes encenadores brasileiros. Seu trabalho tem destaque na década de 1960, como líder do Teatro Oficina, onde desenvolveu montagens, baseadas no método Stanislavski, consideradas antológicas, tais como “O rei da vela”, “Na Selva das cidades” e “Pequenos burgueses”, este último lhe rendeu todos os prêmios de melhor direção do ano. Nesse período, muda seu trabalho para o teatro épico de Bertolt Brecht, e o Oficina firma posição contra a perseguição e violência do regime militar à época. Nos anos 1970, vivencia as experiências da contracultura, transformando-se em líder de uma comunidade teatral e das montagens de suas criações coletivas, e num dos ícones da Tropicália. Nos anos 90, reorganiza a companhia e propõe interação constante entre vida e teatro. Encena “Ham-let”, inspirado na obra de William Shakespeare, ganhando os prêmios Shell e Mambembe de melhor direção. A montagem reinaugura o Teatro Oficina, fechado desde 1974, com reforma assinada pela arquiteta Lina Bo Bardi, transformando-o numa “rua cultural”. Monta: “Mistérios gozozos”, de Oswald de Andrade; “As Bacantes”, de Eurípides; “Para dar um fim no juízo de Deus”, de Antonin Artaud; “Ela”, de Jean Genet; “Taniko, o rito do vale”, de Zenchiku; “Cacilda!”, texto premiado de sua autoria, livre biografia de Cacilda Becker; e “Boca de ouro”, de Nelson Rodrigues.
Serviço
“Diálogos com Amir Haddad”
Com José Celso Martinez Corrêa
Quando: Hoje (4/11), às 19h
Onde: Teatro Oficina
R. Jaceguai, 520 – Bela Vista
Tel.: (11) 3104-0678
Grátis