Dividido em três etapas, os espaços da instalação foram nomeados “Vida(s) [na(s)] Privada(s)”; “Regulação Utópica” e “175 Mensagens Não Respondidas” e ocuparam os banheiros localizados no térreo e a biblioteca do prédio. A visitação, que era aberta ao público, podia ser conduzida pelos estudantes que compunham cada uma das equipes que assinaram os trabalhos.
“A gente começou o estudo a partir de derivadas, que são pesquisas na rua. E o nosso foco, durante o estudo, era relacionar o tema do trabalho, que eram as fake news, com a realidade da população de rua e também com o chamado discurso de ódio. Então, na instalação, a gente procurou recriar esse ambiente sujo que representa a paisagem da cidade, mas trazendo a ideia do que é privado, que é como imaginamos a nossa casa. Daí surgiu a ideia de ocupar o espaço do banheiro”, explica Luciana da SIlva, uma das integrantes da equipe que idealizou a instalação “Vida(s) [na(s) Privada(s)”.
Na biblioteca, a mostra “175 Mensagens Não Respondidas” utilizou um jogo de luzes fluorescentes para representar o modo de disseminação de notícias falsas. Em uma sala, no interior do espaço, computadores simbolizavam a estrutura que materializava o interesse, o controle e o poder por trás da máquina de propagação de conteúdo falso e manipulado.
“A gente escolheu ocupar o espaço da biblioteca porque as luzes poderiam evidenciar algumas informações, representadas pelos livros, e manter outras no escuro, que é que acontece na realidade: um lado usa algumas informações do jeito que quer, mostrando algumas partes do todo e mudando o sentido das coisas a partir da omissão. Nem todas as informações que chegam a você, necessariamente, são informações completas, há um filtro antes que ela chegue ao público”, detalha Guilherme Pereira, um dos estudantes por trás da instalação.
OUTRAS ATIVIDADES
Voltada para o público de todas as idades, o segundo Território Cultural Livre de 2019 ainda contou com a performance “Contando e Encantando”, realizada na sede Brás. Comandada pela drag La Diva, o encontro apresentou contação de histórias em uma divertida viagem através do folclore africano.
Já na sede Roosevelt, o Núcleo de Pesquisa Mercearia de Ideias apresentou outro trabalho de destaque na programação. O espetáculo de dança “Singularidade”, que tem direção de Luiz Fernando Bongiovanni, levou para o palco uma performance construída a partir da investigação sobre os conceitos de indivíduo e individualidade.
O espetáculo “Príncipe Crioulo”, que cumpre residência na Escola; assim como a roda de conversa “Zika e Novinha: Infância generificada na periferia”; e a performance “Corpo de/para Afeto” também complementavam a programação.