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Atores Flavio Tolezani e Rafael Losso apresentam as proposições teatrais sobre a residência artística Gagarin Way aos estudantes da SP Escola de Teatro

Foto: Divulgação

No último sábado, 19, aconteceu a Mesa de Debates promovida pela SP Escola de Teatro cujo tema era Discussões e Proposições Teatrais sobre a residência artística Gagarin Way com os atores globais Flavio Tolezani e Rafael Losso.

O encontro com os estudantes dos módulos amarelo e vermelho do curso técnico foi sobre as próximas residências artísticas que acontecerão no ano que vem na SP Escola de Teatro, Gagarin Way e Um Fascista no Divã.

Para introduzir o tema, os dois artistas, que estão na área do audiovisual, falam sobre a importância de voltarem para suas origens, que é o teatro, para criarem em conjunto um novo projeto desde o seu início. A partir dos anseios de construir uma peça do jeito que queriam, o processo de criação se deu através de uma pesquisa que eles desenvolveram desde o começo, juntando uma equipe que tinha afinidade com esses desejos. Para eles, é importante voltar a essa origem, pois defendem o teatro ser a arte do coletivo.

O que era para ser uma produção, se tornou algo maior com o desenvolvimento dessa proposta a partir de uma residência artística dentro da SP Escola de Teatro, que tem como o objetivo troca de experiências entre os estudantes e o corpo docente, que é a própria equipe da peça, resultando em uma formação.

A residência parte de dois textos autorais de Marco Antonio Rodrigues, que abordam o momento atual brasileiro, ao refletirem a questão “O que é um ser humano no Brasil atualmente?”, a partir da presente polarização política. Um deles é Gagarin Way, que aprofunda uma pesquisa em conjunto com a esquerda, ao se atentar como esse lado político se encaixa dentro da polarização e considerando como o proletariado está investigando as suas causas. O outro é Um Fascista no Divã, que estuda um pouco mais a ascensão da extrema direita. As duas peças se complementam através de uma investigação sobre o que é esquerda e o que é direita hoje na política brasileira.

As peças vão além da pesquisa política e abordam outros temas, como branquitude e sexualidade. O que o grupo deseja colocar no processo criativo e em cena são as discussões de um país que quer se entender melhor e se equilibrar nas próprias diferenças. Para o coletivo, esse questionamento é importante para compreender o que eles estão buscando de verdade dentro da criação teatral. Todo esse levantamento dentro das duas peças é o que vai encabeçar o pano de fundo para a troca que eles querem fazer com os estudantes e como todo esse preâmbulo se insere nas linhas de estudo do curso técnico da Escola.

Os dois atores também discutem a importância de abordar todos esses temas dentro do teatro, pois para eles, o coletivo estabelece uma sensação de pertencimento de um grupo maior de pessoas que acreditam no fazer teatral e no que está para além dessa prática, pois a convivência integrada entre as artes do palco e a sociedade é o que eles querem resgatar com esse projeto. Por essa razão, eles também expressam uma vontade de incluir o público dentro da criação, considerando a importância para o processo de ver o que a sociedade quer saber e como levar as pessoas ao teatro. Dentro dessa lógica proposta, eles evidenciam que não é só o resultado final que importa, mas o que é mais relevante é a parte da criação e da troca.

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A residência artística é uma forma de unir ideais diferentes através da partilha e da comunicação. Para não ser apenas uma via só de pensamento dos criadores, mas uma criação partindo deles e possibilitando que eles escutem o que os estudantes têm a contribuir.

Nestes momentos que acontecerão no próximo ano na SP Escola de Teatro, o coletivo estará se propondo a se provocar com todas as outras gerações, desde as mais antigas até as mais novas, para compreender como todas as referências agregam dentro do processo criativo. Os globais também ressaltam a importância do não-saber para que eles continuem nesse movimento de aprendizado e  finalizam a conversa dizendo que a residência será uma possibilidade da pluralidade de olhares e experiências para poderem criar em conjunto algo muito mais potente.

Neste primeiro bate-papo público da residência artística, o projeto ainda está no campo das ideias, mas no próximo encontro, que será ano que vem, já vai ser com o trabalho em andamento.

Assista a mesa de debate completa

Flavio Tolezani é ator, diretor e cenógrafo. Formado como ator pelo Teatro Escola Célia Helena e em Comunicação – Rádio e Televisão pela Fundação Armando Álvares Penteado. No teatro atuou, dentre outras peças, nas montagens do Folias d’Arte: Otelo, El Dia que me Quieras, Orestéia, o Canto do Bode e Folias Galileu. Também sob a direção de Marco Antonio Rodrigues, atuou em Ensaio Sobre a Cegueira e Casting. Esteve na montagem de A Mandrágora do grupo Tapa com direção de Eduardo Tolentino. Sob a direção de Gabriel Villela atuou em Hécuba, Crônica da Casa Assassinada e Vestido de Noiva. Atuou em The Pillowman – O Homem Travesseiro com direção de Bruno Guida e Dagoberto Feliz, Bull em codireção com Eduardo Muniz; Incêndios com direção de Aderbal Freire-Filho; Ópera do Malandro, direção de Kleber Montanheiro; In Extremis, direção de Bruno Guida; Fala comigo antes da Bomba Cair, direção de Carla Candiotto; Roque Santeiro, O Musical com direção de Débora Dubois e Carmen com direção de Nelson Baskerville. Dirigiu os espetáculos Longo Adeus de Tennessee Williams e Bull de Mike Bartlett e como cenógrafo já foi criador em mais de 20 montagens. Na TV atuou em produções como A Favorita, Divã, As Brasileiras, Corações Feridos, A Teia, Verdades Secretas, Eta Mundo Bom, O Outro Lado do Paraíso e Verão 90. No cinema atuou em Jogo da Memória com direção de Jimi Figueiredo; Uma Noite em Sampa e Cidade Imaginária, ambos com direção de Ugo Giorgetti. Seu último trabalho lançado foi a série DOM, com direção de Breno Silveira.

Rafael Losso é formado no Teatro Escola Célia Helena, já trabalhou com teatro, cinema e televisão. Entre seus principais trabalhos estão as peças Hamlet, com direção de Ron Daniels, e a Coleira de Bóris, com direção de Marco Antônio Rodrigues. No cinema, interpretou personagens nos longas-metragens Linha de Passe, Salve Geral, Virando a Mesa e Intervenção. Na televisão, depois de participar do seriado 9mm, na Fox Brasil, já na Globo interpretou o personagem Olavo em O Astro. Em 2014 interpretou Elivaldo, irmão da mocinha Cristina, interpretada por Leandra Leal, na novela Império. Em O Outro Lado do Paraíso repete a parceria com Mauro Mendonça Filho, interpretando Zé Victor. Fez séries como, Rotas do Ódio, 3%, Perrengue, Todas as Mulheres do Mundo, Elis. Últimos trabalhos foram Aruanas, segunda temporada, dirigida por Lipe Binder. Fez também a segunda temporada de Dom, com Breno Silveira e Cangaço Novo de Aly Muritiba e Fabio Mendonça.

 




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