Estreia na próxima sexta-feira, 25, na Sala Experimental do Teatro da USP, o espetáculo Galileu, que tem Raíza Carvalho na assistência de direção e Vitor Julian no elenco, ambos estudantes da SP Escola de Teatro. O espetáculo, dirigido por René Piazetim, fica em cartaz até 18 de dezembro na Sala Experimental do TUSP, com entrada gratuita.
Resultado de um ano de pesquisa e imersão cênica do Núcleo de Teatro da USP em 2022, a obra é adaptada do texto A Vida de Galileu, de Bertolt Brecht, e embarca de forma lúdica na história do matemático, astrônomo e físico italiano nascido em 1564, que dedicou sua vida a explorar aspectos desconhecidos do Universo.
Ao longo de 150 minutos, o público é direcionado a uma viagem na trajetória do astrônomo que, para fugir da inquisição, abdicou de seus estudos. Além disso, o enredo leva a reflexões sobre a volta de discussões a respeito de terraplanismo, eficácia da vacina, importância da defesa da democracia, entre outros. O espetáculo aposta em formação de coros, recursos circenses, e trocas dinâmicas de personagens.
Montar este texto em 2022 tem um significado especial para os artistas. “Entrei no curso de Dramaturgia no auge da pandemia de coronavirus, momento em que era impossível estar nos palcos. Estou muito feliz de voltar à cena como ator em Galileu, peça urgente para o momento de negacionismo em relação à ciência que estamos enfrentando. Além de tudo, é uma grande coincidência concluir o curso de dramaturgia no módulo narrativo, fazendo uma peça de Bertolt Brecht”, comenta Vitor, que recentemente teve texto encenado na Mostra Teatral de Dramaturgia Contemporânea d’Os Satyros.
Elementos cômicos foram trabalhados especialmente nos coros da montagem e permitem um respiro no texto rico e detalhado de Brecht, conta Raíza Carvalho, estudante do primeiro semestre do técnico em humor da SP Escola de Teatro. “Ajudar a montar e compor Galileu em 2022 é uma experiência política, antes de tudo. De uma forma genial, Brecht traz luz à pautas muito relevantes do Brasil de agora – defesa da ciência, ética na fé, inovação e medo. O humor trabalhado na montagem do TUSP trouxe uma leveza à discussão”, pontua a artista.
Entre as suas contribuições, Galileu ficou conhecido por construir um telescópio em 1609 com mais capacidade do que os que existiam na época, além de ser o responsável por descobrir as manchas solares e os satélites de Júpiter. O pesquisador enfrentou a fúria da Igreja Católica ao defender a teoria heliocêntrica de Copérnico, segundo a qual o Sol é o centro do Universo e não a Terra.
Fotos: Vinicius Garcia
Serviço
Quando: 25 de novembro a 18 de dezembro; sextas e sábados, 18h; domingo, 16h (04/12 não haverá sessão)
Onde: Sala Experimental – Teatro da USP (Rua Maria Antônia, 294, Vila Buarque)
Lotação: 40 lugares
Duração: 150 minutos
Indicação: 12 anos
Gratuito
Ficha técnica
Texto: Bertolt Brecht | Tradução: Roberto Schwarz | Direção René Piazentin | Elenco: Anita Prades, Bruna Alves, Camila Fávero, Duda Paiva, Giovana Telles, Ingrid Taveira, Jackson Gleizer, Júnior Moreira Bordalo, Lilian Alves, Malu Paixão, Mariana Nolla, Victória Pozzan, Vitor Julian | Assistência de Direção: Aline Baba, Caroline do Amaral e Raíza Carvalho | Figurinos: Aline Baba | Costureira: Márcia Sueli Rosa | Luz: Ariel Rodrigues | Projeto visual: Anita Prades | Operação de som: Raíza Carvalho.