A programação da 11ª edição do SP Transvisão – Semana da Visibilidade Trans da última semana foi repleta de atrações gratuitas de forma online e presencial, na sede da Praça Roosevelt da SP Escola de Teatro. A iniciativa foi idealizada pela Adaap (Associação dos Artistas Amigos da Praça), que gere o projeto da SP Escola de Teatro, em conjunto com entidades parceiras.
O evento começou na segunda-feira, 23, com o musical Wonder, que conta a história e o legado da importante ativista travesti paulistana Claudia Wonder (1955-2010). Ela atuou no rock underground paulista, no cinema da pornochanchada, no teatro e na literatura, sempre intimamente ligada com as vivências da população LGBTQIA+. Wallie Ruy deu vida à personagem central, com a direção e dramaturgia de Rafael Carvalho.
Na terça-feira, 24, os palestrantes Marcelo Limão, JUPI77ER, Walter e Oltiel Zynxteve marcaram presença na mesa de debate sobre o tema não-binaridade, ageneridade e assexualidade. À noite teve sessão do filme FRUTAS!, de Morgana Olívia Manfrin e Coletiva Profanas.
Na quarta-feira, 25, o dia contou com mesas de debates e também o espetáculo Les Girls: Uma diva perto de você. Durante as cenas do espetáculo, as atrizes apresentaram músicas cantadas por suas musas inspiradoras, como Cher, Edith Piaf, Maria Bethânia, Anitta e muito mais. A cenografia remeteu a um camarim, onde o público pode acompanhar as três se maquiando, arrumando cabelo e trocando figurinos. Intercalados com shows solos e em trio, os depoimentos e histórias são uma dramatização das próprias vidas das três intérpretes.
Na quinta-feira, 26, também aconteceram outras mesas-redondas e a performance ilusionista Burlesque/Mágica, da transex mágica Kassandra Taylor, a primeira do país. Como única mulher trans ilusionista do mundo, a artista define-se em suas próprias palavras como “o mágico que virou mágica literalmente, com corpo e tudo. Fiz meu corpo minha própria ilusão. Minha ilusão maior”.
Na sexta-feira, 27, o Projeto Manas por Manas realizou a roda de conversa sobre Intervenção por navegação de pares e encerrando todo o ciclo de palestras desta edição do Transvisão, a última mesa-redonda foi sobre Interseccionalidades: Raça e acessibilidade. A noite foi finalizada com o Trans Sarau, que é um evento organizado por artistas e ativistas TRANSvestigeneres, em colaboração com pessoas LGBTQIA+, voltado para visibilidade trans. É um importante espaço de representatividade e visibilidade da população LGBQIA+ Trans e de resistência negra. Ao longo dos anos, o encontro se consolidou como importante para artistes dissidentes de gêneros, que visam expressar sua arte que quebram as expectativas dessa sociedade.
No sábado, 28, aconteceu a apresentação das três peças do projeto Tríptico, que foi apenas uma abertura do processo, já que a estreia acontece na circulação contemplada pelo 16º Prêmio Zé Renato, ao longo deste ano. O Tríptico são três peças que o diretor Oliver Olívia vem desenvolvendo ao longo da sua transição de gênero. A primeira peça Não ela: o que é bom foi construída em 2020; Ele, a segunda parte, foi criada em 2021, e ganhou o prêmio Coelho de Ouro do júri no 29º Festival Mix Brasil; Culpa é o último trabalho e ainda em fase de experimentação.
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