Foto: Acervo SP Escola de Teatro
Em 2013, a atriz Mariana Lima prestigiou a SP Escola de Teatro com sua presença.
A artista veio acompanhada da também atriz, produtora e tradutora, Erica Migon, para conversar com os estudantes do módulo verde sobre a peça Pterodáctilos, do dramaturgo norte-americano Nicky Silver.
Na época, o espetáculo estava em cartaz e as artistas integravam o elenco junto com Marco Nanini, sob a direção de Felipe Hirsch, portanto, além da palestra também aconteceu uma leitura dramática exclusiva do texto assinado pelo autor. Pterodáctilos tematiza a desestruturação de uma família de classe média alta, cujo o patriarca, Arthur, é um executivo presidente de banco, e sua esposa Grace é uma dona de casa alcoólatra e consumista. Certo dia, ambos são surpreendidos pela volta do filho Todd e pelo casamento da caçula Ema com o namorado Tom. Nesse contexto, várias questões problemáticas e polêmicas vêm à tona, como o desemprego do pai, a gravidez de Ema, a doença de Todd e a misteriosa descoberta de uma ossada no subsolo da casa.
Cia. Palhaçaria promove ciclo de diálogos sobre protagonismo feminino e negro na comédia e no circo
Ao relembrar o processo criativo da peça, Mariana comentou que para construir sua personagem realizou muitas pesquisas, chegou a ir ao encontro de mulheres, que vivem atualmente em São Paulo, nos mesmos moldes no qual vivia sua personagem (Grace).
Além disso, as convidadas ressaltaram a importância da escolha da peça, que com seu tom divertido e bem-humorado aproveitou muito a interpretação de Marco Nanini. Os estudantes também receberam muitos conselhos e foi pontuado a importância de se atentar para quem são os seus colegas de trabalho e quais elementos são interessantes aproveitar nessa troca.
Ademais, Mariana pontuou que a escolha do repertório foi uma provocação, pois esse é um texto que leva o espectador a ser provocado, e que tal aspecto foi permanente durante todo o processo de pesquisa cênica. Na época, a obra de Nicky Silver estava norteando as ações artísticas e pedagógicas do módulo; os estudantes estavam se debruçando sobre a obra do artista e debatendo inúmeras peças suas a partir de leituras dramáticas, portanto, o encontro abriu um espaço enriquecedor de compartilhamento.
Em um depoimento à comunicação da escola, Mariana comentou a alegria de poder contribuir com a palestra e elogiou o sistema pedagógico multidisciplinar da SP Escola de Teatro que, para atriz, é um destaque:
” Na realidade, eu fiquei super nervosa com o convite, não estou tão acostumada a falar do meu trabalho, à não ser quando dou alguma entrevista, e aqui a entrevista é com uma escola que eu admiro muito! Acho que o trabalho que a SP faz é único, não há em outro lugar no Brasil uma escola onde as disciplinas convivam dessa maneira.”
Mariana Lima
Mariana Lima é uma grande atriz brasileira, que se destacou por seus trabalhos no cinema, na TV e no teatro. Estreou profissionalmente em 1991, com o espetáculo Comala, depois disto fez dezenas peças teatrais, como A Primeira Vista, Livro de Jó, A Gaivota, Apocalipse 1,11, Dom Perlimplim e Belisa em Seu Jardim, Futebol, Tudo Sobre Mulheres, A Mulher Que Matou os Peixes e Outros Bichos, A Paixão Segundo G.H. Atuou pela primeira vez no cinema em 1995, no filme Sábado, de Ugo Giorgetti, depois integrou o elenco de diversos longas: Kenoma (1998), Lara (2003), Olga (2004), Árido Movie (2005), Bendito Fruto (2005), Rua dos Bobos (2009) e A Suprema Felicidade (2010) são alguns deles. A televisão é um dos ambientes onde mais se destaca, tendo feito parte do elenco de novelas como Rei do Gado (1996), Mulher (1998), Desejos de Mulher (2002), Cordel Encantado (2011), O Rebu (2014), Sete Vidas (2015), Assédio (2018) e Onde Está Meu Coração (2020)). Casada com Enrique Diaz, esteve recentemente na telinha na novela Um Lugar Ao Sol, como Ilana.