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Rita Miranda e Laércio Motta, artistas egressos da SP, promovem espetáculo infantil digital e gratuito!

Rita Miranda, artista egressa da SP, assina a direção do espetáculo infantil Tá de brincadeira?, que estreia no canal do Youtube OOÁ, no próximo sábado, 22 de janeiro, às 18h30. Na peça e Laércio Motta, ex-estudante de atuação da instituição, estrela como Mister Motta e traz um pouco do universo infantil, refletindo sobre uma das atividades preferidas das crianças: a brincadeira. A temporada ocorre até o dia 22 de fevereiro e será integralmente no formato digital.

A ideia da peça nasceu a partir da leitura do manifesto “Salve a brincadeira” publicado no blog OOÁ; o objeto principal do projeto é articular de maneira divertida e descontraída algumas indagações que surgiram de conversas e trocas sobre a brincadeira. Por que temos a sensação de que as crianças brincam muito pouco hoje? Por que sentimos que elas estão sendo bombardeadas por estímulos e informações o tempo inteiro – e que a brincadeira fica tantas vezes de lado? E se criássemos uma peça sobre uma pessoa que em tudo o que faz a brincadeira está presente? Que aquilo que ela sabe construir melhor são brincadeiras? Como é que uma criança super cansada brinca? Como é que depois de um dia cheio de tarefas ela entra em ação? Como terá energia para fazer algo que não é “lazer” para ela, mas a sua forma de estar no mundo? Por que cultivamos a mesma divisão que fazemos na vida adulta entre trabalho e lazer, na vida das crianças?

O processo de desenvolvimento do espetáculo teve uma duração de 4 meses e a dramaturgia foi sendo escrita durante a criação das cenas que o compõem, foram ensaios semanais, em fusos horários distintos, alguns artistas residindo no Brasil, outros em Portugal. Os artistas procuraram explorar suas relações pessoais com a infância e seus respectivos repertórios com o público infantil para desenvolver a peça, segundo Rita, ‘tudo aconteceu mais por acidente’:

“Olhando para o processo da peça “Tá de brincadeira?”, percebo que quase por acidente comecei a criar junto com o Laércio uma peça para as crianças. Algo que tem me trazido um grande prazer e que conta a história de um adulto, que no fundo, inventa brincadeiras sem saber que o faz. Das lições que saio aprendendo desse processo, acho que a mais importante é perceber que realmente não somos guiados pelo nosso racional o tempo todo. Que nem sempre temos plena consciência de tudo e que muita coisa que nos acontece é por intuição. Como uma coisa que carregamos com a gente e que se deixamos sair pode se transformar em pequenos fragmentos de arte. Algo que muitas vezes acontece só por acidente. ”

A temática central também busca um diálogo com a atualidade, e a pandemia torna tudo mais evidente quando se fala de brincadeira. A proposta é também refletir sobre o advento da tecnologia, e a negligência adulta, a escassez e a incompreensão que giram em torno da necessidade dessa atividade tão importante.

“A história da peça foi criada sobre o contexto em que surgiu a personagem Mister Motta, que criei durante o meu período de isolamento na pandemia. A partir de algumas indicações que a Rita me passava, fui me aproximando desses brinquedos e juntos construímos um ambiente privado do Mister Motta. Nesse trabalho estamos tentando ressignificar a brincadeira, de como ela poderia ser uma protagonista para a criança diante de um isolamento social provocado pela pandemia, de ter que ficar muito tempo em casa. Afinal, construímos a pesquisa online – com todos os desafios que isso traz entre criadores – e finalizamos agora esse processo que foi muito importante, porque nele, aprendemos sobre questões sociais, humanas, ao mesmo tempo em que pudemos pensar na ludicidade, na fantasia e na brincadeira. De um ponto de vista que parte de dois adultos, mas sempre tentando trazer à luz o protagonismo infantil, imaginando como tudo isso seria visto por uma criança. ” Relata Laércio.

Tá de Brincadeira? pauta a dificuldade em lidar e atender às necessidades infantis, assim traz a revelação de um sistema que por vezes não acolhe as crianças, não as ouve, nem se esforça para tratá-las com respeito e de maneira correta. Nesse contexto, a brincadeira se configura como uma forma de expressão e liberdade para os menores.

“Não queríamos passar a sensação de adultos que sabem mais que as crianças, o que leva muitas vezes a dizer frases do tipo: “as crianças não querem mais brincar”. Queríamos mais apostar no adulto que se confunde com a criança, ou que se coloca no lugar dela, como parceiro de um movimento pela brincadeira. Assim, perante a nossa ignorância de como faríamos para homenagear a brincadeira, resolvemos trazer para a peça um adulto que brinca e descobre coisas sobre si mesmo brincando. E gostaríamos de dar a ver às crianças e descobrir o que elas acham dessa empreitada. ” Comenta Laércio.

 

Ficha técnica

Criação e concepção: Laércio Motta e Rita Miranda

Direção: Rita Miranda

Atuação: Laércio Motta

Contrarregras: Ayron Motta e Alicia Motta

Design gráfico: Karina Melo

Fotos: Rafael BisBis

Produção: MKTV




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