Para o Coletivo Comum, os deslocamentos forçados de pessoas por conta de guerras, violações de direitos humanos, condições climáticas e perseguições de qualquer tipo são um dos principais temas da atualidade, envolvendo questões individuais e coletivas, políticas e subjetivas.
O grupo decidiu, então, fazer desses deslocamentos o seu material de pesquisa para construir o espetáculo “eXílio”, que fica em temporada no Teatro Arthur Azevedo, entre 9 de maio e 2 de junho, com apresentações de quinta a sábado, às 20h, e, aos domingos, às 19h. Não haverá sessões entre os dias 16 e 19 de maio em razão da Virada Cultural.
Mantendo a tradição de fazer teatro documental, o Coletivo Comum estruturou cerca de 30 cenas para dar conta da multiplicidade de abordagens referentes ao tema do exílio. São quadros independentes, nos quais o elenco formado por Fernanda Azevedo, Maria Carolina Dressler, Renan Rovida, Renata Soul e Roberto Moura narra as diferentes dimensões envolvidas nas questões envolvendo migração, refúgio e exílio.
“Optamos por deixar o ‘X’ em caixa alta no nome do espetáculo para reforçar o tema da encruzilhada, do conflito e das oposições”, afirma o diretor Fernando Kinas. Assim, a obra “eXílio” é mais um capítulo na ampla investigação do grupo sobre os desafios civilizacionais contemporâneos.
Ao se debruçar sobre a temática das migrações, a companhia decidiu ampliar a discussão, incluindo deslocamentos dentro do próprio país, além da migração subjetiva, interna, já destacada por Ovídio no primeiro século da era cristã.
“Estamos discutindo também o sentimento de não se sentir pertencente a uma comunidade, mesmo dentro da sua própria cidade ou país. Há pessoas que se sentem exiladas de seu próprio corpo. Neste sentido procuramos fazer uma discussão ampla, incluindo questões que envolvem, por exemplo, a população LGBTQIAP+, que sofre todo o tipo de preconceito e violências”, completa Kinas.
Outro aspecto abordado pelo grupo é a noção de exílio interior descrita pelo crítico literário Antonio Candido como o sentimento que algumas pessoas têm de não se sentirem representadas pelo seu país ou regime político, como no caso das ditaduras militares.
Ficha Técnica
Roteiro: Fernando Kinas, com a colaboração de Beatriz Calló e elenco
Direção: Fernando Kinas
Elenco: Fernanda Azevedo, Maria Carolina Dressler, Renata Soul, Renan Rovida e Roberto Moura
Assistência direção: Beatriz Calló
Cenografia: Julio Dojcsar
Iluminação e operação de luz: Dedê Ferreira
Figurino: Beatriz Calló, com a participação do Coletivo Comum e pessoas em condição de migração e refúgio
Treinamento e direção vocais: Roberto Moura
Pesquisa musical e trilha: Fernando Kinas, com a colaboração de Eduardo Contrera
Assessoria dramatúrgica: Tercio Redondo (Bertolt Brecht e o exílio)
Interlocução crítica: Clóvis Inocêncio (Berna), Beatriz Whitaker, Leneide Duarte-Plon, Dominique Durand e Cimade (Paris), Organon Art Cie (Marseille), Jean-Michel Dolivo (Lausanne), Rabii Houmazen (Marrocos e São Paulo), Museu da Imigração do Estado de São Paulo, Arro (Afeganistão e São Paulo), Padre Assis (Cabo Verde e São Paulo)
Desenho e operação de som: Lienio Medeiros
Programação visual: Casa 36|Camila Lisboa
Fotografia: Fernando Reis
Serralheiro: Fernando Lemos (Zito)
Assessoria de Imprensa: Canal Aberto|Márcia Marques, Daniele Valério e Carol Zeferino
Produção: Patricia Borin
Realização: Coletivo Comum
Serviço
Peça “eXílio”
Duração: aproximadamente 140 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Temporada: 9 de maio a 2 de junho, de quinta a sábado, às 20h, e, aos domingos, às 19h | Atenção: entre os dias 16 e 19 de maio não haverá espetáculo em razão da Virada Cultural.
Endereço: Teatro Arthur Azevedo – Avenida Paes de Barros, 955, Alto da Mooca.
Ingresso: R$20 (inteira), R$10 (meia-entrada) e gratuito para estudantes do ensino público e pessoas em condição de migração e refúgio.