Na noite de 22 de março, sexta-feira, o Sesc Santo Amaro recebe a Armazém Companhia de Teatro com o espetáculo “Brás Cubas”, versão cênica de Paulo de Moraes para a obra-prima de Machado de Assis, que traz o Bruxo do Cosme Velho para o centro da cena, como personagem.
Foi a partir da 1881, com Memórias Póstumas de Brás Cubas, seguido por Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial Aires que Machado de Assis começou a desenvolver seu extraordinário realismo psicológico, permeando seus romances com impetuoso sarcasmo. Memórias Póstumas de Brás Cubas é considerado um romance original desde a sua dedicatória “ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver” e prossegue na ideia de um defunto autor que, para fugir ao tédio do túmulo, escreve suas memórias.
A dramaturgia de “Brás Cubas”, assinada por Maurício Arruda Mendonça, é uma adaptação do romance de Machado de Assis, mas não uma adaptação no sentido clássico porque insere o próprio autor na peça, como personagem. “O espetáculo tem uma certa vinculação com o sonho. A gente constrói essa história como se estivéssemos dentro da casa do Machado, acompanhando a sua criação. E o ponto central da nossa adaptação é o delírio que o personagem do Brás tem momentos antes de sua morte.”, comenta Paulo de Moraes.
A peça da Armazém desmembra o personagem Brás Cubas em dois. Sérgio Machado interpreta Brás Cubas desde seu nascimento até sua morte (não necessariamente nessa ordem) e Jopa Moraes assume Brás Cubas já como o defunto que narra suas memórias póstumas.
A dramaturgia tem uma estrutura em três planos: o plano da memória – que são as cenas vividas por Brás; o plano da narrativa – onde entram as divagações e reflexões do defunto; e um terceiro plano em que o próprio Machado de Assis (vivido por Bruno Lourenço) invade sua narrativa com comentários que visam conectar contemporaneamente suas críticas à sociedade brasileira.
Em outubro de 2023, “Brás Cubas” participou do Festival Internacional de Teatro de Wuzhen, na China, ao lado de importantes nomes do teatro mundial, como Robert Wilson e Joël Pommerat, sendo o espetáculo mais bem avaliado pelo público chinês. No Rio de Janeiro, “Brás Cubas” concorre na 18º edição do Prêmio APTR (RJ, 2024) nas categorias de melhor dramaturgia, espetáculo, direção, cenografia e jovem talento (Lorena Lima).
Serviço
“Brás Cubas”
com Armazém Companhia de Teatro
Direção: Paulo de Moraes
De 22 de março a 5 de maio de 2024
Sextas às 21h, sábados às 20h e domingos às 18h
(Não haverá apresentação na Sexta-Feira Santa, dia 29 de março)
Local: Sesc Santo Amaro – Teatro
Rua Amador Bueno, 505, Santo Amaro, São Paulo (SP)
Ingressos: R$ 18 (credencial plena), R$ 30 (meia entrada) e R$ 60 (inteira). Estão disponíveis
no aplicativo Credencial Sesc SP ou no site www.centralrelacionamento.sescsp.org.br, a partir
de 12/3; e nas bilheterias das Unidades do Sesc SP a partir de 13/3.
Horário de funcionamento: terça a sexta, das 10h às 21h30 | Sábado, domingo e feriado, das
10h às 18h30.
Duração: 110 minutos
Classificação Indicativa: 14 anos
270 lugares
Unidade Acessível
Ficha técnica
Direção: Paulo de Moraes
Dramaturgia: Maurício Arruda Mendonça
Montagem da Armazém Companhia de Teatro
Elenco/personagens: Sérgio Machado (Brás Cubas), Jopa Moraes (Defunto), Bruno Lourenço (Machado de Assis), Isabel Pacheco (Virgínia), Felipe Bustamante (Quincas) e Lorena Lima (Marcela e Natureza).
Músico em cena: Ricco Viana
Cenografia: Carla Berri e Paulo de Moraes
Iluminação: Maneco Quinderé
Figurinos: Carol Lobato
Cabeça do Hipopótamo: Alex Grilli
Direção Musical: Ricco Vianna
Direção de movimento: Patrícia Selonk e Paulo Mantuano
Colaboração na Dramaturgia: Paulo de Moraes
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Designer Gráfico: Jopa Moraes
Fotografias: Mauro Kury
Produção São Paulo: Pedro de Freitas e Adolfo Barreto / Périplo
Direção de Produção: Patrícia Selonk
Assistente de Produção: Maria Luiza Selonk
Coordenação do Projeto: Paulo de Moraes e Patrícia Selonk
Apoio Institucional: Banco do Brasil
Realização: Sesc SP