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Núcleo Negro de Pesquisa e Criação (NNPC) apresenta “Fala das Profundezas” em julho, com ingressos gratuitos

Imagem colorida mostra atriz em cena, na peça "Fala das Profundezas"

“Fala das Profundezas”, peça de 2023 do Núcleo Negro de Pesquisa e Criação: apresentações na capital paulista. | Foto: Divulgação/Thais Alves

O Núcleo Negro de Pesquisa e Criação (NNPC) apresenta a peça “Fala das Profundezas” em vários espaço da capital paulista, em julho, com ingressos gratuitos e interpretação em Libras.

Com dramaturgia e direção de Gabriel Cândido, o enredo da montagem traz uma realidade pautada pela exploração da força de trabalho em troca do básico para sobrevivência. A peça mostra a insurgência de um povo contra uma engrenagem que precariza a vida para acumular poder. As contradições deste povo despontam junto aos seus anseios, sonhos e prazeres no território em que vivem tendo como pano de fundo a iminência de uma combustão social

As apresentações do mês de julho acontecem no Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes (Zona Leste – 01 e 02/07, sábado, às 19h, e domingo, às 17h), Teatro Flávio Império (Zona Leste – 08 e 09/07, sábado, às 20h, e domingo, às 18h), Oficina Cultural Oswald Andrade (Bom Retiro – 13, 14 e 15/07, quinta e sexta, às 19h30, e sábado, às 18h) e Complexo Cultural Funarte (Campos Elísios – 28, 29 e 30/07, sexta, às 20h, sábado e domingo, às 19h).

Após as sessões dos dia 09/07 (Teatro Flávio Império) e 29/07 (Funarte), acontece o bate-papo “Outros Olhares”, com participação, respectivamente, de Christian Moura (doutor em Artes e pesquisador do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas – Neabi, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – IFSP) e de Soraya Martins (atriz, pesquisadora, crítica teatral e curadora de teatros).

“Fala das Profundezas” busca ativar imaginários de mobilização coletiva, no sentido de fazer crer que, mesmo em um contexto de exceção, repleto de contradições e de escassez, é possível criar movimentos em prol de melhores formas de viver. “Este ‘possível’, na peça, é apresentado, ao longo da narrativa, como uma espécie de centelha que vai se desdobrando em mais centelhas e, assim, animando essas personagens que, apesar de tudo, sonham, festejam e confabulam como um ato contra o marasmo do sistema capitalista”, comenta o autor e diretor Gabriel Cândido.

A encenação do NNPC acontece em formato de arena, no qual as atrizes e os atores propõem um jogo cênico de aproximação e distanciamento com o público durante toda a narrativa, assumindo-o como parte do acontecimento teatral. O diretor comenta: “Um teatro negro que não está pautado pelo racismo gera estranhamento, pois é o que sempre esperam de nós. Penso que Fala das Profundezas não corresponde a essas expectativas porque buscamos o exercício da alteridade radical, quando debatemos questões presentes em toda a sociedade brasileira, desde relações afetivas até as relações de terra, trabalho e capital”.

O enredo é conduzido por um coro heterogêneo denominado Outras-Pessoas, que por sua vez representam o povo, e por cinco personagens que emergem deste coro: Dafina (Maria Gabi) e Anele (Tásia d’Paula) são duas mulheres que tentam lidar com uma relação de amor mal resolvida enquanto confabulam sonhos perigosos; Thato (Deni Marquez) se torna uma das exceções ao conquistar o básico, mas suas atitudes geram revolta e perseguição do povo ao qual ele se recusa a pertencer; Luísa e Frantz (Ellen de Paula e Fábio Lopes) que, ao confidenciarem as situações absurdas que ocorrem nas Profundezas, ativam em Luísa a motivação necessária para sair em busca de mobilização coletiva para lutar contra aqueles que detêm o poder. As histórias acontecem em tempos plurais, numa dinâmica de encontros e desencontros, permeados por ideias e desejos de uma revolta popular que se espalha de um a um, até se concretizar em uma ação coletiva.

Estas apresentações integram o projeto Escombros – Parte I: Fala das Profundezas, contemplado pela 16º edição do Prêmio Zé Renato de Teatro para a Cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura. A circulação de “Fala das Profundezas” – iniciada em junho, no Centro Cultural Grajaú – prevê 20 apresentações gratuitas, com intérpretes de Libras, em diversas regiões da capital. Atividades como bate-papos (Outros Olhares) com convidados, após cinco apresentações, e sessões para sete grupos de escolas públicas, instituições e projetos de formação e movimentos sociais integram a programação.

Fala das Profundezas é a primeira peça da trilogia Escombros do Núcleo Negro de Pesquisa e Criação (NNPC), assinada por Gabriel Cândido. O projeto tem como objetivo a elaboração cênica e dramatúrgica de peças de teatro que lancem mão de perspectivas ficcionais, poéticas, estéticas e políticas capazes de criar discussões acerca das questões da terra, da fome, do capitalismo e da identidade a partir da cultura, da ancestralidade e de saberes da população negra do Brasil. A dramaturgia “Fala das Profundezas” (Editora Javali, 2018) estreou em junho de 2022, com temporada no Sesc Belenzinho (SP) e apresentação única no Sesc Sorocaba, em novembro. O segundo texto da trilogia, “Nossa Conquista”, foi lançado em livro pela editora Entremares, em fevereiro de 2023, ainda inédito nos palcos.

Confira o calendário:

Julho

01 e 02 de julho – Sábado (às 19h) e domingo (às 17h)
Local: Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes
Rua Inácio Monteiro, 6900 – Jardim São Paulo, Zona Leste. SP/SP.

08 e 09 de julho – Sábado (às 20h) e domingo (às 18h)
Domingo (09/07): Bate-papo com Christian Moura
Local: Teatro Flávio Império
Rua Prof. Alves Pedroso, 600 – Cangaíba, Zona Leste. SP/SP.

13, 14 e 15 de julho – Quinta e Sexta (às 19h30) e Sábado (às 18h)
Local: Oficina Cultural Oswald Andrade
Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro, Centro. SP/SP.

28, 29 e 30 de julho – Sexta (às 20h), sábado e domingo (às 19h)
Domingo (29/07): Bate-papo com Soraya Martins
Local: Complexo Cultural Funarte SP | Sala Renée Gumiel
Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos. SP/SP.

Agosto

Teatro Paulo Eiró – 18, 19 e 20/08 – Sexta e sábado (às 21h) e domingo (às 19h).

Setembro

Teatro Cacilda Becker – 15 a 17/09 – Sexta e sábado (às 21h) e Domingo (às 19h).

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Serviço

“Fala das Profundezas”
Com: Núcleo Negro de Pesquisa e Criação (NNPC)
Duração: 1h40. Gênero: Drama. Classificação: 12 anos.
Ingressos: Gratuitos – 1h antes das sessões | Com interpretação em Libras.

Ficha técnica

Dramaturgia e direção: Gabriel Cândido. Elenco: Deni Marquez, Ellen de Paula, Fábio Lopes, Maria Gabi e Tásia d’Paula. Produção executiva: Kauanda. Assistência de produção: Maria Gabi. Coordenação de produção: Gabriel Cândido. Trilha sonora original e operação de som: André Papi. Desenho de luz: Natália Peixoto. Operação de luz: Leonardo Carvalho. Preparação vocal: Maria Gabi. Preparação corporal: Lilian Martins. Orientação vocorporal: Luciano Mendes de Jesus. Figurinos: Carla Stela. Trançadeira: Paola Ferreira. Maquiagem: Rapha Cruz. Contrarregragem: Amanda de Jesus, Euzilene Ribeiro e James Christofher. Produção audiovisual: Jerê Nunes e Thais Namai. Intérpretes de Libras: Quilombo que Sinaliza. Participação especial / vozes off: Bruna Candido, Carla Stela, Dirce Thomaz, Diogo Guedes, Fabiana Neves, Fagner Lourenço, Jerê Nunes, Kauanda, Luís Antonio Candido, Natália Peixoto, Marcela Coelho, Paola Ferreira, Sueli Aparecida Costa, Sueli Candido e Vera Lúcia de Oliveira Lima. Social media: Anderson Vieira e Ayrá Ludovico – Teatro Já. Assistência de redes sociais: Deni Marquez. Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação. Projeto gráfico: Wellingthon Tadeu. Catering: Cozinha Fermenta. Realização: Núcleo Negro de Pesquisa e Criação (NNPC).

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