O TBT de hoje é especial! Em 2015, há exatos 7 anos, a grande atriz brasileira Laura Cardoso visitava a SP Escola de Teatro para ministrar a aula inaugural do curso técnico em teatro.
Foi uma experiência emocionante e única para os estudantes dos cursos regulares! Nesse dia, a estrela comentou e analisou sobre as dificuldades e prazeres do ofício de atriz.
A artista revelou que o trabalho não é fácil e para realizá-lo é necessário muita dedicação, imaginação e estudo, e que o mais importante é ter amor e respeito pela profissão. Ela comenta que nem tudo é fácil ou bonito dentro do ramo, por isso antes de tudo é importante acreditar nessa profissão, ter dentro de si uma chama, uma vontade de querer representar.
Ela aconselhou os estudantes da época dizendo que para ser ator é preciso fazer e aprender; aceitar os diferentes personagens que te dão, quaisquer sejam eles. Entender que quem faz o papel é o ator, e por mais que essa seja muitas vezes uma trajetória tortuosa e difícil, cheia de altos e baixos nos quais o sujeito aprende e desaprende, vale a pena!
“Cobra muito e não é moleza”, alertou Laura, que também compartilhou a longa experiência de uma carreira que começou ainda em sua juventude, quando tinha 16 anos. Ela explicou como foi lidar com diversos formatos de atuação para além do teatro, como rádio e televisão, assim como os desafios de trabalhar com diferentes diretores, centralizando a importância da linguagem nesse processo de adaptação.
Laura Cardoso
Uma das principais artistas nacionais, Laura Cardoso tem uma ampla trajetória dedicada ao teatro, cinema e televisão. Ingressou na televisão em 1952, no programa “Tribunal do Coração”, da recém-inaugurada TV Tupi, onde participou de novelas como “Um lugar ao sol” (1959) e “Ídolo de pano” (1974). Paralelamente, trabalhou na Excelsior, na Record e na TV Cultura. Sua estreia nos palcos se deu em 1959, com o espetáculo “Plantão 21”, montagem que alavancou o Pequeno Teatro de Comédia, grupo dirigido por Antunes Filho. Nas décadas seguintes, atuou em peças como “As criadas” (1968), de Jean Genet; “Volpone” (1968), de Ben Johnson; “A Nonna” (1980), de Roberto Cossa; e “Os órfãos de Jânio” (1981), de Millôr Fernandes. Em 1981, começou a trabalhar na Rede Globo, onde atuou nas novelas “Brilhante” (1981), “Pão-pão, beijo-beijo” (1983), “Livre para voar” (1984) e “Fera radical” (1988). Na TV Bandeirantes, fez “Ninho de serpente” (1982) e “Renúncia” (1982).
Durante a segunda metade da década de 1980, trabalhou em diversos espetáculos: em 1985, protagonizou “A Herdeira”, de Henry James, sob direção de Flávio Rangel. Um ano depois, “Divinas palavras” (1986), de Ramón Del Valle Inclan. Em 1989, apresentou o espetáculo “A cerimônia do adeus”, de Mauro Rasi, em Lisboa. De 1990 em diante, integrou o elenco de uma série de novelas marcantes da teledramaturgia brasileira, como “Rainha da sucata” (1990), “Felicidade” (1991), “Mulheres de areia” (1993), “A viagem” (1994), “Irmãos coragem” (1995), Explode coração” (1995), “Salsa e merengue (1996), “Esperança” (2000), “Chocolate com pimenta” (2003), “Duas caras” (2007) e “Caminho das Índias” (2010). No cinema, estreou em 1964 e trabalhou em mais de 20 filmes, entre os quais “Imitando o Sol”, “Terra estrangeira”, “Através da janela” e “Copacabana”. Em 2006, foi condecorada pelo presidente Lula com a Ordem do Mérito Cultural, homenagem do governo brasileiro por seu trabalho no cinema, no teatro e na televisão. Em 2008, atuou na peça “Hoje eu me chamo Dinorah”, de Maria Carmen Barbosa. Em 2014, voltou ao palco com “A última sessão”, texto e direção de Odilon Wagner.
Ao longo de sua carreira artística, Laura Cardoso ganhou prêmios importantes por seus inesquecíveis papeis no teatro. Em 1990, recebeu o Prêmio Shell de Melhor Atriz por “Vem buscar-me que ainda sou teu”, peça dirigida por Gabriel Villela; e, em 1993, levou novamente o Shell com “Vereda da salvação”, cuja direção foi assinada por Antunes Filho. Atualmente com 94 anos, continua com uma carreira ativa e nos últimos anos estrelou várias novelas, como: O Outro Lado do Paraíso, Sol Nascente e A Dona do Pedaço.