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100 anos da semana de 22: Você já ouviu falar dos Choros de Heitor Villa-Lobos?

Publicado em: 12/01/2022 |

Heitor Villa Lobos foi o único compositor musical presente na Semana de Arte Moderna de 1922 e foi lá que o artista fez sua estreia oficial. Sua música inovadora chocou o público e chegou a ser vaiada, no entanto, esse momento foi de grande importância na trajetória do autor, alçando sua carreira internacional. Entre seus trabalhos famosos estão Trenzinho do Caipira,  Melodia Sentimental, as Bachianas Brasileiras e os Choros de Câmera.

Muitos trabalhos de Villa Lobos traduzem para a área da música os intentos da produção modernista; segundo estudiosos, a fase ‘moderna’ do artista foi a mais original de toda a sua produção musical. Ele conseguiu realizar uma interessante mescla, partindo da modernidade, mas dialogando com a tradição folclórico-popular brasileira.

Dentre os gêneros nos quais Villa Lobos trabalhou destaca-se sua relação com um em especial: o Choro. Componente forte da cultura popular do Rio de Janeiro, o ritmo era muito tocado nas ruas, bares e lugares públicos, e simplesmente fascinava o autor. Foi para participar dos grupos de choro que ele aprende a tocar violão ainda na juventude.

Assim, a maior contribuição do artista à música nacional foi sua série de Choros que, no entanto, destoavam muito do tradicional ‘chorinho carioca’. Eram 14 obras que foram escritas entre 1920 e 1928 e que, segundo o maestro Marlos Nobre, são ‘monumentais, imbuídas de uma complexidade ímpar, exigência instrumental, invenção, arrojo técnico e liberdade no tratamento orquestral’.

Considerada por muitos estudiosos a série mais impactante, experimental, e atravessada pelo nacionalismo do autor, os choros possuem em seu trabalho de composição influências diversas. Algumas delas são ameríndias, rurais e regionais; o choro n 3, por exemplo, incorpora traços da melodia indígena Nozaniná.

Assim, Villa Lobos criou um novo gênero e abriu caminho para múltiplas possibilidades, novos campos de pesquisa, atuação e criação musical. Tudo isso é feito com um toque especial que une nacionalismo e modernismo sempre a partir da perspectiva do autor.




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