O Teatro da Vertigem, o canal Lighting Studio e a SP Escola de Teatro realizam nos sábados, 27/11 e 18/12, a quinta edição do Seminário de Iluminação Cênica. Nestes dois encontros, profissionais de iluminação se reúnem digitalmente para trocarem olhares e experiências sobre a área, colocando a perspectiva da pesquisa e experimentação como elementos primordiais num processo criativo.
Teatro da Vertigem e SP Escola de Teatro realizam 4º Seminário de Iluminação Cênica
Nesta edição, com o tema “A Luz na Narrativa Preta”, os destaques são as discussões a partir do trabalho que vem sendo desenvolvido por diversos profissionais da luz em coletivos teatrais negros. Partindo dessa premissa, os principais questionamentos e provocações apresentados nas conversas serão:
Como conseguimos valorizar esses corpos? Quais são as referências?
O processo de iluminar se transforma a partir dos corpos que estão presentes em cena?
Como é construído o olhar para a narrativa de histórias e corpos pretos na dramaturgia da luz apesar de sermos obrigados a beber de fontes eurocêntricas dentro de nossa formação?
A história da arte que nos foi ensinada lá atrás é branca e não abarca outros povos de maneira legítima, quais os caminhos que fizemos para descortinar isso e apresentar uma cena a partir da nossa perspectiva?
De que forma refletir esse processo dialoga com o pensamento decolonial?
Participam das mesas diversos profissionais da luz como Danielle Meireles, Gabriele Souza, Clayton Nascimento, Nando Zambi, Ivanilde Santos da Silva, Brisa Lima, Alexandra Melo, Dedê Ferreira, Lucas Moura e Mila Pitombo que trazem novos olhares e experiências sobre o processo criativo, a metodologia de trabalho e a pesquisa em iluminação.
Os encontros serão transmitidos ao vivo nos canais do YouTube da SP Escola de Teatro e do Lighting Studio.
Idealização: Guilherme Bonfanti e Francisco Turbiani
Curadoria: Danielle Meireles
Direção de imagem: Padu Palmerio
Moderador de chat: Jess Belarmino
Operação de streaming: João Paulo Melo
Direção de arte: Guilherme Luigi
Realização: SP Escola de Teatro, Teatro da Vertigem e Lighting Studio
Confira os convidados do primeiro encontro!
MESA – 27/11 (SÁBADO)
27.11 das 11hs as 13hs
Onde: Canal do Youtube do Lighting Studio e da SP Escola de teatro
Mediação: Danielle Meireles
Participantes: Gabriele Souza (SP), Clayton Nascimento (SP), Nando Zambi(BA), Ivanilde Santos da Silva (Belém)
Danielle Meireles
É natural de Osasco, zona metropolitana de São Paulo, frequentou durante 7 anos a Emesp (Escola de Música do Estado de São Paulo), é formada em Rádio e Televisão pela Universidade Anhembi Morumbi, Fotografia no Centro Paula Souza e Iluminação cênica pela SP Escola de Teatro. Como Light Designer realizou trabalhos em exposições como “Pretatitude – Insurgências e Emergências, Afirmações na Arte Afro Brasileira Contemporânea”” com Curadoria de Claudinei Roberto Silva em algumas unidades dos Sesc, “Agnaldo Manoel dos Santos – A conquista da modernidade “ na galeria Almeida e Dale com curadoria de Juliana Belvilaqua, espetáculos como “Bruraquinhos ou o Vento é Inimigo do Picumã” com direção de Naruna Costa, “Macacos” com direção de Clayton Nascimento, “Protagonistas” com direção de Ricardo Rodrigues, shows de artistas como “Funmilayo Afrobeat Orquestra” , “Ana Karina Sebastião” e “Elza Soares”. Em 2019 entra para a Cia do Sal como iluminadora e diretora técnica. Desde de 2017 tem lecionado em cursos de iluminação cênica de curta e longa duração
Convidados:
Clayton Nascimento
É um diretor, dramaturgo, ator e professor de 33 anos. Atualmente é professor de graduação do Célia Helena e do curso técnico da SP Escola de Teatro. Se formou pelo Célia Helena, Casa do Teatro, SP Escola de Teatro e estudou na Escola de Arte Dramática. Diretor, Autor e intérprete da peça MACACOS, sobre racismo e genocídio negro no Brasil, interpretando no show de Elza Soares, “A mulher do fim do mundo”, vencedora de 15 prêmios teatrais circulando por 08 Estados nacionais. Clayton Nascimento é Ator de BURAQUINHOS, peça vencedora do Prêmio APCA2019 de Melhor Direção, e do Aplauso Brasil em Melhor Direção e indicado a Melhor Elenco em 2019 pelo mesmo prêmio. Dirigiu a peça O crime da Cabra, comédia popular sobre as injustiças e os abusos de poder no Brasil. Peça que também esteve no Festival Verão Sem Censura e Fringe. Dirigiu a peça “Vocês vão ter que me engolir” da Cia Mar de Teatro, que fala sobre garotas periféricas que tem o desejo de jogar futebol. Peça vencedora do Prêmio Coca Cola_Prêmio São Paulo de Teatro infanto-juvenil em 2019 enquanto Artistas Revelação. Dirigiu A torta da vovó Eulalia com Pascoal da Conceição, Thamirys O’Hanna e Carlota Joaquina no elenco
Gabriele Souza
É designer de luz. É técnica/artista-integrante do Núcleo Sem Querer de Tentativas Teatrais – e com o grupo estreou, em 2016, seu primeiro desenho de luz com o espetáculo Fuente Ovejuna, que conta com mais de 100 apresentações na cidade de São Paulo, incluindo Centros Culturais, Casas de Cultura, Teatros Públicos e Independentes, e uma participação como atração principal no Festival Iberoamericano de Teatro de Bogotá em 2018. Desde então soma em seu currículo outros desenhos de luz para diversas Cias de teatro da Cidade de São Paulo, em destaque, para Cia da Revista, Ultravioleta_s e São Paulo Cia de Dança.
Atualmente é integrante do Galpão do Folias na função de técnica de luz e artista convidada do Grupo Folias na função de designer de luz.
Nando Zambia
É ator, diretor, iluminador e produtor negro, é formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), no Brasil, e pela Universidade de Évora (UE), em Portugal. Iniciou sua carreira no interior da Bahia, em Alagoinhas, no ano de 1999, em âmbito estudantil, até ingressar no NATA – Núcleo Afro-brasileiro de Teatro de Alagoinhas. Com espetáculos desenvolvidos como ator, já se apresentou em alguns países com seu primeiro solo intitulado “Irumalé Ayê” (Brasil, Portugal, Grécia, Itália e Alemanha). Em 2019, iniciou sua incursão pelo audiovisual, assinando produções que circularam festivais nacionais no último ano como “Gbagbe – Árvore das Memórias”; “Rosas Negras – Eu Vejo Você”; “Onan Yá – Caminhos de uma sacerdotisa e “Big Chop – Uma Ebó Feminegra”. Zâmbia assina ainda produções como o documentário “Capoeira Angola – Uma Cultura, Uma História de Vida” (2020); a série de videoartes “Arte, Poeira e Chuvisco (2020), “Rosas Negras – Recital Afro Poético” (2020). Como iluminador, assina nos últimos anos espetáculos de notoriedade na Bahia, a exemplo: “Oxum” (Onisajé); Pele Negra Mascaras Brancas” (Companhia de Teatro Da UFBA); “Caetanear” (Fábio Vidal), entre outros. A partir de 2016 inicia a pesquisa prática da oficina “Pintando Sentimentos – A luz EmCena”, realizando edições em Alagoinhas e Salvador. Já em 2021 ministra a oficina pelo ETN – Estudos em Teatro Negro, veiculado à Universidade Federa da Bahia e assim deflagra sua pesquisa efetiva de entrelaçamento da luz com a atuação em âmbito acadêmico.
Ivanilde Santos da Silva
Possui uma investigação fora dos teatros convencionais Atua principalmente na periferia em espaços alternativos e comunidades utilizando o que chama de objetos-luz construídos com materiais reutilizáveis/reciclados. Iluminadora, artista educadora e cenógrafa. Atuo com projetos culturais em comunidades da periferia de Belém voltados a crianças, adolescentes e jovens desde 2006, em organizações não governamentais e em organizações governamentais. Atuei e foi responsável pela equipe de visualidade no espetáculo “O Pequeno Grande Aviador e o Planeta do Invisível”, do Grupo de Teatro Universitário – contemplado com o PRÊMIO PROEX de Arte e Cultura 2011, sendo premiado na 11ª edição do FETO – Festival Estudantil de Teatro 2012 nas categorias: Conjunto Cênico e Diálogos com Suas Raízes. Fui premiada em 2012 no Concurso de Bolsa de Criação, Experimentação, Pesquisa e Divulgação Artística, pelo Instituto de Artes do Pará, com o Projeto Vagalumes Urbanos: Iluminação Criativa na Periferia de Belém, no qual desenvolvi oficinas de teatro com crianças e adolescentes do bairro do Mangueirão. Coordenei em 2014 e 2015 os projetos de arte da Associação de Moradores do Jaderlar. Sou formada no Curso Técnico em Cenografia, pela Escola de Teatro e dança da UFPA, também formada pela Universidade Federal do Pará no curso Licenciatura Plena em Teatro. Premiada no Edital Juventude Ativa do Movimento de Emaús pela Lei Aldir Blanc 2020 com o Projeto Experiência Luz e a Recontação de Histórias de Assombração na Cidade de Belém. Realização de oficina de iluminação cênica criativa na Usina das Icamiabas a partir do Teatro do Oprimido em 2021. Atualmente participo da Coordenação do Núcleo de Educação Popular Raimundo Reis no Benguí Integrante dos coletivos: Mulheres na Técnica Pará e Iluminadoras Pretas.
MESA – 18/12 (SÁBADO)
18.12 das 11hs as 13hs
Onde: Canal do Youtube do Lighting Studio e da SP Escola de Teatro
Mediação: Brisa Lima (RJ)
Participantes: Alexandra Melo (SC), Dedê Ferreira (SP), Lucas Moura (SP), Mila Pitombo (BA) e Anna Maria Moura (MT)
Mediação: Brisa Lima
Brisa Lima
Brisa Lima é natural do Rio de Janeiro, formada em Fotografia – Tecnólogo, pela Universidade Estácio de Sá e Bacharel em Cenografia e Indumentária pela UNIRIO – Universidade federal do Rio de Janeiro. Começou a fazer teatro em 2001 na UERJ como atriz onde conheceu a iluminação cênica e a escola de artes técnicas Spectaculum onde cursou teatro e iluminação. A partir daí trabalhou com grandes profissionais como Aurélio de Simone, Leysa Vidal, Eduardo Salino e Jorginho de Carvalho. Há 19 anos no mercado desempenhando funções como técnica, assistente e operadora de luz, dentro e fora do país em espetáculos de teatro e dança, shows, programas de televisão, exposições, desfiles de moda, eventos, clipes musicais, desfiles de escola de samba entre outros, seu primeiro trabalho como iluminadora foi em 2010 para o infantil “Zé Vagão da Roda fina e Sua mãe Leopoldida” e de lá pra cá não parou. Seu último trabalho foi para a mostra multilinguagem “Corpos Visíveis” onde também atuou como cenógrafa. Seu ponto forte é a Gambiologia e o reenlace entre iluminação e cenografia.
Convidados:
Lucas Moura
Lucas Moura, 28 anos, cursando Pedagogia pela USP, é formado em dramaturgia pela SP Escola de Teatro (2015), pela Escola Livre de Teatro (2016) e pelo Núcleo de Dramaturgia do Sesi (2019). É também ator formado pela Cia. do Nó de Teatro (2016). Contemplado como dramaturgo em editais como Proac Primeiras obras
com o espetáculo “CENTREVILLE” (2015), Prêmio Funarte Respirarte com o espetáculo “Canto para descolonizar meu pranto” (2020), Prêmio Solano Trintade para Dramaturgias negras e Prêmio Zé Renato com o espetáculo “Como criar para si um corpo negro sem órgãos” (2020), Prêmio Dramaturgias da Pandemia com o espetáculo “Quase Sempre um sonho” (2020) e Dramaturgias do Tempo do Teatro da USP (2021) com “Conceição”. Como roteirista e diretor de podcast foi um dos vencedores do edital “Sound Up Brasil” do Spotify que premiou 20 podcasters negros e indígenas de todo o Brasil. Seu podcast “Calunguinha, o cantador de histórias” será lançado em 2021 com participação de Lázaro Ramos. Foi um dos curadores do Edital “Arte como respiro” de Literatura do Itaú Cultural (2021) e um dos 20 poetas selecionados no Primeiro Slam Cultura Inglesa. Em junho de 2021 estreou como dramaturgo seu espetáculo “Desfazenda – me enterrem fora desse lugar” com o grupo teatral “O Bonde”, direção de Roberta Estrela D’Alva e participação de Grace Passô, o espetáculo foi indicado ao prêmio APCA 2021. Trabalha atualmente como Artista Docente de Dramaturgia na SP Escola de Teatro, como Orientador de Dramaturgia do projeto Fábricas de Cultura da Zona Leste.
Dedê Ferreira
Dede Ferreira ( Clebio Ferreira) é artista plástico, produtor cultural, arte educador e palhaço. Atua na aréa cultural desde 2003, fundador e coordenador da Associação Cultural Quilombaque desde 2005. Atua, desde 2010, como Iluminador desenvolvendo trabalhos na área do Teatro, Dança, Shows, Exposições, entre outros. Desenvolveu diversos trabalhos com iluminação, dentre eles: “Na Fresta” Luciane Ramos na Bienal Sesc de Dança 2021, Exposição Zona da Mata de Rodrigo Bueno no MAM (2021), Coordenou a iluminação dos Festival Negras Melodias do Universo Afromusic (2021), Festival Noites dos Tambores (2011 a 2019), e do 1º Festival Internacional de Circo da Cidade de São Paulo “FIC” (2018), no teatro trabalhou nos espetaculos“ “Morro como um país” da Cia Kiwi ( Premio Shell melhor Atriz), espetáculo “ Mistérios Gozosos” Teatro Oficina, espetáculo “Sangoma” da Cia Capulanas de arte negra, realizou shows com as bandas Mantiqueira, Orquestra Mundana Refugi, Tassia Reis, Banda Aláfia, Marisa Orth entre outros, no cinema realizou a montagem de Luz do Vídeo Clipe” Semana” de Rael da Rima (2013), Montagem de Luz do filme ” Invasores”, da TV Cultura (2013), Desfile do SPFW (2016) na FAAP, da estilista Gloria Coelho.
Alexandra de Melo
Iluminadora, arte-educadora, produtora e atriz no Coletivo NEGA. Estuda Licenciatura em Teatro na Universidade do Estado de Santa Catarina-UDESC. Pesquisa sobre luz para o corpo e no teatro negro, pesquisa iniciada no Luz Laboratório. Trabalha com iluminação cênica para diversos grupos de teatro de Florianópolis em espetáculos teatrais e shows, atuando também com responsável técnica pela iluminação cênica das duas edições da Mostra Camaleoa – mulheres fazendo arte em Balneário Camboriú.
Mila Pitombo
Atriz e iluminadora baiana. Começou a trabalhar com iluminação em 2006, em Belo Horizonte, como técnica e operadora de luz de “Quando você não está no céu”, desenho de luz de Telma Fernandes. Também trabalhou com: Rodrigo Marçal, Bruno Cerezoli, Marina Arthuzzi e Bruno Magalhães. Criou luz para os espetáculos ¨Solo para coisas não esquecidas¨ de Julia Branco(BH), ¨Sobre Nós¨ improvisando na luz com a UMA COMPANHIA de BH. Foi Coordenadora técnica do FIMPRO I (Festival Internacional de Improvisação) e FIMPRO II em BH. No México, criou luz para ¨Batrácio¨ de Maurício Galaz e ¨Debotas al Votox¨, entre outros espetáculos de Improvisação. De regresso a Salvador, foi técnica e operadora de luz de ¨Medeia Negra¨, do Grupo de Teatro VilaVox, ¨OXUM”, do Grupo de Teatro NATA; “Pele Negra, Máscaras Brancas¨, com direção de Onisajé; entre outros. Coordenou as duas edições do Festival ÌYÁ´S; foi uma das 3 ministrantes do Projeto IluMina,premiado pelo edital Jorge Portugal, dando aulas e orientando mais de 60 mulheres no estado da Bahia; e, Iluminou o projeto ¨Bahia de Todos os Pretos¨ da produtora HUB MPA. Atualmente, cria luz para diversos shows, dá aulas online e participa como assistente, técnica e operadora de diversos eventos culturais.