O artista brasileiro Daniel Mazzarolo, formado em atuação pela Escola de Comunicação da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e parceiro da SP Escola de Teatro, onde já participou de diversos cursos de Extensão, estreia neste mês, em Nova York, a peça Radium Girls, de D. W. Gregory. O espetáculo é baseado na história real das mulheres que trabalhavam na U.S. Radium Corporation nos anos 1920, após muitas funcionárias começarem a apresentar efeitos colaterais provocados pela radiação, iniciou-se uma luta histórica por direitos trabalhistas nos Estados Unidos.
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Daniel Mazzarolo, diretor do espetáculo, é referência no ramo artístico nacional e internacional. Já fez parte do Centro de Pesquisa Teatral (CPT), criado em 1982 por Antunes Filho; é co-fundador e membro do grupo [pH2]: estado de teatro. Além disso, já estudou na prestigiada The Neighborhood Playhouse of the Theater, em Nova York. Mazzarolo também é destaque em muitos filmes de cinema independente, como Anêmona (2015), Tempo (2014), Under the Atlantic Sun, The Young Baumann e Airless (2018). No teatro brasileiro já foi dirigido por importantes diretores, como Gabriel Villela e Mika Lins, e atuou recentemente em The Seagull, no Teatro Aliança Francesa, em São Paulo. No exterior, fez parte de montagens de peças importantes como Miss Julie, de August Strindberg, no Ivoke Theater, em Nova York, e Woyzeck, no Buchner International, na Alemanha, entre outras.
Radium Girls
A peça é ambientada na década de 1920, pouco tempo depois do ‘rádio’ ter sido descoberto pela cientista Marie Curie, quando o elemento era utilizado na tintura de relógios e seletores militares.
Nessa época, com a declaração da primeira guerra mundial, centenas de norte-americanas da classe trabalhadora foram trabalhar como pintoras em fábricas de relógios e ficaram conhecidas como as ‘Radium Girls’, alcunha que nomeia o espetáculo. Quando muitas dessas jovens começaram a apresentar sintomas devido à constante exposição ao elemento químico, se iniciam manifestações que irão mudar drasticamente a história dos direitos trabalhistas nos Estados Unidos.
Nesse contexto a narrativa, que foi originalmente concebida para nove atores que se desdobram em 38 papéis diferentes, traz uma reflexão a respeito da comercialização da ciência nos Estados Unidos, assim como questões sociais e políticas sobre opressão que permanecem relevantes nos dias atuais.