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Daniel Dalmoro, artista egresso da SP, aborda a exploração no mercado de trabalho em novo livro

Daniel Dalmoro, filósofo, cientista social e artista egresso de iluminação da SP Escola de Teatro, acaba de lançar seu novo livro, o primeiro de dramaturgias, intitulado Linha de Produção e Linha de Descartes, editado pela Urutau.

Nele, há duas dramaturgias que abordam as distopias do mercado de trabalho, a decadência dos sindicatos, as desregulamentações trabalhistas e, consequentemente, o aumento das turbulências familiares e o crescimento da intolerância e preconceito.

Muito empolgado com o projeto, Dalmoro disse que tinha um grande desejo de escrever peças.

Sempre me aventurei pela escrita, em seus diversos formatos, como crônicas, contos, novelas e dramaturgia. Todavia, minhas primeiras tentativas dramatúrgicas não ficaram boas, eram bem marcadas a preocupação da ‘luminocênica’ – amigos que liam os esboços sempre comentavam-, daí eu ter me interessado e prestado iluminação cênica na SP. Após um livro de crônicas e um romance, finalmente desenvolvi dramaturgias”.

Segundo o artista, a inspiração para os textos teatrais surgiu a partir da observação da sociedade brasileira nos últimos anos. Em seu ponto de vista, há um cenário obscuro e autoritário na política atual que desencadeou crises nas relações pessoais e de trabalho.

Para Linha de Descartes o estímulo foi o contexto sociopolítico. Ele foi escrito dois anos depois de Linha de Produção, vendo as reformas empurradas goela abaixo pelo governo federal, o recrudescimento da violência, racismos, preconceitos e xenofobias. Pensei que a primeira peça não fazia mais sentido, tinha envelhecido e virado ‘artigo de museu’. Resolvi fazer uma nova versão. Tanto que saiu um texto muito mais bruto, sem nuances. Acho que o exemplo do racismo marca bem a diferença dos textos (e dos momentos): em Linha de Produção, o personagem Filho fica surpreso ao saber que a presidente da empresa é uma mulher e ainda por cima negra; em Linha de Descartes o personagem equivalente, Homem, já fala com todas as letras: “É por isso que a África é atrasada, continente de preto”. As próprias relações familiares são tensas na primeira peça e já completamente esgarçadas na segunda”.

A pré-venda de Linha de Produção e Linha de Descartes já começou, e você pode adquirir o livro por aqui:

https://benfeitoria.com/descartes

Por Luiza Camargo




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